“Profissionalizando o clube como um todo, construindo um caminho que culmine com as vitórias”. Foi com essas palavras que o diretor-executivo do Flamengo, Rodrigo Caetano, começou a entrevista, que foi concedida na última passagem do time do Rio de Janeiro pelo Espírito Santo, no empate com o Fluminense pelo Campeonato Carioca, no dia 02 de abril, no Kleber Andrade.
Na verdade, o contato com a reportagem do GloboEsporte.com aconteceu um dia antes, quando o profissional esteve no mesmo estádio, ao lado do técnico rubro-negro Zé Ricardo, para assistir ao empate do Rio Branco-ES com o Luverdense por 2 a 2, pela Copa Verde. O assunto conversado com o profissional foi totalmente voltado para o futebol capixaba, que vive anos de incerteza e decepção, com suas equipes pouco avançando em competições nacionais e amargando a disputa da Série D do Campeonato Brasileiro desde quando a 4ª divisão foi criada.
A primeira dica de Rodrigo Caetano é sobre o tipo de investimento que deve ser feito no clube. A ideia implantada no Flamengo em sua gestão foi primeiro sanear as dívidas, para depois pensar em estrutura e contratação de jogadores, além de um olhar mais atento para as divisões de base. Sem organização fora de campo, não dá pra pensar em vitórias à longo prazo dentro de campo.
– O Flamengo no início se preocupou muito com o saneamento das dívidas. Posteriormente o investimento na estrutura física, e agora, desde o ano passado, um investimento maior na equipe. E não é só na equipe profissional, o clube investe também nas categorias de base. Os resultados estão aí e acredito que se aproximam da equipe profissional.
Avançando no tema, chegamos em gestão e planejamento, pontos onde os times capixabas pecam demais, resultando em péssimas campanhas em âmbito nacional e atuações desastrosas em competições estaduais (vide os dois rebaixamentos do Rio Branco-ES, time mais vencedor do Estado, num espaço de apenas cinco anos).
Rodrigo Caetano é taxativo e afirma que os clubes precisam se organizar melhor para que o Espírito Santo não seja apenas um estado exportador de grandes talentos muito jovens, mas que também se transforme num local propício para que esses atletas permaneçam, possam se desenvolver, e aí sim, quando adquirirem um bom valor de mercado, também sejam vendidos por cifras mais atraentes tanto para o clube quanto para o jogador.
– (O futebol capixaba) vem evoluindo, não na velocidade que todos nós desejamos, mas já vem melhorando a profissionalização dos quadros dos clubes capixabas. É inadmissível não ter aqui dois a três clubes representando o estado a nível nacional. O Espírito Santo não pode ser apenas um estado formador e que abastece os demais. Além da melhoria dos recursos humanos, temos que observar a melhoria da estrutura física, porque aí poderemos segurar mais os grandes talentos que o Espírito Santo possui.
Por fim, o assunto capacitação entra em pauta. O que novos profissionais que venham a surgir no mercado do Espírito Santo precisam fazer para adquirir experiência na gestão de times de futebol? De acordo com o dirigente, a Associação Brasileira de Executivos de Futebol (ABEX Futebol) pode ser um caminho a seguir, porém não adianta ficar apenas na teoria. Rodrigo Caetano afirma que a prática também deve ser exercitada nos times capixabas.
– Acredito que é um bom campo de trabalho aqui no Espírito Santo e o que cabe a vocês é valorizar isso, saber que esse é o caminho. Que tenhamos bons profissionais nos quadros dos clubes, porque todos nós sabemos que, lamentavelmente, a política nos clubes às vezes atrapalha demais, e não tem outro caminho pro futebol brasileiro e especificamente pro futebol do Espírito Santo senão a profissionalização e a exigência pela qualificação dos seus profissionais – finaliza.
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Acho melhor cuidar só do flamengo viu..alias esse negocio de se preocupar com o futebol como um todo,como faz o Bandeira,tem em contrapartida o que aconteceu essa semana sobre 87...concentrem no flamengo 110% por favor..foda-se os outros.