JP Batista está mais leve. E motivado. A derrota para o Pinheiros, nas quartas de final do último Novo Basquete Brasil, já cicatrizou, mas trouxe ensinamentos. Em seu terceiro ano no Flamengo, o pivô colocou em prática um planejamento pessoal para ter sua melhor temporada com a camisa Rubro-Negra. Na derrota para o Vasco, pelo Torneio de MG, era nítido que o pernambucano está bem mais magro. Em 2016/17, JP jogou com 122kg, e perdeu cinco para 2017/18, atingindo os 118kg. O cuidado com a alimentação trouxe mais mobilidade em quadra e diminuiu o risco de lesão. A fome agora é por vitórias com o time da Gávea e por um lugar na seleção brasileira nas Eliminatórias para o Mundial de 2019, na China.
– Estou muito motivado. Ano passado era uma temporada em que tínhamos grandes expectativas e que acabou não dando em nada. Então, estou com fome de vitória. Estou muito concentrado em talvez ter a minha melhor temporada no Flamengo. Essa é a minha ambição. Desde que comecei a preparação com a seleção brasileira, para a AmericaCup, foquei na alimentação. Estou mais leve esse ano, ciente que terei um volume maior que no ano passado. O MJ Rhett chegou agora e vai fazer mais a parte de quatro, não tão cinco, então estou super focado na alimentação. Acho que dos meus três anos de Flamengo, é o que estou me sentindo melhor fisicamente. Quero fazer de tudo para ajudar o Flamengo a retomar essa taça – garante JP Batista, que fez um trabalho com o nutricionista Leonardo Acro, que também já trabalhou no futebol do Flamengo.
A derrota para o Vasco, neste domingo, em Belo Horizonte, doeu, mas JP pensa na temporada como um todo. O plano começou antes mesmo do Flamengo retomar os treinos. Em casa, JP cuidou da alimentação. E como foi convocado para os treinos da seleção brasileira e depois jogou a AmericaCup, em agosto, iniciou os trabalhos antes do restante da equipe. A opção por “secar” está ligada também a vontade de prolongar a carreira. O pivô completou 36 anos neste domingo, e além de uma maior mobilidade, acredita que diminuiu o risco de lesões com o novo peso.
– Com o tempo, a idade vai chegando e você vai entendendo a importância das pequenas coisas. Você precisa tomar conta do seu corpo, é o seu instrumento de trabalho. Me sinto mais leve, a tendência de lesão cai bastante. Chegamos a certa idade, queremos prolongar o máximo possível. É questão de foco pessoal. Eu tomei essa decisão, foi uma coisa minha, uma vontade própria, e então levei adiante – garante o jogador, que estará em ação pelo Flamengo a partir do dia 7 na fase semifinal da Liga Sul-Americana, contra Pinheiros, Estudiantes Concórdia e Olimpia.
Na temporada passada, o Flamengo não atingiu seus objetivos. Por conta da punição da CBB pela Fiba, ficou de fora da Liga das Américas. E no Novo Basquete Brasil caiu nas quartas de final para o Pinheiros. Com quatro reforços para este ano e a manutenção da base de 2016/17, Batista crê na volta da hegemonia, mas diz que o Rubro-Negro precisa melhorar muito.
– Temos muito que melhorar. É a realidade. Nesse torneio não dá para calcular. Estamos dosando o elenco. O nosso próximo objetivo é a fase seguinte da Liga Sul-Americana, não podemos chegar aqui com ambição de querer ganhar todos os jogos e saturar todo mundo. São seis jogos em sete dias. Na temporada inteira não teremos uma sequência dessa. Temos que ser inteligentes, dosar minutos. E ter intensidade nos minutos que estiver em quadra. A vontade de ganhar é grande, mas temos que pensar no restante da temporada – conta JP Batista.
O trabalho de JP foi elogiado pelo preparador físico do Flamengo, Diego Falcão. O profissional lembrou que o pivô é um dos mais aplicados da equipe e que cumpre todo o programa passado pela comissão técnica. Frisou também que a opção por ganhar mais mobilidade em quadra foi dele mesmo ao perceber que nesta temporada teria um volume maior de jogo por conta da formação do elenco Rubro-Negro para 2017/18.
JP ficou fora da primeira lista do Brasil para as Eliminatórias. A seleção pega o Chile, no dia 24 de novembro, e depois a Venezuela, no Rio de Janeiro, no dia 27. Batista trabalha de olho nas próximas oportunidades com o técnico Aleksandar Petrovic, croata contratado pela CBB para dirigir o país no ciclo até Tóquio 2020. Essa novidade também motivou o pernambucano, que não pensa ainda em Olimpíada, mas quer participar o máximo possível desse novo projeto.
– Quero participar. Até Tóquio talvez é pensar longe. Foco no agora. Temos que ter ambição, ter nossos objetivos. Seleção para mim é muito importante. Estou me sentindo bem, porque não? O Petrovic pode trazer muito. Essa escola europeia, Croácia, Sérvia, joguei muito contra eles. O Rubén quando chegou também acrescentou muito. Com a chegada do Petrovic temos muito a ganhar.