Foi uma dividida besta, despretensiosa. Um choque com Douglas Coutinho que fez Diego cair no chão com forte expressão de dor. Ele nunca foi de fingir. Aos 21 minutos do segundo tempo, o novo camisa 10 da Gávea deixou o campo do Maracanã dando lugar ao garoto Matheus Sávio. Na tarde da quinta-feira, menos de 24 horas depois, a notícia das lesões no menisco medial e no ligamento colateral do joelho direito esfriou a euforia rubro-negra após vitória por 2 x 1 sobre o Atlético-PR, pela Copa Libertadores, quando Diego comandou o Flamengo e marcou um golaço.

E agora? O que será sem Diego para o resto do Campeonato Carioca e, principalmente, da fase de grupos do torneio continental? Serão, segundo os médicos, de quatro a seis semanas de tratamento e recuperação.

Fazendo troça com a canção dos Titãs, o acaso não protegeu o Rubro-Negro. Pelo contrário. Castigou-o justamente naquela função para a qual não tem substituto. Conca, que poderia suprir a falta do craque do time, ainda está longe de estrear. Ederson tem outro status. Mancuello patina.

Zé Ricardo é um treinador em permanente busca por legitimar sua condição. Seus passos, suas decisões, tudo é vigiado em microscópio com veredictos cruéis. Um acerto, como a ótima e difícil decisão de substituir de última hora Mancuello por Trauco e lançar Renê na lateral, lhe faz andar uma casa adiante no tabuleiro. Mas basta um erro, como demorar para trocar Rafael Vaz por Donatti na zaga, e são duas casas para trás.

O calendário do futebol brasileiro é uma encrenca. Quem tem boas peças usa, reveza, poupa, descansa, arrisca. Nesse xadrez, o Flamengo perdeu simplesmente a rainha, mesmo sem ter cometido nenhum erro de movimento. Estava tudo bem e, de repente, o cenário ficou sombrio. Zé Ricardo vai ter que se virar com torres e bispos até que consiga recuperar sua peça mais valiosa. E foi uma dividida besta, despretensiosa…