Eduardo Bandeira de Mello é o presidente de uma gestão indiscutível no plano econômico/financeiro do Flamengo. Leva méritos em alguns casos além da conta, pois nada faria sem os muitos que participam, ou participaram, desta revolução rubro-negra. Como ocupa o cargo maior, é quem ganha a maioria dos confetes.
Consequentemente está mais vulnerável às críticas, embora nem sempre reaja bem diante delas, seja de torcedores, com os quais já bateu boca, ou jornalistas que lhe façam perguntas pertinentes, mas desconfortáveis. Jornalistas que agem como jornalistas, não como assessores.
Mas é um homem sério, normalmente educado, ponderado, e honesto, disso ninguém duvida. Tem perfil político, dizem até que pensa em se candidatar a algo fora do clube no futuro (sua assessoria afirma que não). Bandeira desenvolveu prestígio com a torcida, merece elogios por motivos vários, mas não está acima do bem e do mal.
Semana passada, sua aparição ao lado da ex-presidente Patrícia Amorim na coletiva com o prefeito Marcelo Crivella foi mais chocante para muitos do que o surpreendente. Na gestão de sua antecessora a dívida do Flamengo disparou.
E ela deixou heranças, como o caro duelo na justiça do trabalho com Ronaldinho Gaúcho. Se a ex-presidente, subsecretária de esportes do Rio de Janeiro, eventualmente ajudou nos bastidores pelo apoio do prefeito ao projeto de estádio na Gávea, um muito obrigado seria o bastante.
Não para o político Bandeira, que a aceitou à mesa. O mesmo que topou convite para chefiar delegação da CBF, recuou, mas ainda assim viajou aos Estados Unidos atrás dela em 2015. Isso após seu surpreendente surgimento na cadeira de Marco Polo Del Nero, entre Dunga e Gilmar Rinaldi. Melhor para Amorim, destacada ao lado do atual presidente até no site do Flamengo.
Habituado a aparições de viés político, Bandeira costuma ser evasivo quando as coisas não vão bem no futebol. Em geral diz que confia no trabalho das pessoas etc. Faz bem em confiar, mas presidente do Flamengo também precisa comandar, decidir e em alguns casos interferir. Com firmeza, conhecimento e convicção.
A eliminação da Copa Libertadores engrossa a lista de vexames internacionais do clube neste século – clique aqui e leia post de 2016. Na atual gestão, a queda para o San Lorenzo é o segundo papelão além fronteiras, depois de ser desclassificado da Sul-americana pelo pequenino Palestino, do Chile, ano passado.
A reação presidencial após a eliminação, consequência da terceira derrota em três jogos fora do Rio de Janeiro, foi de uma naturalidade inacreditável. E tratar tal resultado como se fosse repara-lo com o mesmo “remédio” indicado após um tropeço nas primeiras rodadas da Taça Rio, algo desproporcional ao desastre.
Justo que não quisesse tomar decisões precipitadas, ser contra demissões no estilo bode expiatório, procurar ganhar tempo para não errar, como fez o time. Ah, e degolar Zé Ricardo é ideia absurda. Mas ao menos uma satisfação ao torcedor seria necessária.
Poderia ser até um pedido de desculpas à “Nação”. Com a promessa de revirar pelo avesso o futebol do Flamengo o quanto antes, para detectar onde foram cometidos os erros que levaram a mais uma desclassificação. Será que Bandeira imaginava o torcedor indo dormir satisfeito só por saber que ele confia em quem contratou?
O presidente do Flamengo parece sentir-se mais à vontade em meio aos deputados e senadores em Brasília, como na aprovação do Profut, ou ao lado do prefeito e integrantes de seu secretariado. No futebol, como um peixe fora d’água, não conseguiu dimensionar a vergonha internacional pela qual o clube passa mais uma vez.
Ao falar com jornalistas no Nuevo Gasometro, aparentemente não sabia o que fazer, em consequência não parecia ter ideia de como proceder diante do fato. O jeito foi tratar a eliminação na Libertadores como se fosse apenas um 0 a 0 com o Bangu numa quarta-feira à noite em Volta Redonda.
