Muitos torcedores entraram sem pagar no Maracanã, na noite de Flamengo 1 x 1 Cruzeiro, primeira partida decisiva da Copa do Brasil. O setor Sul (entrada C) foi o alvo do “bonde” anunciado em redes sociais e concretizado antes da partida, enquanto integrantes de duas torcidas organizadas do time carioca (velhas rivais, embora usem as mesmas cores) brigavam nos arredores do estádio.
A Torcida Jovem (TJF) está banida dos jogos até 2020, desde a morte de um torcedor do Botafogo em conflito com rubro-negros no dia 12 de fevereiro, do lado de fora do Estádio Nilton Santos, também conhecido como Engenhão. Na noite de quinta-feira, componentes da organizada fundada em 1967 enfrentaram seus velhos adversários da Raça Rubro-Negra, criada uma década depois.
Como anunciado pelas redes sociais, houve tentativas de invasão em vários portões do Maracanã. Desta vez não conseguiram no acesso ao norte, onde se concentram as organizadas, tampouco na leste superior, mais próximo para então acessar o tradicional e preferido lado à esquerda das cabines de rádio e TV, saltando apenas uma grade e alcançando o ponto desejado na arquibancada.
Na sul, tanto forçaram que entraram (veja vídeo acima) pelo menos centenas sem ingresso. Já acontecera invasão no jogo semifinal diante do Botafogo, algo celebrado em redes sociais (veja abaixo), com referência a um cântico conhecido da Torcida Jovem do Flamengo — “Um dois, três, solta os bichos de uma vez”. A tática é a de sempre, o chamado “cavalo doido”, com uma multidão forçando a entrada em determinado portão de uma só vez, até romper a barreira.
A conclusão da Polícia Militar é: integrantes da Jovem Fla que já eram violentos, agora que a organizada está banida, fora do programa sócio torcedor corporativo e sem acesso à compra de ingressos, têm comportamento ainda pior. Estaria sem liderança, seu último presidente segue foragido sob acusação de homicídio — clique aqui e leia —, e ainda mais incontrolável.
“Criou-se uma facção, é assim que eles têm se comportado nesses dias de evento”, resume o Major Carlos Vidal Martin, Chefe da Seção de Planejamento Operacional do 6° Batalhão, que comandou o policiamento externo na noite de quinta.
Para ele, parte da organizada vem agindo sem medo de punição, afinal, a torcida está banida e não há mais o que se fazer, na prática, contra ela. Assim, grupos que seriam da TJF enfrentam seguranças, polícia, força os portões externos e invade setores internamente com o objetivo de chegar ao seu local tradicional, atrás do gol à esquerda, no norte do Maracanã. Mais uma evidência de que a punição deve ser ao indivíduo, não ao grupo, algo claramente ineficaz.
Já a Raça, que tem longa rivalidade de brigas com a Jovem, não está banida, o Gepe (Grupamento Especial de Policiamento em Estádios da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro) tem autorizado instrumentos e camisas. Quando na noite da final da Copa do Brasil os dois grupos protagonizaram batalha nas ruas próximas ao estádio, tivemos mais uma evidência do quão inútil é a torcida única, pois o conflito não envolvia cruzeirenses.
Pessoas que se identificam como componentes da Jovem promoveram a mobilização para invadir o Maracanã. Entre os que se manifestaram celebrando o êxito na investida, gente conhecida no meio como líderes destes chamados “bondes”. Utilizar as imagens das câmeras do estádio para identificar e punir é necessário, como forçar líderes desses movimentos que se apresentem à polícia em horários e dias de jogos.
“Nós fomos acompanhando e monitorando a movimentação da Jovem, que circulava o estádio e era barrada pela PM em diferentes portões. Tentaram entrar para o norte pelo lado da Uerj e foi barrada, e assim em outros portões. Então a turba foi se deslocando, até achar um local onde conseguisse entrar”, relata o Major, que pelo rádio se comunicava com os policiais em deslocamento na tentativa de deter os invasores, o que em dado momento não aconteceu.
Durante a transmissão da partida pela TV, companheiros de emissoras que nela trabalhavam não tinham ideia do que estava acontecendo no anel superior, onde a confusão se formara. Torcedores no setor sul, à direita das cabines, querendo ver o jogo na área central, na leste, como chegou a ser dito? Óbvio que não. Eram invasores sem ingresso que entraram pelo sul e queriam (alguns conseguiram), atravessar na marra da sul para a leste e posteriormente da leste para a norte.
Estava claro aquilo para qualquer pessoa que conheça o Maracanã e suas torcidas, que entenda e observe o ambiente onde está inserida e o comportamento desses torcedores/invasores. Um jogo que teve todos os ingressos vendidos para sócios torcedores dificilmente teria tais ações de vandalismo, quebra de grade e confronto com seguranças apenas pelo angulo de visão da partida. Havia algo mais ali, claro.
