Vira e mexe o tema “arbitragem” toma conta de todas as rodas de discussão pós-rodada de um campeonato no Brasil. No último fim de semana, a polêmica envolveu o jogo entre Corinthians e Flamengo pelo Campeonato Brasileiro com o gol anulado de Jô em lance que foi marcado impedimento. O lance era legal.
A Folha de S.Paulo fez um levantamento com base nos dados oficiais divulgados pela CBF. Nesse levantamento, um total de 32 erros foram cometidos pelos sextetos de arbitragem durante os jogos, média de dois por rodada.
Os clubes mais beneficiados são são Botafogo, Cruzeiro, Corinthians e Santos. Os times mais prejudicados com os mesmos critérios são: Botafogo, Sport, Vitória e Chapecoense, todos com mais de duas ocorrências.
Metade dos 32 erros, segundo a equipe de análise de rendimento dos árbitros da CBF é causada pela interpretação errada de faltas dentro da área. Os relatórios da CBF afirmam ainda que houve equívoco em 16 lances de penalidades máximas. Em 13 jogadas os árbitros ou seus assistentes deixaram de marcar o pênalti. Em outros dois lances, houve a marcação de pênaltis inexistentes.
Outros 25% dos erros são relacionados a impedimentos. Há também a anotação de erros sobre o mal uso dos cartões.
“O grande problema que a arbitragem enfrenta hoje é que treinamos dentro de campo. Não adianta só afastar o assistente e deixar ele fora da rodada. Teria que haver um aperfeiçoamento, um treinamento específico para que possa melhorar o seu nível“, disse Marco Antônio Martins, presidente da Anaf (Associação Nacional de Árbitros de Futebol.
Ainda de acordo com o ex-árbitro, a profissionalização da profissão ajudaria a minimizar os problemas com arbitragem.
“O jogador de futebol tem tudo, de psicólogo a nutricionista, e o árbitro não. O árbitro de futebol, que acaba treinando durante o jogo, é o mais importante do espetáculo. Não que os erros vão acabar com a profissionalização. Os erros são inerentes ao ser humano. Mas tenho certeza de que os erros diminuíram bastante“, complementa Marco Antônio Martins.
Nenhum outro time do Brasileiro teve mais de duas ocorrências a favor dele em jogos realizados até a 16ª rodada.
“Usar toda a tecnologia para analisar o árbitro, sem dar as mesmas ferramentas para ele é covardia. Todo jogo vai ter erro“, afirma Martins.
Porque ninguém fala que sem os “erros” das arbitragens as casas de apostas vão perder muito, mas muito dinheiro mesmo?