Diante de respostas evasivas, que não atendem às expectativas de quem busca informação e daqueles que a consomem (leitores, ouvintes, internautas, telespectadores), a função do jornalista é perguntar outra vez. E quantas forem possíveis/necessárias. Se nem assim o entrevistado responde adequadamente, o julgamento é de quem, do outro lado, espera ouvir algo que faça sentido. No caso os torcedores do Flamengo, que tiveram de se contentar com uma espécie de reprise de tantas outras entrevistas ocas de seu presidente.
Só ingênuos caem na velha estratégia do “quem está contra mim, está contra o clube”. Outros dirigentes, e de estilo “Raposa”, já apelaram para isso antes, como Bandeira fez ao se referir a sabe-se-lá quem como “falsos rubro-negros” que estariam no Twitter, rede social da qual ele já recebeu troféu. Da Conmebol segue sem levantar taça.
O Flamengo melhorou demais administrativamente nos últimos anos. Mas ao contrário do que alguns parecem crer, não foi fundado em 2013, quando a atual gestão começou. E o cargo de presidente não concede poderes a cartola algum para chancelar quem é, ou não, torcedor daquele clube.
Mas o coloca na linha de frente quando as coisas vão mal. Então precisa encarar a imprensa, não as carícias da TV oficial. Ali, o repórter é mero intermediário entre o dirigente e a torcida, cujo sofrimento após novo vexame não tem nada de falso. Ele é bem verdadeiro.
Fonte: ESPN / Mauro Cezar Pereira
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Esse Mauro é um babaca pegou uma não cara do ebm é agora fica nessa
Pô cara, discordar da opinião dele é mais do que factível. Não sei se você viu a entrevista, eu vi ao vivo e o cara perguntou apenas o que toda a torcida queria perguntar ao seu maior representante, e não achei nada elegante a resposta além de muito evasiva.
O Presidente está sendo monstro? Sim o maior que já tivemos, mas também comete erros, e o atual é não aceitar opiniões discordantes.
Niguém pode criticar o Bandeira, mas a gestão do futebol, o golpe no grupo original para se perpetuar no poder, o alinhamento com alguns ex-presidentes (mesmo que isso não signifique nenhum erro na administração), e principalmente o poder total ao técnico (todos foram assim, CB, Luxa, Jorginho, etc..etc..etc) sem cobrança é a maior falha da sua gestão. Quando criticamos que algo precisa ser feito, porque insistir num esquema tatico com pontas, quando o elenco tem mais meias do que pontas, ou insistir em figuras como Vaz, MA e Gabriel sempre. Afinal quantas chances o Gabriel pode ter?? e porque Paqueta, Ronaldo, Vizeu, Cuellar, Mancuello não tem tantas chances..?? eo porque o Ederson não foi para esse jogo, se ele é mais jogador que gabriel, Matheus Savio (promessa ainda), etc..
São questionamentos que eu venho fazendo aqui continuamente há pelo menos um mês.
Não conheço muito bem a política RN, mas o Presidente acumula atualmente a VP de Futebol, logo tem que ser criticado TAMBÉM.
O que tá ficando muito claro é que hoje nos tornamos clube de empresários, e isso é o maior erro que pode existir no futebol, pois EXTINGUE a meritocracia.
O cara nao sabe nem o que eh futebol
Então pq acumula essa pasta?
Mais um ponto negativo.
Todos os adjetivos que utilizei acima são para a parte financeira, e consequente resgate de credibilidade nesse mercado.
Na parte esportiva criticá-lo é chover no molhado.
Dps dessa noite sem dormir me lembrei muito do time que conquistou a Mercosul 99 dentro de SP. Não sei se muitos se lembram, mas do que tinha de limitação tinha de entrega dos jogadores, inclusive vários garotos que não sentiam a pressão como nos dias atuais, inclusive encarando batalha até pior contra o mesmo Penarol desse ano.
Exatamente.
Fora o Braço direito e uma turminha que ninguém sabe o que faz exatamente dentro do Flamengo.
O grupo chapa azul esta sendo um montro? Sim. O grupo esta sendo um montro. Na parte administrativa e financeira.. Ponto final
Que?
Tme certeza de que vc acompanha o Flamengo, ve os jogos? Le as noticias?
Que que acha?
Mauro Certíssimo
Os 40 milhões de rubro-negros não são os engravatados que estão por lá hoje.
