André Rocha: “Everton Ribeiro é o ponta articulador que o Flamengo procurava”

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”Pensando até no time em que atua nos Emirados Árabes (Al Ahli), ele pode atuar nas três posições atrás do centroavante num 4-2-3-1. Ou mesmo num 4-1-4-1, até porque ele foi lateral quando surgiu na base do Corinthians”.

Palavras do treinador Zé Ricardo em entrevista a este blog quando perguntado sobre Everton Ribeiro. O questionamento não foi gratuito. O interesse do Flamengo já era público e havia a informação da negociação bem encaminhada por conta da então iminente venda de Vinícius Júnior para o Real Madrid. Ele só não veio antes porque não havia os recursos para gerar a proposta que convenceu os árabes – seis milhões de euros, cerca de 22 milhões de reais.

Anúncio oficial realizado, apresentação marcada para esta terça-feira, a questão agora é como encaixá-lo na equipe rubro-negra. Everton chega para preencher uma lacuna dentro da proposta de jogo de Zé Ricardo: o ponta articulador, ou o meia que joga aberto e parte do flanco para ajudar na armação das jogadas e criar superioridade numérica no meio-campo, circulando às costas dos volantes adversários.

Zé Ricardo tentou Alan Patrick, depois Mancuello. Sem sucesso, por isso a insistência com os pontas velocistas. Com a vinda de Conca, planejava um teste na função com Diego. Ambos já atuaram como meias pelos lados em outros clubes – o argentino no Fluminense em 2014 e o brasileiro no mesmo ano com Simeone pelo Atlético de Madri. Mas seria uma experiência com jogadores que nunca passaram uma temporada inteira desempenhando a função.

Everton Ribeiro foi o melhor jogador das edições 2013 e 2014 da Série A do Brasileiro pelo Cruzeiro atuando pela direita. Uma jogada forte do time mineiro era o movimento do meia para dentro, abrindo o corredor para a passagem em velocidade do jovem lateral Mayke. No Flamengo é possível até imaginar, por características, Rodinei fazendo essa combinação melhor que Pará, por ser mais rápido.

O mais provável é Everton formar o trio de meias atrás de Guerrero com Diego centralizado e o garoto Vinicius Júnior pela esquerda. A jóia das divisões de base vem mostrando maturidade, desenvoltura e ganhando minutos. Mesmo tão jovem, é disparado no elenco o mais próximo do ponteiro desejado: driblador e que busca a diagonal para finalizar.

A tendência é virar titular em breve, até pela exigência do Real Madrid de vê-lo em campo para chegar pronto na Espanha no ano que vem ou em 2019. A menos que Geuvânio seja mesmo contratado e se firme entre os titulares de imediato. Uma hipótese, por enquanto.

Mas Zé Ricardo, como ele mesmo afirmou, também pode encaixar Conca neste trio de meias, ainda que perca uma opção de velocidade, ou até mesmo em uma proposta ousada, mantendo Vinicius Júnior ou outro ponteiro e atuando num 4-1-4-1.

Improvável, até pela explicação do treinador quando já vislumbrava a equipe com Conca e Diego: um volante ficaria mais fixo na proteção da retaguarda e o outro sairia para um trabalho com o lateral pelo flanco, compensando a menor contribuição defensiva do meia criativo. Com apenas um volante poderia expor demais a última linha de defesa. Talvez uma alternativa para algumas partidas, dependendo da necessidade. Tudo vai depender da forma física dos atletas.

Eis o paradoxo que vive o comandante rubro-negro: a cobrança por resultados imediatos e a esperança do melhor cenário um pouco mais à frente: os três meias criativos em forma e a revelação do clube mais pronta para brilhar.

O Flamengo tem seis pontos na Série A, na segunda página da tabela, a quatro pontos dos líderes Chapecoense e Corinthians. Encara duas partidas fora de casa contra adversários próximos da zona de rebaixamento: Sport e Avaí. Há a chance de se recuperar na tabela com, no mínimo, quatro pontos. Mas duas derrotas podem desencadear uma crise que prejudicaria muito a sequência do trabalho.

