Guerrero fala de Fla, amizades, futuro, seleção e cavalos em entrevista

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Em uma entrevista exclusiva ao Lance! Paolo Guerrero mostrou que aquele cara sério, bravo e que não está nunca para brincadeira dentro de campo é apenas um personagem encarnado. Fora das quatro linhas, o maior artilheiro da história da seleção peruana é um cara tranquilo, reservado e até mesmo tímido.

Na entrevista Guerrero mostrou um lado que pouco é visto. Falou sobre o critério da arbitragem no Brasil, mostrou esperança em classificar o Peru para uma Copa após 36 anos e não se rotulou como ídolo. De forma simples e divertida ele falou sobre tudo, mas principalmente, sobre o Flamengo!

Fala, Guerrero!

Vivendo grande momento em 2017, peruano abre o coração ao LANCE! e comenta sobre os seus objetivos com o Flamengo no decorrer deste ano:

Após essa eliminação precoce no principal objetivo do ano, o grupo passou a encarar a conquista do Brasileiro como obrigação?

“Para o Flamengo, sempre vai ser obrigação vencer todos os campeonatos. Todos os campeonatos são muito importantes para o Flamengo, é um time grande. Sempre vai ter obrigação de vencer os campeonatos. A pressão vai existir. Eu já falei que não é qualquer um que joga no Flamengo, tem que conviver com pressão e cobranças todos os dias. Isso é fato. A gente sabe da importância que todos os jogos têm”.

Como você analisa os primeiro semestre do Flamengo?

Acho que o primeiro objetivo, que era ser campeão carioca, conseguimos. Infelizmente, não estamos na Libertadores, que era outro objetivo importante do time e do clube. Mas ainda temos quatro campeonatos pela frente, que são muito importantes, tem também as Eliminatórias pela frente, pela seleção. Estou focado agora nos jogos importantes que temos pelo Flamengo. É complicado, difícil, mas todo o esforço, ao final, pode trazer grandes resultados.

Para o elenco, qual a maior lição que ficou após a queda na Libertadores para a sequência da temporada?

Essas coisas fortalecem o grupo, mas também entristecem. Hoje em dia, vejo os companheiros mais tranquilos, já tiraram a Libertadores da cabeça. A gente tinha de fazer isso porque estava atrapalhando, atrapalhava o grupo, a nós mesmos. Agora, estamos bem concentrados nos campeonatos que temos pela frente.

Apesar de ter marcado o primeiro gol do Flamengo na vitória sobre o Fluminense por 2 a 1, no segundo jogo da decisão do Carioca (o Rubro-Negro venceu o primeiro por 1 a 0), o atacante valoriza mesmo é a conquista do título, o primeiro pelo clube.

“Pra mim, é importante conquistar o campeonato. Não posso falar de um gol. Um jogador pode ganhar um jogo ou outro, mas elencos e times ganham títulos. Todos são importantes e precisam se unir para ganhar campeonatos. Isso está nos nossos objetivos”.

Só que fora de campo você tem uma personalidade completamente diferente. É isso mesmo? Quando começa um jogo entra um ‘personagem’ em ação?

“Dentro de campo, me transformo, viro outra pessoa, totalmente. Mas acho que não sou o único, todos os meus companheiros. Quando você quer ganhar, tem que botar tudo em campo, seriedade no trabalho, há muita responsabilidade. Sou muito diferente em campo do que fora dos gramados. Sou brincalhão. Gosto de zoar meus companheiros. Sempre bato papo, fico brincando, eles brincam comigo. Temos união no grupo, isso é o que vale, é importante a relação entre os jogadores”.

Rodinei: o ‘fechamento’ do peruano

“Nos falamos muito, o conheço há muito tempo. Sentamos lado a lado e zoamos os outros, brincando. A gente conversa muito também no jogo. Ele já sabe onde botar a bola para cruzar. Ele está fazendo isso. Ele bota a bola na área, isso é importante, já temos que ficar esperando pelo cruzamento”.

O lateral, inclusive, tem um apelido especial: “Chamo ele de Lindo, ele é maravilhoso (risos)”.

Futuro e especulações sobre saída

O seu contrato com o Flamengo vai até o meio do ano que vem. Alguém da diretoria já te procurou para renovar o vínculo?

