As confusões dentro e fora do Maracanã na final da Copa Sul-Americana assustaram torcedores de todas as idades que tentavam entrar no estádio para acompanhar a partida. As crianças, é claro, acabaram mais afetadas pelas cenas de violência, pelo gás de pimenta, pelas bombas… Por isso, o Flamengo levou esses pequenos rubro-negros para uma ação no Ninho do Urubu, com o objetivo de desfazer a imagem negativa gerada pelo tumulto.
De acordo com o vice-presidente de Tecnologia da Informação do clube, Luiz Filipe Perusin Teixeira, que representou o presidente Eduardo Bandeira de Mello no evento, a ação é uma tentativa de abraçar aqueles que foram “afetados pela selvageria de quarta-feira” e levar sorrisos aos pequenos torcedores neste fim de ano.
Além de conhecerem todo o centro de treinamento do Rubro-Negro, as crianças tiveram uma surpresa. O zagueiro Juan, ídolo do clube, recepcionou os jovens torcedores no vestiário do Ninho do Urubu e participou de uma “coletiva” com perguntas feitas pelos pequenos rubro-negros. O jogador lamentou as confusões que aconteceram na final da Sul-Americana.
– Infelizmente, a gente não tem como apagar aquilo que aconteceu, mas podemos reaproximar esses pequenos torcedores do clube. o estádio é um lugar de todos os torcedores: crianças, idosos, homens, mulheres. Todo mundo tem que estar com o intuito de torcer em paz.
Além disso, o zagueiro contou que viveu uma situação parecida com a dos pequenos no final da década de 1980, em uma partida entre Flamengo e Grêmio, pelo Campeonato Brasileiro, em um antigo Maracanã superlotado.
– O acesso por aquelas catracas era bem difícil. Eu fiquei ali no meio espremido, com muito medo. Tinha 9 ou 10 anos. Chorei naquele dia. Mas nem por isso deixei de frequentar os estádios e continuar com a minha paixão pelo futebol. Espero que essas crianças não fiquem traumatizadas, que possam voltar. E que esse evento seja um marco, para que possamos mudar esse jogo e trazer paz aos estádios – disse Juan.
Ao que tudo indica, essas crianças estão seguindo o conselho de Juan. Durante a exibição de lances históricos do clube, os torcedores, apesar da pouca idade, reconheciam jogadores das mais diversas épocas, de Nunes a Vizeu, e mostravam que a paixão pelo Flamengo corre nas veias desde a infância e segue intacta, apesar dos acontecimentos recentes.
Se na final da Sul-Americana o pequeno José de Hollanda sofrera com os efeitos do gás de pimenta após a partida e suplicara a Deus que não o deixasse morrer, o semblante do menino de 7 anos era outro no Ninho do Urubu. Com um largo sorriso mostrando a ausência dos dentes de leite da frente recém-caídos, típico de crianças dessa idade, o pequeno rubro-negro promete voltar ao Maracanã para acompanhar o Flamengo.
– Eu não sei (o que aconteceu), fiquei com medo. Não sabia o que estava acontecendo. Fiquei nervoso. Quero voltar ao Maracanã. Não esqueci (a confusão), mas quero voltar.
Os irmãos Beatriz e Pedro sequer conseguiram assistir à partida, que deu o título ao Independiente, apesar de morarem perto do estádio. A jovem de 14 anos conta que precisou se abrigar em uma área cercada por policiais por conta da confusão em frente à entrada E do Maracanã.
– Meu irmão estava com o rosto todo ardendo, ele começou a chorar muito. Todo mundo estava com o rosto ardendo. Teve até bala de borracha lá. Meu irmão achou que ia morrer. A gente foi para casa, nem deu para entrar. Nós não fomos ao jogo.
Mesmo depois de vivenciar os momentos de tensão e não conseguir entrar para acompanhar a partida, Beatriz garante que quer voltar ao estádio.
– Não perdi a vontade de ir ao Maracanã. Acho que vale a pena ir ao jogo, sempre.
Já Pedro ainda não sabe se voltará. O menino de 12 anos afirma que não tem certeza se iria a uma partida de maior apelo, mas vê a ação no Ninho do Urubu como uma maneira de diminuir a angústia que viveu na final da Sul-Americna.
– Fiquei triste por perder o jogo. Voltaria dependendo do jogo. Se for uma decisão de Libertadores, não sei se eu volto. Mas hoje me aliviou bastante. Fiz as pazes (risos) – declarou.
Reprodução: Globoesporte.com
Em 2018 to com um péssimo pressentimento.
Vai dar merda. Temos que nos concentrarem ficar na Série A, tá seguindo todo o roteiro do Internacional.
Espero que o Flamengo tenha de vez acordado para a importância desse tipo de evento e que este possa ocorrer com constância ao longo do ano.
Sem ideias? Olhe o que as franquias da NBA fazem ao longo do ano – isso jogando dia sim e dia não, sem contar que treinam nos dias dos jogos -.
Quando os jogadores atuais não puderem estar presentes, usem os craques do passado como embaixadores e levem a garotada ao museu do Flamengo, visitem hospitais infantis, etc, etc
SRN