Coluna do Torcedor: “Flamengo, uma herança, uma paixão”

Ao nascer de uma criança, saliento, o fato mais encantador que pode vir para uma família tem aqueles velhos clichês… “Qual será o sexo do bebê?” “Se for menina; será Manuela” “Que mané menina; tenho certeza que é um molecão aí nessa barriga; vou nomeá-lo de Arthur”. 

Antes de dar continuidade, por favor, não julguem esse texto como “machista”, porque mulheres também amam futebol. Aliás, muitas de vocês dão de goleada em muito rapaz por aí.

Com o passar de alguns anos, o pequeno menino já com uma certa noção do que é futebol, (porque desde o descobrimento do sexo da criança, estava o pai com a bola nas mãos conversando com seu filho dentro da barriga da mãe) o leva para obter sua primeira experiência. Semelhante ao filme Rei Leão, na apresentação de Simba.

Após o “ritual”, se o projeto de gente virar para você e dizer “Papai, estou sentindo um frio dentro da barriga, mas não é dor de barriga” já era, como dizia Mano Brown “Esse não é mais seu, ó… subiu”.

Eis que surge um novo Rubro Negro, e assim se inicia o processo vitalício chamado, herança. 

Dicionário Rubro Negro:

Herança

Significado: Ato de partilhar sua paixão ao seu filho. 

Definição: 1 – Fase em que o projeto de gente apresenta sintomas de que está entendendo o que é ser Flamengo. 2 – É a parte em que ele descobre que será diferenciado perante aos seus amigos que não tiveram a mesma sorte de possuir DNA vermelho e preto.

Concluindo o processo vitalício, meu caro, é só levar o Arthur aos jogos, colocá-lo no meio da torcida para que o próprio sinta seu coração junto com a bateria e as batidas de mãos. Porém, aconselho a ter cuidado, pelo fato do menino já nascer campeão, sabemos que a marra vem desde a etapa inicial de vida, e para que ele possa ser um amigo suportável diante de seus colegas que integram a torcida arco-íris, acrescente fórmula “humildade”. Quer saber? não apresenta por$@ nenhuma, deixa o moleque ser feliz! a culpa não é dele se os outros gostam de ser considerados como “o ponto fora da curva”.

Para que essa etapa obtenha sucesso, leve seu filho em uma final de campeonato, pode ser estadual, nacional e quem sabe, uma internacional logo mais?

Agora o assunto vai para toda Nação!

Meu amigo, creio que o ponto auge de ser Flamengo vem sempre ao final de alguma conquista. Seja em um olhar para a torcida, até para o “Rodlindo” correndo cheio de lindeza que reside em seu rosto e dizer, “Como é bom ser Flamengo! Obrigado Senhor, por me dar esse privilégio de ser Rubro Negro”.

É de protocolo a equipe começar meia bomba, e com o decorrer da parte final, renascer em momentos improváveis. Ô time que gosta de nos fazer sofrer até os 35/38 minutos do segundo tempo! É de característica virar partidas nos acréscimos. Mas isso aí está no termo em que assinamos ao adquirir o direito de torcer por esse clube.

Provérbio Rubro Negro:

Cap. 1 – “Terás momentos de angústia, entretanto, lhe recompensarei com surpresas onde nunca descobrirás”

Suspeito de que algo conspira ao nosso favor na maioria das vezes. Quem é capaz de explicar o gol do Pet aos 43 contra o Vasco? Dentre outros. 

Por isso, quando se tem uma camisa vermelha e preta do outro lado do campo disputando uma final com seu time, recomendo que aguarde o apito final, não é apropriado cantar vitória mesmo que esteja faltando 5/10 minutos para findar o confronto. Dizem os Deuses supremos que ao efetuar esse ato de rebeldia, estarás fortalecendo cada vez mais a sua possível sentença. Quanto mais se pratica este delito, mais forte será o seu castigo, e realmente, esse time não é de Deus. Talvez só quando chegarmos no céu, tomaremos conhecimento do que acontece aqui na terra.

E essa felicidade preenche nossas almas com o apito final do juiz, por mais que esse personagem em toda história final possua caráter duvidoso, é ele o responsável por nos permitir selar a paz. Acompanhado de sorrisos, abraços, beijos, inúmeros choros de alívio. Nem o final dos filmes de Sessão da Tarde é mais bonito que nossas conquistas, usei um exemplo bem ruim, mas tudo bem.

Ser Flamengo é isso e muito mais, é como se fosse um conhecimento de senso comum, onde vivemos experiências novas ao logo dos anos e a cada conquista, descobrimos novos “enigmas”, novas emoções. É renovado de geração em geração, não tem um final. Só se faz expandir com a chegada do Arthur, Manuela e etc. 

É um amor renovável e eterno, como já diz o nosso hino ” Uma vez Flamengo, Flamengo até morrer”

Caio Rodrigo


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A coluna acima é de responsabilidade de seu autor e não reflete necessariamente a mentalidade do Coluna do Flamengo.

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