Nesta quarta-feira, Dia do Orgulho LGBT, uma das torcidas organizadas do Flamengo tomou a decisão de não cantar mais música com conotação homofóbica contra o Fluminense. Os integrantes da Nação 12, na letra de “Vou descontrolado”, cantam em um trecho: “Eu não sou viado, não sou Fluminense”.

“Informamos que ‘penduramos’ a música que tem o verso com teor homofóbico ao qual nos referimos a um de nossos rivais e pretendemos voltar a cantá-la assim que encontrarmos uma solução para esse trecho”, escreveu a organizada em sua página do Facebook.

“Entendemos que, para zoarmos e diminuirmos nossos rivais, temos n motivos. Como no caso do clube das Laranjeiras, em que podemos citar a ida à Série C, seus quatro rebaixamentos, sua dívida de Série B, terem um presidente do CRF na sua ata de fundação, dentre outros motivos, sem precisar apelar”, afirmou.

O Flamengo, por sinal, se posicionou a favor da diversidade em suas redes sociais.

Leia abaixo o comunicado da Nação 12

Como é sabido por todos, o futebol historicamente é um esporte protagonizado por homens, isso implica diretamente na complexidade que tem a configuração das arquibancadas outrora populares.

Também é amplamente reconhecido por nós que o futebol reflete as contradições e momentos por onde a sociedade caminha e se constrói. Nos marcos do que foi a questão LGBT e a homossexualidade para nossa sociedade como um todo e os organismos internacionais, o futebol e as arquibancadas refletiam esta “cultura”. Apenas em 1990 a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da lista internacional de doenças. 1990 foi ontem.

Cabe ao futebol e às torcidas, repaginarem suas práticas e entenderem os momentos em que a sociedade avança para o respeito à diversidade, da liberdade de cada um e da não exclusão dessa parcela da sociedade em ambientes que ela está presente, mas é invisibilizada, impedida de demonstrar sua essência e identidade.

Muitos hoje – em nossa ótica equivocados – avaliam a pauta anti-futebol moderno como algo saudosista que acha simplesmente ser interessante retornar às estruturas e coisas que reproduzimos num passado/presente. Caracterizando pelas nossas mãos: o “futebol moderno” é um fenômeno que transformou uma paixão em um simples negócio que descaracteriza histórias e culturas. Sendo assim, não nos é coerente achar que ser anti-futebol moderno é uma questão de reivindicar o passado e suas diversas barbaridades, mas sim reivindicar as bases populares em que se ergueu o futebol.

Dessa forma, informamos que “penduramos” a música que tem o verso com teor homofóbico ao qual nos referimos a um de nossos rivais e pretendemos voltar a cantá-la assim que encontrarmos uma solução para esse trecho. Entendemos que, para zoarmos e diminuirmos nossos rivais, temos n motivos. Como no caso do clube das Laranjeiras, em que podemos citar a ida à Série C, seus quatro rebaixamentos, sua dívida de Série B, terem um presidente do CRF na sua ata de fundação, dentre outros motivos, sem precisar apelar.

Aproveitamos também a oportunidade para parabenizarmos o nosso amado Clube de Regatas do Flamengo pelo posicionamento sobre a data de hoje, sendo um dos primeiros clubes do Brasil a realizar tal manifestação (mas não esqueçam que para o FLAMENGO ser de todos, precisam rever essa política de ingressos/ST sem fidelização).

Todos devem ter direito de torcer ao Mais Querido.

Somos todos Flamengo.

#NadaNosPara

#SomosUmaNação