Ele completou 13 anos. E eu queria poder dizer para esse pequeno grande menino que o tempo não deixa de passar. Mas que ele deve ir passando pelo tempo com a vida cheia de paixão pelo FLAMENGO. E assim andando no mundo por querer chegar, como nos versos do Toninho, ele vai viver os sonhos mais lindos em preto e vermelho. Com aquele olhar doce, cheio de esperança, de amor e fé no Mais Querido. O mesmo olhar que eu vejo nos meninos-leitores, meninos-amigos, meninos-pais, menino-amor-meu, meninos-desconhecidos, meninos-de-redes-sociais, cantando os seus sonhos pelo chão das arquibancadas onde estiver o Flamengo. E nas meninas também. Essas com olhares de paixão que não se mede. Paixão que enlouquece. Paixão que resiste, supera e acontece.
Ele completou 13 anos. E do primeiro ao último mês de gestação frequentou o Maracanã, Volta Redonda, Macaé. Nasceu e já viu mais jogos que eu nos estádios do Brasil. Já torceu pelo Basquete até fora do país. Esse pequeno grande menino nasceu no compasso do passo de dois corações rubro-negros…na marcação do surdo…no grito de gol…na festa do povão…movido pela alegria de SER RUBRO-NEGRO. Ele, AOS 13, foca no jogo. Renasce quando o time avança e a torcida “vem”. Ele acredita quando perdemos as esperanças. Ele sonha quando deixamos de acreditar. Ele vive o Flamengo do rubro e do negro. Ele, AOS 13, sabe que o Clube de Regatas do Flamengo é de TODOS. De todas as gentes. Recebeu a educação de que o espaço da arquibancada que ocupa é plural. Não aceita a elitização e defende a inclusão. Entende de amor ao próximo rubro-negro. Tenho vontade de abraçar cada vez que estou com ele, de contemplar a sua pureza de ser Flamengo, acima de interesses políticos, de grupos partidários, de disputas pessoais, de um Flamengo que não reconhecemos quando esquece do seu POVO.
Ele completou 13 anos. Vem da Baixada. E tem garra, disposição, para lutar pelo Mais Querido. Um VERDADEIRO defensor do manto. Entendeu que em dias ruins, quando nos questionamos se “VALE A PENA PASSAR TUDO ISSO PELO FLAMENGO?” A resposta é SIM e ponto. Quando o juiz apitou o final da partida entre Flamengo x Botafogo, nesta noite mágica de quarta-feira, eu procurei por esse pequeno grande homem rubro-negro, entre tantos que estavam ao meu redor, e fiquei observando ele sendo FLAMENGO. Eu chorei. Vale muito passar QUALQUER COISA pelo Flamengo. Por dores. Por amores. Por dores de amores. Pelas vitórias. Pelas derrotas. Por amigos. Por abraços. Por UM abraço. Pelo drible do Berrío. Pelo gol do Diego. Pela festa promovida pelas organizadas. Pela explosão de ALEGRIA no final da partida. Fazia tempo que eu não chorava no Maracanã. Não aquele choro de lamento que ninguém cala. Mas um choro de catarse, de purificação de alma, de descarga emocional. Levo para o Maraca a história da minha vida. As emoções de um amor. Os sonhos de uma torcedora devota, apaixonada, encantada (algumas vezes devastada) pelo Flamengo. Ele, AOS 13, sem tantas questões, sem decepções, é só AMOR. E eu, através dele, sou MAIS AMOR pelo FLAMENGO.
Ele completou 13 anos. E não sabe quantas lágrimas eu tenho derramado, só em saber que eu não posso mais, reviver o meu passado. Mas ele me olha e entende que eu, assim como ele, ainda tenho sonhos. No Maracanã, eu e ele, entendemos que AMAR O FLAMENGO é ressurgimento. É renascer. Que aquela arquibancada renova a nossa capacidade de sonhar. E não nos faz desistir dele, deles. Sem o Flamengo o Maraca não tem vida. Nem nós. Sem o Flamengo é só futebol. Sem o Flamengo meu coração não tem amor. Nem um amor. O Flamengo é alma acompanhada, que mata, maltrata e arrebata. Feliz 13 anos de Flamengo, Alvarenguinha.
Reprodução: Vivi Mariano/ República Paz & Amor