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GE: “Choque de culturas: o que Rueda quer e o que atletas entendem no Flamengo”

Anunciado pelo Flamengo no dia 14 de agosto, Reinaldo Rueda tem 24 jogos, com nove vitórias, nove empates e seis derrotas. A classificação no mata-mata contra o Botafogo em poucos dias de trabalho, as mudanças pontuais (a principal delas foi a condição de titular absoluto do compatriota Cuéllar) e o apoio da torcida fizeram parte do início do casamento do colombiano com o clube. Sem perder a moral com os torcedores, a queda de rendimento do time recente trouxe questionamentos internos ao Rubro-Negro.

Rueda conversa com Vinicius antes de substituição: treinador tem aproveitamento de pouco mais de 40% no comando do Flamengo (Foto: Gilvan de Souza)

Com currículo invejável, o treinador colombiano de duas Copas do Mundo e de 60 anos, atual campeão da Libertadores com o Atlético Nacional, sente a adaptação ao futebol brasileiro. Alguns formatos de treinamentos e constantes mudanças nas escalações geram comentários de insatisfação em alguns jogadores do elenco rubro-negro – reações publicadas anteriormente pelo comentarista Mauro Cezar Pereira, da ESPN.

Nas últimas semanas, o GloboEsporte.com buscou informações e ouviu relatos diversos sobre o dia a dia de trabalho com o experiente “profe” colombiano. O objetivo: entender o que é feito sem a presença das câmeras (os treinos são fechados) e, também, a quantas anda a reação do elenco ao treinador.

Os relatos são retrato da impressão causada pelo trabalho de Rueda num ambiente pouco afeito a novidades, que é o dos boleiros. Há um choque de métodos e a consequente reação de atletas, apesar do respeito pelo treinador no dia a dia.

Preferência por campo aberto

Com três meses de trabalho e pequeno intervalo entre um jogo e outro, Rueda opta por treinos de campo aberto, semelhantes a coletivos. Quase não pratica atividades em campo reduzido, como hoje é comum no futebol brasileiro. O colombiano também costuma trabalhar bastante jogada de bola parada, mas os efeitos em campo não têm sido satisfatórios.

Ainda segundo pessoas ouvidas pelo GloboEsporte.com, há escassez de treinos táticos e específicos nas atividades comandadas pelo treinador colombiano. Nas últimas partidas, principalmente nas derrotas para Palmeiras e Curitiba, o Flamengo teve muitas dificuldades para criar jogadas e optou por bolas alçadas na área adversária – uma crítica que era muito comum nos tempos de Zé Ricardo.

A explicação para o modelo de treino de Rueda é que o colombiano busca reproduzir conceitos que o levaram a ser vencedor no Atlético Nacional. O treinador divide o campo em três fatias. Com faixas brancas, setoriza defesa, meio de campo e ataque.

No fim da noite de sábado, a reportagem recebeu do Flamengo o seguinte:

“A maioria dos treinamentos do Rueda trabalha a parte tática, tanto na antevéspera, quanto na véspera dos jogos. Mesmo quando usa o campo todo, demarca os setores com fitas para organizar e ajustar o posicionamento de ataque, meio e defesa. Nos treinos realizados em campo reduzido, prioriza a ocupação dos espaços, a posse de bola e a agilidade para criar jogadas. Suas equipes sempre se caracterizaram pela organização defensiva e saída inteligente para o ataque.

Este tipo de questionamento é “muito pouco” para um treinador que já conquistou tudo que conquistou, com destaque para duas classificações e disputas de Copas do Mundo (2010 com Honduras, e 2014, Equador); colombiano que mais disputou mundiais (cinco, somando seleções principais, de base e clube); indicado a melhor técnico do ano em 2016; campeão de títulos nacionais e internacionais, incluindo a Libertadores de 2016″, enumerou o Flamengo.”

Rueda e Redin conversam no treino do Flamengo: dupla tenta levar conceitos que praticavam no Atlético Nacional (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

Durante as atividades, Rueda mais observa do que fala com os atletas. Ele prefere anotar num caderno suas observações e conversar antes e depois das sessões de treinamento com o grupo todo. Pede que a última linha de ataque ou defesa seja sempre agressiva para entrar na área ou retomar a bola.

Mexidas no dia de jogos

Antes do Fla-Flu do Brasileiro (1 a 1, de outubro), o treinador colocara em campo na maioria dos treinos anteriores ao clássico Trauco, Willian Arão e Felipe Vizeu. No dia da partida, escalou Pará na esquerda, Rômulo, depois de longo tempo sem atuar, e Lucas Paquetá no ataque, o que causou incômodo e estranheza no grupo.