Para complicar, junho é o mês das rodadas a cada três dias. Menos tempo para treinamentos e a necessidade de ajustar o time nas partidas de um campeonato mais que equilibrado. Um desafio, sem dúvida.

A boa notícia para Zé Ricardo é que ganha a peça que tanto queria. No setor ofensivo, ele nunca teve tanto talento à disposição.

Fonte: André Rocha | Uol

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  • Esse 4141 seria um sonho. Ficaria exposto, sim, mas quem seria o louco de atacar com tudo um time com esses avançados?

  • dor de cabeça boa pro zé.. espero q agora pare de ser teimoso e paneleiro..
    Pracima deles Mengãooooo

  • Zé Ricardo simplesmente não tem mais desculpas.Com ER,Rhodolfo (que deve ser anunciado ainda essa semana) e o Vinícius Jr começando a mostrar que é a jóia de que tanto falam,ele tem em mãos o melhor elenco do país e tem a obrigação de fazer esse time jogar.

    O problema é que com tanta gente boa do meio pra frente duvido que o Márcio Araújo vá pro banco.

  • sei não Ronaldo ainda não esta pronto para isso, acho co cuelar, bom ou o romulo mais o romulo ainda nao passa confiança o arão e a peça chave nesta defesa junto co cuellar não podemos pensar só em ataque temos que ser equilibrado tanto da defesa quanto no ataque ja que o nosso goleiro não passa confiança

  • Num mundo ideal imaginaria o Ronaldo a frente da última linha de defesa nesse 4-1-4-1, teríamos excelente saída de bola e poder de marcação.

    • Ronaldo realmente é um ótimo volante, temboa marcação e saída de bola,as iria depender muito dos meias voltarem para ajudar na recomposição. Rômulo está uma água de salsicha danada, não mostrou nada ainda, e nosso Tony Kross até tem velocidade na defesa mas na hora de sair se esconde atrás dos adversários.
      Sei que vão me xingar rssss mas pra um 4-1-4-1 eu tentaria o Vaz como o volante, ele não tem cacoete de zagueiro, deixa muitos furos e na hora de sair jogando pensa que é o Beckenbauer, mas tem boa técnica e, como volante pode ser mais marcador que nosso Tony Kross.
      SRN

      • 1º – Parabéns pelo comentário. Concordamos em partes, em especial no primeiro parágrafo (hahaha). Gostei da sugestão, embora não acredite que vá dar certo a opção do Vaz como volante.
        Na minha concepção o Ronaldo seria ideal como primeiro volante, Arão (em boa fase, claro) seria um “área-área” no lugar do conca e, teríamos Vini-Éverton revezando pela esquerda ER-

      • Meio contraditório você dizer que ele tem boa técnica e “na hora de sair jogando pensa que é o Beckenbauer”. Além disso, opinando sobre a sua sugestão, as entregadas recentes e os pontos que deixamos de computar no BR2016 por falhas dele respondem por mim.

        • O que quis dizer foi: Ele tem um bom domínio e bom passe, além de ser ser marcador, porém para a função de zagueiro ele peca principalmente nas bolas aéreas, acredito que ele atuasse melhor à frente da zaga.
          SRN

      • Já passou da hora do FLA continuar subindo de patamar e contratar um 1o volante incontestável, nem que tenha que investir uma grana pesada nisso. O nosso saudoso Presidente disse hoje que a grana do VJR não foi usada para a contratação do ER (tenho minhas dúvidas), então temos grana sim para contratar 1 bom zagueiro e e um 1 bom 1o volante. Alguém aí comentou do NIlton ex-vasco e cruzeiro, acho que ele pode se encaixar bem nesse esquema sem gastar muito.

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