A partir desta quinta-feira, o Maracanã começará a abrigar novamente um pedacinho de terra de Saquarema, município da Região dos Lagos do Rio.
Voltado para shows e fechado para jogos durante fevereiro, o estádio teve a grama retirada no início do mês e ganhará um novo piso para voltar a receber as partidas – segundo a concessionária que administra o estádio, a previsão é de que ele esteja liberado para jogos dia 10 de março.
Cultivada no distrito de Sampaio Corrêa, em Saquarema, a nova grama do Maracanã está recebendo os últimos retoques em uma fazenda especializada da empresa Itograss para ser levada em caminhões para o maior palco do futebol carioca em rolos. A expectativa é de que neste sábado o plantio no estádio seja concluído.
– Nós começaremos a operação de colheita na quarta-feira. Na quinta de manhã os caminhões amanhecem no Maracanã e ela começa a ser colocada. O plantio acaba no sábado provavelmente pela manhã. Nós vamos levar a grama pronta para ser jogada. Em tese é uma grama que permite jogos já no dia seguinte ao plantio. Mas existe uma preparação, marcação e acertos que são necessários – afirma Breno Rodrigo Couto, engenheiro agrônomo e gerente comercial da Itograss.
“Hoje esta grama está nos principais palcos do Brasil. No estádio do Palmeiras, no Mineirão, no Morumbi, no Castelão, no Mané Garrincha…” Breno Rodrigo
Usada em estádios como a Arena Palmeiras, a grama que será colocada no Maraca é do tipo Bermudas, que são nativas da Austrália, mas foram levadas para cultivo em Saquarema dos Estados Unidos em 2006.
Este tipo de grama é conhecido pelo alto índice de crescimento, que produz um gramado com boa capacidade para recuperação de danos. Ela já vinha sendo utilizada no Maracanã desde 2013.
– Esta grama começou a ganhar preferência nas arenas pela velocidade de crescimento. Ela se recupera muito rápido dos desgastes e suporta uma carga de jogos grandes. Ela tem uma característica diferente das outras da espécie dela. Ela consegue suportar mais a meia-sombra. Como as arenas hoje têm uma arquitetura mais fechada, que dificulta a iluminação, ela consegue suportar bem – disse Breno Rodrigo.
Esta não é a primeira vez que o Maracanã recebe um pedacinho de terra de Saquarema. O gramado utilizado na Copa do Mundo de 2014 e na Olimpíada de 2016 também foram cultivados no município.
Desta vez, os jardineiros ficaram preparando com carinho o novo piso do Maracanã todos os dias durante um ano. Nesta quarta-feira, a grama começará a ser retirada para viajar em caminhões aproximadamente 100 km para chegar à nova casa.
– A irrigação é praticamente diária. São cortes com uma máquina especial, a mesma usada no estádio, no Maracanã. Cortes um dia sim e um dia não. É uma rotina de cortes intensos, isto é fundamental. E adubações tanto granuladas quanto foliar – afirma Breno Rodrigo.
No dia 2 de janeiro, o Maracanã teve o gramado retirado para receber ao longo do mês de fevereiro três grandes eventos: o Rio Carnaval dos Sonhos e os shows de Phil Collins e Foo Fighters.
Durante este período, clubes como o Fluminense e o Flamengo tiveram que buscar alternativas para disputar os jogos. O Rubro-Negro, inclusive, participou da primeira final de turno do Carioca longe do Rio, no confronto com o Boavista, pela final da Taça Guanabara, após ter jogado a semifinal com o Botafogo no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda.
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Meu sonho é ver o Flamengo ter um presidente que não permita que o time jogue nesse estádio nunca mais...
Desperdicio de dinheiro,para promover festas nao precisa de gramado,basta jogar areia, porque para futebol ja é passado.boate elefante branco...