Rueda tem por rotina avisar aos atletas a equipe no dia das partidas, para ter efeito de deixar o elenco inteiro ligado e pronto para o jogo. É um método de trabalho, que visa testar uma ou duas alterações nos dias de treinos para observar como se comporta um eventual reserva entre os titulares. Mas as alterações de véspera hoje em dia são mais raras.

No fim da noite de sábado, a reportagem recebeu do Flamengo o seguinte:

“Todas as formações são amplamente treinadas com opções para o decorrer da partida, deixando que todos os jogadores estejam preparados para performar da melhor maneira. Além disso, o treinador realiza duas palestras técnicas, sendo uma na véspera, e outra no dia do jogo, com instruções voltadas para a partida. Após as duas reuniões, os atletas que irão para o jogo recebem informações individuais , com possíveis ações dos adversários e o que nosso time deve fazer durante os 90 minutos.”

Rômulo cabeceia no treino de fundamentos: contra o Fluminense, no Brasileiro, ele foi a surpresa de Rueda (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo.com.br)

Diferença na preparação física

Como chegou em meio à temporada, com Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Sul-Americana a todo vapor, Reinaldo Rueda encontrou um elenco sobrecarregado de jogos e viagens. Como de costume quando há troca de comando em um clube, houve mudanças na preparação física dos atletas.

E, também, segundo as informações colhidas pelo GloboEsporte.com, houve a sensação de sobrecarga no trabalho do preparador Carlos Eduardo Velasco, compatriota de Reinaldo Rueda. Jogadores se sentiram mais desgastados após treinamentos.

Logo na primeira semana de Rueda, Willian Arão chegou a comentar, em coletiva de imprensa que “não estava acostumado com esse tipo de cobrança, esse tipo de intensidade”. A principal mudança é de que há um aquecimento mais prolongado que é feito por Velasco depois da primeira parte das atividades na academia do clube.

No fim da noite de sábado, a reportagem recebeu do Flamengo o seguinte:

“Cada comissão técnica tem um estilo de trabalhar. As mudanças em relação ao método anterior são mínimas, mas sempre adaptadas à filosofia definida pelo Centro de Excelência e Performance do Flamengo, o que vem sendo aperfeiçoado no dia a dia.

Em 2016, o CEP Fla virou referência na prevenção e recuperação de lesões. Este ano, ocorreram alguns exemplos, como Guerrero e Willian Arão, que realizaram trabalhos específicos de recuperação voltados para jogos da Copa do Brasil, entraram e corresponderam; e atualmente o Réver, que iniciou a fase 5 da recuperação. Dentre todas as atribuições, cabe ao CEP Fla repassar as informações de desgaste de cada atleta, por isso muitos são retirados de treino ou jogo para evitar lesões e poderem se recuperar 100%.”

Discurso conquista torcedor e diretoria

Abatido após a derrota em Curitiba, Rueda parece desgastado com o rumo do time às vésperas das partidas da Sul-Americana. Depois da derrota por 1 a 0 para o Coritiba, quinta-feira, o técnico disse que “não tinha palavras para explicar” a atuação muito abaixo da média do Flamengo. Foi a primeira reação que não foi encarada como positiva na frente dos microfones.

De maneira geral, nas entrevistas coletivas o treinador agrada em cheio, tanto a torcedores quanto à diretoria. Sentem no treinador a indignação para ganhar as partidas e de cobrança que faltava ao antecessor Zé Ricardo. Era comum ver o atual treinador do Vasco elogiando as partidas do Flamengo em derrota e empates.

Rueda é mais enfático e enérgico nos insucessos, fazendo cobranças duras dentro do vestiário e depois as transmitindo nos microfones.

Fonte: globoesporte.com

Coluna do Flamengo

Ver comentários

  • O que nais me irrita é ver que os caras ganham mais de 100mil por mês e ainda querem treino levo para não ficarem cansados.

  • O cara não tem nem 4 meses no Brasil, esses fdps tudo sem sangue que são os culpados

  • O Rueda quer treinar e os sangue-sugas querem vagabundar. Comemoram eliminação para o Palestino para descansar. Time sem alma, sem sangue, sem raça e sem amor ao Flamengo. Totalmente contaminado e protegido pelo banana mor e sua trupe.