Flamengo é da Favela a Zona Sul, do diretor do BNDES até o porteiro. Flamengo é gigante.
Flamengo não é Bandeira de Melo. Bandeira passará, Flamengo não.
Bandeira é bom presidente, muito bom, mas falta algo.
Triste demais, até chorei ontem.
Excelente texto!!!!Mas duvido que irá sensibilizar o Eduardo e sua equipe. Mesmo com a eliminação, essa gestão deixará uma legado muito positivo pro Clube. Agora é abraçar o Brasileirão, a Copa do Brasil e a Sulamericana porque o ano não acabou!!Saudações RN!!
Excelente Marcius!!
Pessoal acha que Bandeira é salvador do clube.
Soberba incrível até mesmo na derrota.
Espero que em 2018 melhore
Fora ze ruela
Parabéns pelo TEXTO, ótima análise. Vi a entrevista o Mauro, foi educado e fez a pergunta que TODO rubro negro gostaria de fazer. Não fez perguntas prontas ou que seriam facilmente respondidas. Fez o que um verdadeiro profissional faz. EBM foi mal educado e deselegante, conduta contrária a que eu aprendi a respeitar.
EBM VC deve explicações a nação.
Cara. Quando ele entrou ao vivo no Linha de Passe. Ele tava se contendo pra nao explodir. Se segurando literalmente.
Eu achei que na entrevista ele ia pegar até pesado.
E no fundo ele foi ate muito polido e econômico no tom .
Fiquei com a mesma impressão.
O cara tá p... da cara após a eliminação desta competição que temos seríssimos problemas. Eu nem pararia para conversar.
O Flamengo leva um gol aos 47 do segundo tempo num jogo que tava ganho e a culpa é do presidente me poupe
Bandeira acumula as funções de presidente e VP de futebol. Me poupe você de falar asneira!
Que análise simplista, entenda o contexto. Se não enxerga, você mereceu esta eliminação.
Vc realmente acha que se trata de tomar gol aos 47 do segundo tempo?
Rapaz, pelo amor de deus. Pra postar isso , melhor não falar nada.
Deus do céu...
É óbvio que a culpa por um gol aos 47 do segundo tempo não é dele.A culpa do EBM está em que a gestão do futebol está errada,ou não está? Se pra vc ser eliminado na fase de grupos da libertadores é normal pra mim não é.
Tá na hora do departamento de futebol ser cobrado,afinal o Zé tem condições de trabalho bem melhores do que os técnicos anteriores. Se vc não lembra o time do hexa treinava na Gávea e hoje o time treina num dos melhores CTs do País e não há atraso de salário,ou seja,ele tem tudo disponível pra apresentar resultados melhores. Ele tinha obrigação de ser campeão da libertadores?Claro que não, mas de fazer uma campanha digna sim.
Texto lúcido em meio à tristeza e humilhação da torcida e à soberba do EBM.
Se administrativamente essa postura low profile é bem vista, no futebol ela é danosa, porque essa mansidão e conformismo do presidente em não cobrar o depto de futebol e o treinador, acaba refletindo dentro de campo.
O que vimos ontem foi o mesmo time que, contra o inter, no brasileiro passado, achou um gole no início e resolveu recuar, como se isso fosse jogar futebol ou competir desportivamente. Citei essa partida pq foi nela que demos adeus ao título do brasileiro. Contra o palestino foi a mesma coisa.
Ou seja, essa se tornou a postura do Flamengo: um time apático, morno e passivo, que aceita a derrota e joga sem alma, contrariando o seu DNA que sempre foi lutador!
Exatamente, esse é o maior problema.
Se você é um funcionário relaxado que faz o mínimo em vez de se empenhar, e o seu patrão passa a mão na sua cabeça dizendo que tá ótimo, você vai se esforçar mais pra quê?
Isso é muito sério e o EBM precisa mudar essa postura paternalista.
Ótimo texto
Bandeira. Ja lhe mandaram tomar no centro do seu cuh hoje? Eu lembro de ter mandado ontem . Antes de uma noite mal dormida de 4 horas. E vc, deve ter colocado sua toquinha na careca, a sua meia lupo, sua fralda geriatrica e dormiu sono dos justos...