Reinaldo Rueda, em apenas três jogos, já mostrou bem porque sua presença no futebol brasileiro hoje é altamente justificada. Estudioso, atualizado, conhecedor do adversário batido nas semifinais da Copa do Brasil, o técnico colombiano foi fundamental na rápida melhora de vários jogadores do Flamengo, como Berrío, Cuéllar, Juan e Vinícius Júnior. Não é à toa que a defesa do rubro-negro ainda não foi vazada com ele. Um setor que era deveras vulnerável agora está mais sólido, consistente.
Já era para o Flamengo ter vencido o Botafogo no estádio Nilton Santos. Pimpão foi anulado, e o temido contra-ataque do time de Jair Ventura não aconteceu. Diego, dando sinais de que pode voltar à melhor fase, teve a chance de fazer o gol da vitória, coisa que fez no segundo jogo, entrando na área como se espera mais dele. Os homens de frente do Flamengo, em especial os de beirada de campo, estão barbarizando, como os do Atlético Nacional de Medellín (Berrío incluído) faziam há pouco.
Os laterais do Flamengo, que não são a oitava maravilha do mundo, estão marcando mais, dando menos espaços, como explicou o folclórico Rodinei (a missão maior dele é marcar, não sair em disparada para o ataque de forma tresloucada para o delírio e às vezes o desespero da Nação). O experiente Juan falou sobre a maior solidez do time. Não está criando mais tantas chances, mas está muito mais seguro e competitivo. Isso em questão de 10 dias. Rueda acertou um time que tinha muito potencial, mas que ora pecava pela falta de ousadia ora ficava mais exposto do que devia.
Quando me perguntaram sobre a contratação de Rueda pelo Famengo, eu a defendi com unhas e dentes porque é um profissional que reúne diversas virtudes, a maior seu caráter. Cara simples, teve a grandeza de oferecer o título da Copa Sul-Americana à Chapecoense (não acredito que a Chape seria campeã no duelo contra o ótimo colombiano). Juan Carlos Osorio, também uma pessoa admirável, fez um trabalho excelente
no Atlético Nacional, mas Rueda aprimorou o time de Medellín, tornou a equipe mais firme e competitiva, a ponto de ganhar a Libertadores-2016.
Rueda cai de paraquedas no futebol brasileiro na reta final da temporada, muito perto de conquistar a Copa do Brasil, isso eliminando Jair Ventura, técnico que reacendeu a discussão sobre a presença de treinadores estrangeiros no país, e encarando na final Mano Menezes, que, indagado sobre o tema, lembrou que os técnicos gringos que estiveram recentemente no país não tiveram sucesso (pelo que entendi, ele disse que é bom ter técnicos estrangeiros aqui para todos verem que não são tudo isso).
Um hipotético título do Flamengo na Copa do Brasil mudará a visão de muitos sobre a contratação de treinadores estrangeiros? Talvez não, talvez Rueda seja visto como exceção. Mas é bom quebrar uma sequência de trabalhos contestados e interrompidos de treinadores de fora. Não sou a favor de uma invasão de gringos aqui, mas torço para que os melhores profissionais possíveis, de todas as áreas, engrandeçam o futebol brasileiro. Parece que todos adorariam ter Messi e Cristiano Ronaldo em times nacionai, mas alguns parecem odiar a ideia de Guardiola e Mourinho aqui.
Não adianta contratar profissional por sua nacionalidade, é preciso contratar por sua competência. E Rueda tem isso de sobra, como mostrou nas seleções de Colômbia, Equador e Honduras e, mais recentemente, no Atlético Nacional. Um profissional com experiência no trabalho com a base, que acumulou conhecimento na Europa, que se provou na prática em um calendário tão maluco quanto o brasileiro (o da Colômbia é absurdo também) e funcionou tanto com equipes limitadas quanto qualificadas.
Reinaldo Rueda é o cara certo no lugar certo na hora certa. Em meio a mais uma reunião de treinadores brasileiros (que devem se unir mesmo em torno de muitas causas), surge um estrangeiro que pode contribuir bastante com o futebol nacional, seja com seu trabalho de campo, seja com sua educação, seja com seu didatismo na hora de explicar suas ações, seja abrindo as portas para outros grandes profissionais, seja no trato correto com a imprensa, seja no seu caráter e na sua postura.
Fonte: Rodrigo Bueno/Fox
Quem contratou o Rueda foi a FlaTT. A diretoria queria o Roger, até o português ex-Cruzeiro disse que foi sondado.
E quem tirou o estagiário fomos nós também, a diretoria deveria ouvir mais os apelos(sensatos) da torcida.
“Reinaldo Rueda é o cara certo, no lugar certo, na hora certa”. Muito bom texto. Eu confesso que desde o inicio só intendi a contratação de um estrangeiro por falta de coisa melhor no mercado interno mas embora ainda seja muito cedo entrei definitivamente para o coro dos contentes a maioria da Nação que estava coberta de razão ao achar que Rueda era o que tinha de melhor no mercado. E depois das declarações desses jacus brasileiros como que o Mané Menezes ai é que eu vou torcer mesmo para o professor Rueda dê muito certo no Mais Querido.
Que texto totalmente exagerado, o Rueda é bom sim mas acreditar que num passe de mágica ele irá transformar o Flamengo numa super potencia é demais, calma, o início de trabalho é promissor, não coloquem expectativa demasiada.
Volto a lembrar a galera que o problema do VP continua,e isso acaba influenciando no trabalho do técnico, até quando Bandeira vai acumular as funções?
Se Rueda patinar no gelo num certo momento é preciso de uma capacitada pessoa pra cobrá-lo. Muito bem lembrado.!!
Pois é, tenho a sensação de que estão apenas esperando um título pra jogar todos os problemas pra debaixo do tapete.
Menos, muita calma. É cedo. Até agora apenas o obvio que apenas o Zé não fazia.