Não foi exatamente o teste mais complicado do mundo. Como ficou claro durante quase todas as partidas do Flamengo no campeonato estadual desse ano, a situação da equipe rubro-negra diante dos rivais, sejam grandes ou pequenos, vem sendo mais ou menos a mesma de um homem adulto jogando FIFA contra seu primo pequeno, com a diferença de que nenhuma das equipes rivais tentou ainda justificar sua derrota alegando que o joystick estava quebrado ou chamou a própria mãe na sala pra brigar conosco. Mas ainda assim a vitória de 4 x 0 diante do Madureira, a última partida do time titular antes da primeira partida realmente importante do ano, a estreia na Libertadores contra o River Plate, permite algumas observações interessantes.
Primeiro é a evolução do time dentro do novo esquema 4-1-4-1 de Carpegiani, um esquema que privilegia o talento dos meias, dá espaço para jogadores em ascensão como Paquetá e finalmente tira o Flamengo do famigerado 4-3-3 que começou como solução com Zé Ricardo mas rapidamente se tornou tão previsível que os sites de apostas nem aceitavam mais que você colocasse dinheiro em jogos do nosso time. Aumentamos a criatividade no meio de campo e o volume de jogadas ofensivas? Claro. Mas o esquema segue sem testes contra equipes de qualidade e mesmo contra times mais fracos ficou claro que em dados momentos o único volante fica bastante exposto, principalmente nos contra-ataques, o que contra um equipe mais eficiente pode se tornar fatal.
Depois é a questão dos laterais, que continuam sendo um dos pontos fracos da equipe nesse começo de temporada. Se na direita temos Pará, que é nulo ofensivamente mas defende mais ou menos e Rodinei, que participa mais no ataque porém falha na defesa, na esquerda vivemos basicamente o mesmo dilema com Renê e Trauco, onde um até sabe fazer a cobertura mas só conheceu a linha de fundo através de um documentário da Netflix e o outro é capaz de bons cruzamentos mas consegue ser driblado nos treinos até mesmo pelo lateral Maurinho, que não frequenta os treinos pois já abandonou o futebol e estava trabalhando como auxiliar técnico no Bragantino. Diante das declarações de Rodrigo Caetano de que esses são os atletas da posição para a temporada, só resta torcer para que no atual esquema, que exige menos deles, os laterais não comprometam tanto quanto na temporada passada.
E ainda que exista sim espaço para algumas discussões sobre a escalação de Carpegiani – Vinícius Jr não merece ser titular? Ronaldo não seria uma opção melhor do que Jonas? – a sensação que temos é a de que o Flamengo que enfrentará o River Plate na quarta que vem será o melhor possível dentro do elenco que temos e da escolha tática que o treinador fez. Isso será o bastante pra vencer a tradicional equipe argentina dentro de um Engenhão provavelmente vazio? É complicado saber, já que por enquanto não tivemos nenhuma partida que pudesse ser um termômetro real da qualidade desse time mas sim uma série de jogos-treino com variados níveis de indigência técnica. O que nos resta agora é torcer pra que quando o ano finalmente começar o time consiga vencer com a mesma facilidade com que venceu durante essa longa pré-temporada que vem sendo o Carioca.
Reprodução: ESPN
Não é bem assim não. O Flamengo penou pra ganhar do Nova Iguaçu e Boavista. O jogo fácil contra o Botafogo não goleou. Se o campeonato está toda essa facilidade então deveriamos estar preocupados por resultados mínimos contra times muito inferiores como Vasco e Nova Iguaçu.
Cara, ser fácil não significa que vai golear todo mundo em todos os jogos, além do mais o time ainda o time está em pré-temporada onde a parte física pesa, mas é nítido que o Flamengo é melhor que todo mundo até com time reserva.
“Se na direita temos Pará, que é nulo ofensivamente mas defende mais ou menos”
Eu fico pensando de onde as pessoas tiram esse tipo de coisa. Pará é horrível na marcação também, pior até que o Rodinei nesse quesito, basta assistir lances simbólicos como o segundo gol do Palmeiras e boa parte dos gols do Grêmio no segundo turno ano passado, chega a ser cômico. Tá começando a me lembrar o Márcio Araújo, jogador que não faz NADA direito, mas, por algum motivo, certos indivíduos estão sob a impressão de que tem alguma capacidade defensiva.
Eu tbm concordo que com só um volante fica muito exposto! Eu colocaria o Ronaldo e Vinícius Jr no lugar do Diego e Everton, pois com esse esquema com três meias o Everton Cardoso tem que jogar pq ele é marcador, e se entrar o Vinícius tem tirar um meia e por um volante…
Se for de 2 volantes acaba com o time, pois infelizmente a segunda vaga seria de Arão (teoricamente), ou seja, Cuéllar iria continuar sozinho na marcação.