  • Nitidamente está havendo um boicote por parte de jogadores que gostavam de mandar no time na época do Zé Ricardo, lembro que até para fazer uma substituição o Zé Ricardo ia conversar com jogador, dando a falsa impressão de que eles é quem manda em alguma coisa, e hoje com um treinador de verdade, eles querem derrubar para voltar a querer mandar no time, minha esperança de que isso não aconteça e que metade desse elenco va embora

    • Justamente amigo, o negocio é mandar esses falsos profissionais embora, deixar o rueda montar o time com profissionais de verdade. Esses come e dormi tem que está longe do mengão

    • Eita... é tão difícil assim aceitar que o problema NÃO ERA O TÉCNICO? &;-D

      • Eita... É tão difícil tu acordar e cobrar esses jogadores que só querem conforto e A DIRETORIA que passa a mão na cabeça deles?

        • E é tão difícil assim apoiar e deixar as cobranças para o final da temporada? &;-D

          • Sim. Por que eu iria cobrar no final do ano se eles fazem corpo mole desde o começo? Irei cobrar resultados que eles podem dar agora. Apoiar o time eu apoio durante o jogo, depois do jogo se jogou mal eu vou cair em cima mesmo pra esses jogadores tomarem vergonha na cara e souberem o que é Flamengo.

      • Menos cara, preciso falar mesmo?
        De todo o trabalho ruim que ele fez

  • Os incômodos dos jogadores são o treino pesado e a cobrança dura pelas derrotas mas o incomodo está longe de ser a derrota.
    Não precisa nem mais comentar

  • Moral da história. O estilo do Rueda serviria pra ir comandar o Botafogo , que é o time que se retranca pra jogar nos contra ataques e não o Flamengo que tem a posse de bola e busca sempre o ataque , daí quando ele pega um time que joga no estilo dele o time fica perdido jogando bola pra dentro da área.

    • No Atlético Nacional ele só jogou na retranca, quando foi campeão da Libertadores?

      • Ele sempre jogou no estilo do Botafogo , se retranca e saia nos contra ataques

        • Eu percebi a retranca quando ele ganhou do São Paulo no Morumbi, com o toque de bola

          • Eu tive o prazer de ver aquele jogo. Acho que pra alguns torcedores que chamam Rueda de retranqueiro, vale a pena procurar VT. Engoliu o São Paulo com uma aplicação tática e toque de bola refinado.

    • Jogar fechado não quer dizer necessariamente uma retranca. Pessoalmente, gosto de times que focam na marcação e buscam as oportunidades para fazer 1x0 e administrar resultados. Ganhamos um monte de partidas assim no BR-2016 com o Zé Ricardo. O problema é que sob o ponto de vista da mídia e do torcedor, eles vêm esta metodologia como "covarde e não faz jus à tradição do clube em dominar e jogar para frente para praticar um futebol bonito". Resultado: o Zé Ricardo "tentou" implantar esta filosofia, acabamos expondo nossas fragilidades defensivas e por fim, passamos a empatar/perder mais jogos se comparado o ano passado, no qual "vendíamos caro as derrotas"!

      E o mais interessante: enquanto que no ano passado tivemos um dos ataques menos positivo da competição, esse ano lideramos no quesito de time que mais fez gol no ano! No entanto... Diferente do Flamengo, o Botafogo não tem essas manias de grandeza e o Jair Ventura teve mais tranquilidade de manter o bom trabalho que vinha fazendo. Eis o resultado: sem ser brilhante, o time de General Severiano vence e convence!

      Por isso, digo: GRANDE PARTE DA MÁ CAMPANHA DO TIME É JUSTAMENTE POR CAUSA DAS EXPECTATIVAS E COBRANÇAS DOS TORCEDORES!!! &;-D

      • Chega pra um torcedor do Botafogo e fala assim:

        "SEU TIME VENCE E CONVENCE!"

        Ele vai por fogo na sua cara. Sem trocadilhos, claro.

  • Dia desses na ESPN mostrou o gol do Palmeiras, onde o Moisés passa do Meio campo com a bola, e o jogador de marcação mais próximo, está a mais de 9 metros de distância, deixando o cara a vontade pra lançar a bola nas costas da defesa. O jornalista questionou se alguém acha que o Rueda pede pro time fazer essa marcação frouxa.

  • Quem refresca ku de pato é lagoa. Quem ficar de corpo mole, manda pra Lagoa brincar de pedalinho com a papelada da recisão.

  • O adversário entra apertando esse time de mulas e eles entregam. A insistência na escalação de jogadores que pouco podem entregar como Márcio Araújo, Pará, Renê, Vaz entre outras asneiras fez com que o time se perdesse ainda mais. A falta de vontade dos jogadores é notória, os chutes de fora da área uma raridade.

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