Aguerrido, o Pinheiros não ligou para a casa cheia e para os gritos de incentivo da torcida do Flamengo. Frio e certeiro, o time paulista calou o Ginásio do Tijuca, venceu por 90 a 79 e ganhou sobrevida no playoff de quartas de final do Novo Basquete Brasil. Mais uma vez, os americanos Bennett e Holloway foram os donos da quadra, com 16 e 20 pontos. Com o placar em 2 a 1, as equipes se reencontram na próxima segunda-feira, às 19h, com transmissão ao vivo do SporTV, direto do Ginásio Henrique Villaboim, em São Paulo. Se vencer, o Pinheiros obriga o Rubro-Negro ao quinto confronto, esse no Rio de Janeiro. Do contrário, o atual tetracampeão garante lugar nas semifinais contra Bauru ou Brasília.
A vitória pinheirense foi construída principalmente nos quartos 1 e 3, com 27 a 19 no primeiro quarto e 25 a 17 no terceiro. Do lado do Flamengo, as bolas de três que sempre impulsionaram o time não caíram, com aproveitamento final de 29%. O cestinha do jogo foi o próprio Holloway, com 20 pontos e três rebotes. Bennett fez 16, com oito rebotes e seis assistências. Renan foi importante com 15 pontos e quatro rebotes. No Flamengo, Marquinhos fez 19 pontos, com sete rebotes e quatro assistências. Marcelinho fez 16.
Ao contrário do jogo 2, o Flamengo começou o duelo usando mais os seus pivôs. A movimentação no garrafão surtiu efeito e o Rubro-Negro abriu 6 a 2 pelas mãos de Olivinha e JP. Do outro lado, o Pinheiros mexeu em sua estrutura para tentar surpreender, e Renan começou no lugar de Ansaloni. Com o jogo no mesmo dia do duelo do time de futebol pela Libertadores, o público foi menor no Tijuca, mas não menos barulhento. Na metade do quarto, os paulistas venciam por 13 a 11, justamente após bola de três de Renan. Amassando o aro nas bolas de três, com apenas 14% de aproveitamento, o Flamengo via o Pinheiros fazer exatamente o contrário e abrir 25 a 17 no minuto final. Colocando o banco em quadra, José Neto ao menos conseguiu fazer o ataque rival parar: 27 a 19 para os visitantes.
Com apenas Marquinhos de titular, o Flamengo conseguiu um minuto espetacular com roubadas de bola de Mineiro e após duas bolas de três, de Lelê e do camisa 11, levantou a torcida no esquenta para o futebol, encostando em 29 a 27. Descansando a rotação principal, José Neto trocou Marquinhos por Marcelinho, mas na metade do período o Pinheiros ainda vencia: 37 a 30. A vantagem rival fez a torcida acordar e jogar junto, e o Flamengo controlou por três minutos, diminuindo para 38 a 37 com sete pontos do seu capitão. No último minuto, Fischer infiltrou, anotou os dois pontos e levou ao desespero o técnico rival César Guidetti ao virar para 42 a 41 após longo período do Rubro-Negro atrás do marcador. Mesmo assim, o Pinheiros ainda terminou à frente com 47 a 45.
Aguerrido, o Pinheiros voltou mostrando que não se entregaria. Teichmann cravou e calou a torcida do Flamengo. Duas faltas duras, de Teichmanm em Marcelinho e de Ansaloni em Olivinha, esquentaram os ânimos em quadra. Sentindo que o time não se encontrava, os flamenguistas passaram a vaiar as posses dos paulistas, tentando desestabilizar Bennett e cia. O barulho não surtiu efeito e ainda apostando em bolas de três que não caíam, o Rubro-Negro deixou o Pinheiros escapar de novo: 65 a 57. Em silêncio, o ginásio viu o Flamengo ficar três minutos sem pontuar, dando margem de 70 a 60 ao rival no minuto final do período. No rebite dado por Rollins, Mathias jumpeou para dois e colocou 72 a 62 antes do último quarto.
Disposto a resolver a parada no jogo 3, o Flamengo começou o período decisivo com tudo e apostando em dois armadores em quadra: Ramón e Fischer. Em quatro minutos, diminuiu para 75 a 71 com Mineiro bem na defesa e no ataque e deixou o Pinheiros pontuar em apenas um ataque, levantando a arquibancada. Vencendo, os paulistas passaram a jogar em cima de Holloway e Bennett, em jogadas de infiltrações ou faltas para o lance livre. Surtiu efeito e o Rubro-Negro não conseguia colar, com o jogo em 82 a 72. Em uma última tentativa, o time da casa meteu bola de três com Marquinhos e antes havia recuperado uma posse com Fischer, mas a defesa paulista funcionou bem e conseguiu seguir com dez de frente: 89 a 79. Faltando um minuto, a torcida do Flamengo começou a deixar o Ginásio do Tijuca, aceitando a derrota que veio por 90 a 79.
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