Após a desavença pela provocação de Vinicius Jr, Botafogo e Flamengo se acertaram para o uso do Estádio Nilton Santos para a estreia da Libertadores por conta das necessidades de ambos. O clube alvinegro tenta resolver uma operação para aumentar receitas do estádio, e o time rubro-negro não tem onde jogar até por conta do problema de queda de torres na Ilha do Urubu.
A reunião entre as partes ocorreu na sexta-feira para um entendimento. Ficou acertado o uso para a partida contra o River Plate, e de uma partida contra o Madureira, pelo Estadual. Mas está reaberta a possibilidade de um acordo mais longo para jogos rubro-negros no estádio.
Do lado do Flamengo, ainda não há uma previsão de quando o clube terá a Ilha do Urubu recuperada após o acidente com chuva na quarta-feira. O Maracanã tem sido usado para shows. Na Libertadores, o clube pode até voltar ao Maracanã, mas em jogos de pequeno e médio porte pode usar o Engenhão se houver acordo.
De qualquer maneira, mesmo com o Maracanã disponível, o time passa a ter uma alternativa às altas taxas cobradas pela Odebrecht. Questionado sobre o assunto, o presidente Eduardo Bandeira de Mello disse: ”Acho que é bom para os dois.”
Do lado do Botafogo, o Engenhão teve uma operação deficitária em 2017 e buscava mais receitas para completar o orçamento do clube. Entre essas, estava a procura de naming rights e eventos fora do futebol. E agora pode cobrar aluguéis de Flamengo e Fluminense.
”No orçamento de 2018, há previsão de gerar novas receitas de estádio. O quadro da vice-presidência de Administração de estádio é deficitário”, contou o vice-presidente de Finanças do Botafogo, Luiz Felipe Novis, antes do acordo com o Flamengo.
No documento contábil até outubro de 2017, sem considerar o efeito contábil, o déficit seria de R$ 6,3 milhões na vice-presidência de futebol. Isso não significa que o Engenhão dá prejuízo para o Botafogo. Para analisar todo o quadro, tem que se levar em conta que o clube arrecada bilheteria e sócio-torcedor
”Se for contabilizar bilheteria e programa sócio-torcedor, no total, o estádio é superavitário”, contou Novis. Mas, em 2018, o Botafogo está fora da Copa do Brasil e da Libertadores, que renderam bom dinheiro em 2017.
Pesou na reaproximação a participação de executivos da parte dos dois clubes. Pelo Botafogo, Luis Felipe Santos e, pelo Flamengo, Fred Luz. São eles que vão tentar um acordo comercial para uso futuro do estádio. Isso, óbvio, depende também do comportamento de torcedores rubro-negros no estádio rival, e da relação das duas diretorias.
Reprodução: Rodrigo Mattos