O Flamengo passou um aperto absurdo para conseguir a classificação para as semifinais da Copa do Brasil. A derrota por 4 a 2 para o Santos garantiu a passagem de fase, mas, Deus sabe como. Coração batendo mais forte, frio na espinha, suor gelado, gritos de xingamentos a cada falha do time, e uma vontade de desligar a TV a cada substituição feita por Zé Ricardo, foram os ingredientes deste confronto. Enfim, apesar dos pesares, passamos. Ufa!
Mas, um lance chamou atenção. Quando o jogo estava empatado em 1 a 1, Bruno Henrique recebeu passe de Lucas Lima pelo lado esquerdo, e tentou invadir a área. Réver toca na bola e no atacante. O árbitro Leandro Pedro Vuaden hesita, mas marca o pênalti. Cerca de um minuto depois, volta atrás devido ao aviso do quarto árbitro.
Depois de ver todos os replays, se conclui que, de fato, não houve infração. Entretanto, mesmo com a solução sendo benéfica para a partida, as redes sociais se “inundaram” de rivais usando o mesmo argumento: “O Flamengo sempre é beneficiado pela arbitragem”.
É engraçado, porque alguns torcedores de outras equipes esquecem que alguns títulos foram decididos por equívocos de árbitros e bandeirinhas. Os botafoguenses já se esqueceram que o único título brasileiro que possuem (até porque, convenhamos, considerar Taça Brasil e Robertão como Campeonato Brasileiro é demais), foi fruto de erros múltiplos de Márcio Rezende de Freitas? E os corinthianos, que venceram o Brasileirão de 2005 em um pênalti mal marcado por Márcio Rezende de Freitas, diante do Internacional? E os tricolores, que conquistaram o tricampeonato carioca (83-84-85), com uma ajuda de José Roberto Writght, que não marcou pênalti claro da zaga tricolor no atacante Cláudio Adão, do Bangu? E por aí vai… poderia gastar laudas e mais laudas falando sobre títulos decididos pelos homens de preto/amarelos.
Enfim, os erros acontecem para ambos os lados. Mas, quando é a favor do Mais Querido, gera um quiproquó danado. Pura hipocrisia. Num confronto entre Flamengo x Santos, na casa do Peixe, com Vila Belmiro lotada, um árbitro, em sã consciência vai beneficiar o visitante? Faça-me o favor.
O que mais irrita é ver a tentativa de generalização de que todos os títulos rubro-negros tiveram ajuda da arbitragem. Falam-se tanto das expulsões de José Roberto Writght na Libertadores de 1981, no confronto no Serra Dourada, contra o Atlético-MG, mas esquecem de lembrar que o time do Flamengo era uma máquina, e que tinha totais condições de vencer aquela partida. Estamos simplesmente falando de uma das maiores gerações da história do futebol brasileiro e mundial, que despachou, em apenas 45 minutos, o maior time da história do Liverpool, à época, campeão de tudo na Europa.
Isso apenas reforça como é necessário, no futebol brasileiro, a implantação do árbitro de vídeo. A CBF tem a chancela da FIFA para a utilização, mas, simplesmente não a faz. A única vez que utilizou-se, foi na final do Campeonato Pernambucano, entre Sport e Salgueiro. O Leão venceu, mas a partida foi marcada por polêmicas. Até mesmo o árbitro de vídeo foi questionado. O Salgueiro entrou na justiça, mas, nada adiantou. O time de Luxa levantou a taça.
A CBF alega motivos financeiros para não colocar em prática a tecnologia. Contudo, em 2016, a Confederação teve o maior faturamento da história. Foram R$647 milhões arrecadados. Um lucro líquido de R$44 mi. Segundo estimativas, o custo para a compra dos equipamentos necessários para a arbitragem de vídeo gira em torno de R$20 mi. Como não há dinheiro?
Portugal, outro país que conseguiu o direito pela FIFA da utilização da tecnologia, gastou pouco mais de R$2 mi, para implantar os equipamentos nos 306 jogos da Liga Portuguesa.
De acordo com sua regulamentação, o árbitro de vídeo pode ser usado em quatro situações: quando há dúvida se a bola entrou ou não no gol; quando não ficou claro se foi ou não pênalti; quando o cartão vermelho for aplicado diretamente de forma indevida; aplicação do cartão vermelho ao jogador errado. Ou seja, se estivesse implantado pela CBF, não haveria polêmicas nas partidas contra o Avaí e Santos, em que o Flamengo, injustamente, é acusado de influência externa.
Infelizmente, sem a prática, é fácil ser leviano. Levantar falsa premissa, assim como o Santos vem fazendo com o repórter da TV Globo, Eric Faria; assim como precisamos ouvir as baboseiras de David Braz; assim como, precisamos conviver com as hipocrisias dos rivais!
SRN!
Matheus Brum
Jornalista
Twitter: @matheustbrum
Gostou? Não gostou? Achou o texto embasado? Achou o texto fraco? Deixe seus comentários. Com argumentos, por favor. Toda discussão é válida em prol do futebol e do Mais Querido.
Refêrencias
Portugal usará árbitro de vídeo
Polêmica do uso do árbitro de vídeo no Campeonato Pernambucano
FIFA autoriza Brasil a utilizar árbitro de vídeo
Momentos para uso da arbitragem de vídeo
Erros de arbitragem que definiram campeonatos
Quer ver sua coluna publicada aqui no site? Envie para o e-mail redacao@colunadofla.com
Vasco foi campeão brasileiro em 1974 com irregularidades do árbitro ao Cruzeiro. Botafogo foi assim em 1995.Já o Fluminense no tri do carioca contra o Bangu (e olha que o dirigente desse pequeno clube era o Castor de Andrade).
4º árbitro acaba de ser ouvido na ESPN. Nega que sequer teve contato com
o repórter Eric Faria. No lugar dos envolvidos metia uma ação
indenizatória contra o santos.
o brasil e um país tão corrupto que ja passou isso pra população, e melhor o errado, isso e incrível, como pode um clube que pode ser prejudicado la na frente lutar por uma coisa que esta errado, se não foi penalty porque o santos esta brigando, porque ele não falam que não foi, e que o time deles foi ajudado no lance que era pra expulsar o zagueiro, a desculpa e que a FIFA não permite uso externa, foda-se a fifa, o certo e que não foi penalty e o porque tem que dar, por isso que nosso campeonato não vai pra frente.