Não falei com ninguém até agora, com meu empresário também não. Deixo isso na mão dele. Não tento falar de coisas que não tem porque eu falar no momento. Prefiro estar concentrado e focado no trabalho, pensando dentro de campo. Tudo tem o seu momento para falar das coisas. Mas é assim, a gente vive com isso, no momento certo vou falar com meu empresário. Só tenho que pensar em me recuperar, jogamos quarta, domingo…

Apesar de estar satisfeito aqui, muitas vezes seu nome é ligado no mercado de transferências. Mesmo com 33 anos e já ter atuado durante boa parte da carreira na Europa, ainda pensa em atuar por lá?

Estou muito feliz aqui no Flamengo, já tenho quase dois anos aqui. Não vejo dificuldade de continuar aqui. Estou jogando num grande time. Para encerrar minha carreira, claro, gostaria de voltar ao Peru.

A referência das massas do futebol brasileiro

Guerrero deixou o Peru ainda muito cedo para atuar na Alemanha. Será que o jogador tinha em mente que um dia ele jogaria no País do Futebol e nos dois clubes de maior torcida do Brasil?

“Sei que são as grandes torcidas, mais o Flamengo… Tem mais de 40 milhões de torcedores. Boto minha cabeça para pensar nisso, sim, mas prefiro pensar no que tenho de fazer dentro de campo, o que preciso fazer para melhorar. A pressão existe. Tenho que pensar como jogador de futebol… vão ter cobranças. Quando ganha aqui, todo mundo fica tranquilo. Quando não ganha… Às vezes, pesa a perna porque há muitos jogos em sequência, você não pode dar seus 100% numa partida, é complicado, é difícil se recuperar tão rápido para o próximo jogo”.

E o que ele acha do ex-clube estar na liderança do Brasileiro? Será que ele brinca com os ex-companheiros sobre a evolução do Flamengo na competição?

“Não mantenho muito contato. Eles estão agora com uma ótima pegada, com muita confiança lá em cima, mas não está nada decidido, ainda faltam muitas rodadas, temos que chegar lá no topo”.

Seleção do Peru

O Peru chegou nas quatro últimas rodadas das Eliminatórias com chances de classificação para a Copa do Mundo de 2018. Independente da classificação, o craque vê a atual geração como a mais promissora dos últimos tempos. A seleção ocupa a sétima colocação, com 18 pontos.

“Com certeza, há uma renovação do grupo. Quando começaram as Eliminatórias, havia jogadores veteranos, Pizarro, que ainda faz parte do elenco, mas agora há uma renovação total, mesmo Trauco, que tem 21 anos… Meus companheiros vêm jogando na Europa, dois jogam no Brasil, estamos na briga. Para nós, é importante ir jogo a jogo. Temos a ambição de ir ao Mundial e não vamos desistir disso”.

Guerrero ainda não pensa no fim de seu ciclo pela seleção.

“Pelo menos agora, não penso sobre isso, estou me sentindo muito bem fisicamente. Não estou pensando. Quero me sentir assim até quando meu corpo deixar… Vou jogar até quando me sentir fisicamente bem e em alta intensidade”.

A Seleção Brasileira com Tite

Guerrero enfrentou a Seleção quando ainda era treinada por Dunga, e agora sob comando de Tite, que foi seu técnico na época de Corinthians. Alguma diferença drástica?

“O Brasil sempre vai ter um grande time, há muitos jogadores na Seleção e outros que podem estar na Seleção. Eu não achei diferença nenhuma (Tite e Dunga). Os dois times foram bons. Sempre são favoritos na Copa”.

O hobby

Fora de campo, o atacante do Flamengo tem uma paixão: os cavalos. O peruano tem cerca de 17 animais, divididos entre Brasil e Peru. Um deles, inclusive, ganhou o nome de “Rubro-Negro”. Alguns cavalos recebem nomes relacionados ao clube e aos companheiros, mas Rodinei ainda não foi homenageado…

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O Flamengo iniciou com a sua chegada, em 2015, uma sequência de contratações de impacto. Apesar de ser conhecido como clube de chegada, vê com esse atual elenco o clube mais “puro sangue” na disputa dos títulos que tem pela frente?

Acho que todos os anos sempre tem uma renovação dentro do clube. Agora chegaram muito mais reforços. Cada vez, o Flamengo se supera nisso, há renovações, são normais dentro dos clubes que são grandes. Acho que muda muita coisa. Todos os anos, os clubes vão querer mudar seus elencos, isso é normal.

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