“Eles queriam não só entrar no estádio, como ocupar o local tradicional onde sempre ficou a Torcida Jovem, é uma defesa de território, também”, acrescenta o Major Martin, que considerou o efetivo de 270 homens na parte externa adequado. “Esses locais de encontro e contato entre torcidas que brigam estão sendo monitorados pela PM, temos desenvolvido ações em locais de confronto, e os participantes precisam sofrer as sanções do código penal”, diz.
Para o chefe do policiamento, a briga entre TJF e RRN ocorreu quando pessoas que seriam da Jovem chegaram à Rua General Canabarro, área frequentada pela Raça. “Foram num pequeno grupo para lá e houve a briga, tinham a intenção de praticar delitos e foram repelidos por torcedores que seriam da Raça Rubro-Negra. Mas ali havia também familiares que gostam de ficar perto da bateria, cantando, curtindo de maneira saudável, isso tem que ser incentivado”, explica.
O policiamento se instalou em pontos estratégicos, como nas saídas do metrô, e ao mesmo tempo procurava ficar mais atento aos novos deslocamentos de grupos. Numa espécie de clandestinidade, a Jovem, ou quem dela seria integrante, se transformou num problema ainda maior. Se oficialmente ela não existe mais, na prática mantém sua capacidade de mobilização, tornando o trabalho do policiamento ainda mais difícil nessas ocasiões.
“A Jovem funciona como várias células, grupos regionais, os pelotões, com lideranças próprias que precisam ser identificadas. Precisamos pegar os de segundo escalão, que se comunicam entre si e têm capacidade de organização, jogar um holofote, identificá-los e prendê-los, isso é trabalho de investigação, da polícia civil. Precisa haver quebra de sigilo telefônico, etc”, sugere o Major do 6º Batalhão.
Marin acrescenta que, sobre a Raça, o Gepe já está com uma representação em andamento, junto ao Jecrim (Juizado Especial Criminal). Ele pede que o clube também se envolva e seja cobrado, pois essa torcida ainda compra ingressos direto do Flamengo, como outras organizadas, por intermédio do chamam de Sócio Torcedor Corporativo — clique aqui e saiba mais. O blog questionou, via assessoria de imprensa rubro-negra, a respeito do que pode acontecer com a RRN devido à briga de quinta-feira, mas ainda não obteve resposta.
Marcos Vidal, que é o presidente interino da Torcida Jovem do Flamengo, rebate as acusações sobre o grupo. “Quem nos acusa deve provar que eram componentes da Jovem nessas confusões. Entendo que pelo histórico da torcida as pessoas nos apontem como responsáveis. Eventualmente pode ser um ex-integrante ou alguém que nunca foi da torcida”, alega ele, que, assegura, não foi ao jogo.
Para o líder da organizada, nem mesmo tendo uma tatuagem da Jovem o sujeito prova ser dela integrante. “Se eu fizer uma da PM, nem por isso serei da Polícia Militar. Conheço um cara que tem tatuagem da Jovem, uma da Raça e outra Urubuzada. Se ele fizer algo errado as três torcidas serão penalizadas?”, questiona.
O presidente interino da TJF defende a punição aos indivíduos. “Em qualquer classe a pessoa responde sozinha, exceto se ficar comprovado o erro coletivo, seja policiais, médicos, professores”. Nisso ele e o Major Martin concordam: “A única saída é tratar pelo código penal, não pelo estatuto do torcedor, que é muito brando para casos como esses”, afirma.
O chefe do policiamento lamentou o fato de o Jecrim só funcionar no Maracanã na hora do jogo. “A PM atua de forma preventiva, tanto que seis horas antes da partida já havia policiamento. E tivemos muita apreensão de ingressos falsos desde cedo. Mas sem o Jecrim o cambista é detido cedo e fica horas lá dentro, aguardando. Isso nos obriga a tirar um policial da rua para acompanhá-lo até a hora em que o juizado começa a operar. Perco um policial, que sai da rua para tomar conta do cambista. Precisamos aprimorar isso urgentemente”, adverte.
Problemas de difícil solução num Estado que tem outros ainda maiores e não sabe como solucioná-los. O Maracanã, sua situação confusa quanto à gestão, e os tumultos que marcam alguns de seus jogos mais concorridos apenas refletem o que se passa no Brasil e mais especificamente no Rio de Janeiro. Em meio ao caos, como o futebol poderia ficar de fora?
Fonte: Mauro Cezar Pereira/ESPN
Olha a chave de perna da mulher ! Sexo frágil é o caramba.
Isso aí não é chave de nada… É só virar o pescoço e empurrar o joelho dela pra cima, que sai facinho… Se o outro braço tiver liberado ainda enfiava o dedo no cu dela !
E aí, o culpado e Presidente do Botafogo, o Carlos Eduardo Pereira??
Esse é outro bosta, uma coisa nada tem ver com outra.
Solução?
Coloca o bope ou o choque armado de fuzil com permissão pra usar força letal caso for preciso, rapidinho os bandidinhos organizados somem.