Matheus Brum
Flamengo e Cruzeiro farão o jogo de ida. Participando ao vivo do Giro Esportivo, da Rádio Tupi, comandado pelo amigo Wagner Menezes, fui questionado sobre o que pensava da decisão e fui taxativo: no jogo de amanhã, o Flamengo leva pequena vantagem por ter a torcida a seu favor e por jogar no Maracanã. No jogo de volta, dia 27, o Cruzeiro tem pequena vantagem, por ter sua torcida a favor e por jogar no Mineirão. Perguntaram-me se eu estava em cima do muro. Disse que não, mas que realmente penso dessa forma. Do ponto de vista técnico, o Flamengo é mais time. Do ponto de vista do conjunto, o Cruzeiro é melhor. O Flamengo vive o drama de não ter atacantes para o clássico de amanhã. Guerrero está suspenso e Vizeu machucado. Resta o garoto Paquetá ou então a opção de Rueda deslocar Berrío para atuar como centroavante. Não sei se o fará, mas, pela experiência do atacante colombiano, seria uma boa opção. O Cruzeiro tinha sérios problemas defensivos. Porém, com a volta da dupla Henrique-Hudson, fortaleceu o meio-campo e os defensores melhoraram. Esse garoto Murilo está jogando o fino da bola. Leo também tem dado conta do recado.
Sabemos que em uma partida de 180 minutos não pode haver riscos de um lado ou de outro. Acredito que se uma das equipes fizer 2 a 0, acabou. Não creio em reversão no jogo de volta. Por isso mesmo, cautela e prudência deverão ser as palavras de ordem dos técnicos. O Flamengo vive outro dilema. O goleiro Muralha está queimado com a torcida por falhas, principalmente, no jogo contra o Santos, que quase eliminou o Flamengo da decisão. Aliás, um jornal aqui do Rio foi cruel com ele, entrando no lado pessoal. É preciso respeito ao ser humano e à sua família. Criticar o goleiro, com elegância, tudo bem. Partir para o lado pessoal é um crime. Na enquete que fizemos na Tupi, ontem, ficou meio a meio. Alguns torcedores chamavam Muralha de frangueiro e diziam preferir o jovem Thiago. Outros acreditam que, pela experiência, Muralha deve ser mantido. Acredito que Rueda vá com ele mesmo, pois se não o fizer, decretará o fim da linha para o goleiro no rubro-negro. Porém, se Muralha falhar, o mundo vai desabar na cabeça do técnico colombiano.
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A decisão desta quinta-feira é como um jogo de xadrez. Uma peça movimentada de forma equivocada e… tchau! Por jogar em casa, o Flamengo deve tomar a iniciativa, mas não acredito que se abrirá, correndo o risco de tomar contra-ataque do Cruzeiro. O time de Mano é muito capaz nesse tipo de jogada. Será que Mano vai entrar com dois homens abertos, Élber e Alisson, como fez contra o Grêmio? Se o fizer, terá que jogar com um centroavante fixo, pois Thiago Neves nem cacoete de centroavante tem. Talvez, por atuar fora de seus domínios, o Cruzeiro opte pela cautela e entre com uma equipe mais fechada. É um dilema para Mano Menezes, que é muito bem pago para isso, resolver. A briga do Cruzeiro é pela quinta taça. A do Flamengo, se igualar ao Cruzeiro, chegando ao tetra. Maracanã e Mineirão estarão lotados, com certeza. Achei legal a iniciativa das torcidas de se irmanarem. Futebol é isso, gente! A camisa diferente não significa guerra, apenas rivalidade. Que tenhamos uma grande partida e que o Cruzeiro volte a BH com um grande resultado. É entender que haverá mais 90 minutos daqui a 20 dias e que no Mineirão, sua casa, lotado, a tendência é conseguir um grande resultado. Não acredito que o Cruzeiro vá deixar escapar essa chance de ouro de fechar o ano com uma grande conquista – e ainda se garantir na Libertadores do ano que vem. Copeiro que é, o time azul conhece os atalhos de uma decisão de Copa do Brasil, pois, das sete que disputou, ganhou quatro.
