Rizzo: “Times brasileiros pediram rigor contra ceras ‘estratégicas’ na Libertadores”

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Em encontros, formais e informais, sobre o que poderia melhorar na Libertadores, clubes brasileiros fizeram um pedido específico à cúpula da Conmebol: que a entidade se esforçasse em coibir a catimba, ou a enrolação, tradicional de times que disputam o torneio e que resultam na perda de tempo de jogo.

A orientação, então, foi repassada aos árbitros: adicionar tempo extra em cima do tempo extra já notificado ao quarto árbitro, principalmente no segundo tempo, sempre que identificado que deliberadamente jogadores, membros da comissão técnica e até gandulas evitaram que a partida prosseguisse.

Os minutos a mais que o Palmeiras teve em dois jogos em casa na Libertadores, que ocasionaram vitórias ao final e que renderam polêmicas, já estão na conta dessa orientação. Na quarta, os brasileiros bateram o Peñarol (URU) por 3 a 2 com gol aos 56 minutos da etapa final. Houve reclamação dos uruguaios e da imprensa local sobre a decisão do árbitro equatoriano Roddy Zambrano de levar o jogo além dos cinco minutos de acréscimo que havia informado inicialmente.

A reclamação dos clubes brasileiros apontou que os dez minutos finais de um jogo da Libertadores praticamente inexistem quando há um clube a ser beneficiado com o resultado do placar no momento. Houve três exemplos de ceras não tradicionais relatados que ocorrem com frequência:

1 – Time prepara a substituição, mas informa ao quarto árbitro o número errado do jogador que vai sair. O quarto árbitro, então, levanta a placa, o atleta errado começa a sair, mas então o treinador avisa que não é aquele que deveria ser substituído. Até o número certo aparecer, e o jogador correto sair de campo, alguns minutos são perdidos.

2 – Expulsão de membros do banco de reservas para tomar tempo. Normalmente não é o treinador, mas um médico, massagista ou preparador físico que toma alguma atitude passível de expulsão, como reclamação acintosa, e faz o árbitro correr até o banco para expulsá-lo. Quase sempre o advertido ainda demora a deixar o campo, o que gera mais minutos perdidos. Na vitória palmeirense, o técnico do Peñarol, Leonardo Ramos, chutou uma bola para longe e acabou expulso durante os acréscimos.

3 – Quando o time que quer fazer a cera está em casa, gandulas fazem as bolas sumirem na reposição de laterais e tiros de meta. Há casos em que os gandulas são expulsos, o que gera ainda mais tempo perdido.

Na orientação, se os árbitros identificarem casos assim, é para se acrescentar tempo após os 45 minutos regulamentares, além dos motivos tradicionais para acréscimo como substituições, cartões, e ceras mais comuns como demora para bater um lateral ou tiro de meta. Se o jogo já estiver no acréscimo, é para se dar ainda mais tempo, sempre avisando ao quarto árbitro.

Em casos de lesões, existe a preocupação sempre com a saúde do jogador, por isso a dificuldade maior em identificar a cera. De qualquer maneira, o árbitro é orientado a também acrescentar tempo em casos de necessidade de atendimento em campo ou se há demora para a maca retirar o atleta para a lateral do campo.

O que menos deve ser ver nessa Libertadores, após as orientações, é árbitro dando um minuto de acréscimo no primeiro tempo, e três no segundo, algo que se tornou usual mundo afora.

Fonte: Marcel Rizzo | Uol

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  • Mudança já na regra do Futebol. 35 min de bola rolando, parando o relógio sempre que necessário, tipo basquete. Será que a TV vai gostar disso?

    • Rede Bobo não concordaria….entraria no horário da novela, do BBB….

    • Sempre concordei com isso. Tempo de bola rolando. Pode fazer 5 horas de cera.

  • Muito boa a orientação, mas impressionante como o Palmeiras sempre é beneficiado por essas novidades de regulamentação. Ano passado no Brasileirão resolveram proibir a venda de mando de campo logo depois de o Palmeiras ter sido beneficiado e logo antes de o Flamengo ter a chance de usufruir do mesmo benefício…

    • Não vejo como beneficio. Vejo como “estudar o regulamento da competição”. Dever de casa qur muita gente não faz.

      • Pra estudar o regulamento antecipando as mudanças que vão ocorrer no meio do campeonato, precisaremos de uma bola de cristal, ou de um padrinho como o Del Nero.

      • Coisa que no Mengo ainda estamos no A do ABC.

        Só observar onde ocorre uma falta e onde ela é cobrada (contra nós)…

        Outro fato bem interessante deste ABC tem ocorrido no Carioqueta, quando a falta é a nosso favor a distância marcado pelo juiz é a do futsal, já quando contra a distância marcada pelo nobre é de piscina olimpica…..

        Para chegarmos longe na Liberta das Dores temos que “melhorar” e muito nossa malandragem ou nos atentar contra a malandragem, somos muito bonzinhos e mocinhos.

  • Finalmente!

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