De um lado, os atuais tetracampeões. Do outro, o “time da virada”. Nesta sexta-feira, o Novo Basquete Brasil coloca frente a frente duas histórias, mas só uma terá final feliz. Hegemônico no basquete brasileiro, o Flamengo venceu as últimas quatro edições do NBB e nunca ficou de fora de uma semifinal. Já o Pinheiros é a equipe que mais conseguiu viradas em playoffs em todas as edições da competição, com três no total. A partir das 19h30, no Ginásio do Tijuca, os dois times medem forças no quinto e decisivo encontro das quartas de final. Quem vencer avança e pega o Bauru. Quem perder não terá uma nova chance, dá adeus e passa a planejar a próxima temporada. O SporTV transmite ao vivo e o GloboEsporte.com acompanha em Tempo Real.
Oitavo colocado na fase de grupos, o Pinheiros perdeu os dois jogos para o Flamengo na temporada regular. Em casa e fora. E começou a série de quartas de final vendo o Rubro-Negro abrir 2 a 0. Parecia que o destino da equipe estava selado. Mas não. Com dois jogos impressionantes, os paulistas empataram em 2 a 2, vencendo um jogo no Rio de Janeiro, e igualaram a disputa. Agora, a pressão está dos dois lados. O Flamengo joga pela manutenção do sonho do pentacampeonato e também para impedir a eliminação que determinaria a pior campanha da história. E o Pinheiros, com uma quarta virada, voltaria às semifinais, o que não acontece desde a temporada 2011/12, quando foi derrotado pelo Brasília por 3 a 2.
No Flamengo, o último treino foi em clima de atenção total. O técnico José Neto pediu atenção a todo o instante e trabalhou a defesa carioca, que permitiu 102 pontos do rival no jogo 4. O comandante fez questão de novamente lembrar a melhor campanha da primeira fase, o que garantiu ao time o direito de decidir no Rio de Janeiro ao lado da torcida, que inclusive esgotou os 1.500 ingressos para o jogo desta sexta-feira. Para Neto, ninguém irá tirar nada dos seus jogadores, sem ligar para a pressão de uma possível eliminação em casa.
– Ninguém vai vir aqui tirar nada da gente, como querem. Isso será forte da nossa parte e vamos fazer prevalecer isso. Quando a gente veste uma camisa como a do Flamengo, com a tradição e resultados que conquistamos, essa responsabilidade é uma coisa normal. Não entramos como um time qualquer. Temos que resolver algumas coisas com o coração. Tenho uma confiança grande nesse time. O que eles mais têm é a vontade de vencer. São vencedores. É colocar tudo isso em prática. Só ter as consciência e não aplicar não adianta – disse José Neto, lembrando que a defesa precisa melhorar, mas esclarecendo que os 102 pontos do Pinheiros foram atrelados a 46 rebotes, ou seja, o Flamengo teria feito a equipe rival errar, mas deu a segunda chance, o que não pode acontecer de novo.
Atual MVP do NBB, Marquinhos vem fazendo uma grande série pelo Flamengo com médias de 21,75 pontos e aproveitamento de 56,49%. No jogo 5, mais do que nunca, o Rubro-Negro precisará de suas cestas de três e das infiltrações para não perder a terceira seguida em playoff, o que só aconteceu em 2010/11, quando caiu nas semifinais para o Franca por 3 a 0. Confiante, o camisa 11 não foge da responsabilidade.
– Chegamos no jogo 5 e é bom chegar assim jogando com a torcida ao seu lado. Estou motivado para isso. Essa motivação de jogar com a torcida puxa esse lado de chamar a responsabilidade, não só eu, como Olivinha e Marcelinho. Os jogadores com maior experiência tem que chamar o jogo e a responsabilidade mesmo porque isso vai fazer a diferença para o Flamengo. A torcida faz 100% de diferença. Vai nos apoiar desde o pulo bola. Vamos fazer por merecer, defender muito e torcer para que possamos ter um aproveitamento melhor – garante Marquinhos.
Capitão da equipe, Marcelinho acredita na força da torcida para empurrar o Flamengo para as semifinais. E espera que a defesa dos cariocas funcione melhor que nos jogos 3 a 4.
– Não posso falar por eles, mas é um jogo de vida ou morte. Pela primeira vez no campeonato é um jogo que se perdermos estamos eliminados. É com esse clima que vamos jogar. Temos a vantagem de jogar em casa, sabemos como estará isso aqui e precisamos tirar proveito para passar para as semifinais. O jogo está em um ritmo acelerado, o volume das duas equipes aumentou. No jogo 2 eles só fizeram 73 pontos, é em cima disso que temos que trabalhar – disse Marcelinho.
Holloway: “Gosto de jogar contra a torcida”
Decisivo para o Pinheiros, o americano Holloway vem roubando a cena na série contra o Flamengo. Nas oitavas de final, já havia sido impressionante contra o Vasco, com um jogo 5 perfeito. Agora, se destacou nas duas vitórias que igualaram os playoffs contra o Rubro-Negro. No jogo 4, anotou 32 pontos. Em média, tem 22,75 pontos por partida contra o Flamengo e garante que gosta de jogar diante do torcedor rival, o que lhe dá motivação extra.
– Particularmente, eu gosto de jogar contra a torcida. É uma coisa minha. É uma sensação diferente do que jogar em casa, me empolgo, me traz motivação e me faz ser mais agressivo. Por isso, não tenho problema nenhum em jogar aqui contra a torcida do Flamengo. Pelo contrário. Eu quero. Fomos agressivos nos dois últimos jogos e conseguimos as vitórias. O Flamengo tem um grande time, nomes como Marcelinho e Marquinhos, e precisamos marcá-los muito bem, sem dar espaço, para que possamos vencer novamente. Ser agressivo será a chave do jogo 5 – explica Holloway.
Holloway não é a única arma paulista. O outro americano do time, Bennett, também tem ido bem. Só que foi do banco que veio a “solução” para a mudança de panorama da série. O ala-pivô Renan passou a jogar por mais minutos nos jogos 3 a 4, e mudou a rotação da equipe. Com chute de fora do perímetro, ele mexeu no sistema do Flamengo e deu novo formato ao jogo de xadrez.
– Jogo a jogo vamos pensando nas possíveis formações que possam ter um rendimento bom. Essa é uma que depois dos dois primeiros jogos, pensamos. O Renan é um 4 arremessador, a quadra abre um pouco mais porque a preocupação com ele aumenta. Essa foi a ideia. Funcionou bem. No jogo 4 também, mas o Flamengo já neutralizou um pouco. É aquele jogo de xadrez. As mudanças de formação são para alcançarmos os objetivos. Jogadores que atuaram pouquíssimo até agora podem entrar no jogo 5 e serem decisivos – garante o técnico César Guidetti.
Fonte: Globo Esporte
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As duas últimas partidas foram sofríveis. Vamos ver se esse time emplaca um bom basquete outra vez.
Concordo contigo. O Flamengo tem mais basquete do que mostrou nos jogos 3 e 4. Força Mengão! SRN.