A primeira, diz respeito ao esquema tático adotado por Carpegiani, que vem abrindo mão de escalar um segundo volante, para com isto ter um meio de campo mais criativo.
Sempre fui de opinião de que a escalação de um time está sempre ligada ao adversário que estará pela frente. Como até agora, os adversários que o Flamengo jogou eram tecnicamente bem inferiores, a opção de Carpegiani tem sido coerente com esta linha de raciocínio, além de corajosa, pois embora me parecendo algo óbvio, por “medida de segurança”, a maioria dos treinadores têm preferido não arriscar.
Imagino eu que, quando o time adversário for parelho, Carpegiani saberá reconhecer e, readequar o seu time á realidade que se apresenta.
O maior problema é esta suspensão de dois jogos na Copa Libertadores imposta a Cuellar, fato que obrigará o nosso treinador a sacar um coelho da cartola. A escalação do nosso time, para o jogo contra o River, deve estar tirando o sono de Carpegiani.
O segundo tema diz respeito a Vinícius Junior. Ontem, mais uma vez, foi ele decisivo. Há quem entenda que Vinícius deva ser titular, de maneira imediata e, há quem defenda a tese de que, entrando no decorrer dos jogos e, em consequência, com os marcadores já cansados, o rendimento dele é potencializado.
Respeito todas as opiniões, mas se o segundo argumento – o de entrar durante o jogo – fosse abraçado pelos treinadores, jogadores decisivos, como Pelé, Garrincha, Zico e, por aí vai, teriam sido eternos reservas…
Além disso, há um contra argumento irrefutável. Um jogo de futebol tem 90 minutos, mais os acréscimos. Se um jogador, dos 90 minutos, só joga 30, claro que terá muito menos tempo para contribuir com a vitória do seu time. Isto é matemática.
Os nossos jogadores do meio de criação – Paquetá, Éverton Ribeiro, Éverton e Diego – são competentes no que lhes compete fazer, porém e, é natural, que na hora H, ou seja, quando precisam ser ATACANTES AGUDOS, não sejam tão bons, o que é compreensível, até porque, ninguém é bom em tudo. Como toda regra, há exceções, como já comprovaram Pelé, Zico, Messi e Maradona.
Hoje, não temos força de ataque. O Ceifador nem sempre ceifa… Vinícius Junior, apesar da pouca experiência, é a nossa possibilidade de ter um mínimo de força no ataque, pois nasceu pra isso. É agudo, não tem medo de partir pra cima do adversário e gosta de fazer gol.
Será tão difícil ver isto?
Reprodução: Kleber Leite