De volta ao Flamengo, Júlio César encontrou a mesma camisa e torcida, mas um Rubro-negro muito, muito diferente daquele que deixou.
Ao voltar ao clube do coração, o camisa 12 entrou no túnel do tempo e lembrou das dificuldades que em nada sugerem o Fla dos tempos atuais. Salários atrasados e falta de condição adequada de trabalho eram parte do Flamengo que marcou a primeira passagem do jogador na Gávea. No aperto dos dias mais quentes, chegou a comprar um ar condicionado do próprio bolso, conforme seu próprio relato em sua apresentação.
Testemunha daquele Flamengo de vacas magras, Fernando lembra bem os “perrengues” passados. Companheiro do goleiro desde as categorias de base, o ex-zagueiro acha que o Fla “reinventou” seu dicionário e impediu que cenas desagradáveis voltem a se repetir.
“A gente não conhecia o Flamengo de outro jeito, só aquele que atrasava salário. O discurso era de que jogar pela instituição era mais importante que o dinheiro, mas ficamos até seis meses sem receber. Eu cheguei até a ser despejado por falta de pagamento do aluguel, que era de responsabilidade do clube. Como ainda era jovem e não ganhava muito, peguei dinheiro emprestado com o Beto e o Edilson”, disse ele ao UOL Esporte.
Com muitos problemas de ordem política, o Flamengo dos anos 2000 fervia também fora do campo. Ora com times estrelados [e sem resultados expressivos], ora com equipes medíocres, o clube viveu dias para lá de conturbados na relação com os rubro-negros. E o goleiro foi protagonista.
Em 2002, uma invasão na Gávea confinou os jogadores ao vestiário. Enquanto o grupo se refugiava aonde podia, Júlio foi dos poucos que tentou dialogar com o grupo, que lançava morteiros e acionava extintores de incêndio. Já dentro da sala de musculação, o jogador foi agredido por um torcedor. Constrangido com o episódio, o então novato contemporizou à época:
“Me bateram mas não foi nada demais. Só me protegi”.
Dois anos depois, já mais experiente, o goleiro não teve o mesmo fair play. Após uma derrota no Campeonato Brasileiro, o elenco enfrentou a fúria da torcida no Santos Dumont. Com poucos seguranças para proteger os jogadores, eles foram acuados pelos vândalos. O pai do ex-meia Zinho, hoje comentarista da Fox Sports, se envolveu em uma confusão e Julio Cesar, além do próprio ex-jogador, compraram o barulho e trocaram socos com um dos que protestavam. O torcedor caiu e o goleiro desferiu um chute na cabeça, correndo em seguida.
“Eu disse que não encerraria a carreira aqui e estou mordendo minha língua. Saí magoado e desiludido”, recordou ele.
Outro episódio emblemático da época ocorreu no dia do anúncio de um novo técnico. Após a saída de Oswaldo de Oliveira, a cúpula promoveu Waldemar Lemos, irmão de Oswaldo e então assistente, ao cargo. Em uma estrutura de imprensa absolutamente improvisada, o diretor Eduardo Moraes foi questionado por dezenas de torcedores que acompanhavam tudo no local. Bastou o treinador ser nomeado para que os enfurecidos rubro-negros questionassem o dirigente e entoassem o coro de “Fora Waldemar”, em uma cena que mais tarde viraria folclórica nas redes sociais.
Agora, com estrutura e salários em dia, o goleiro prevê três meses finais de carreira sob uma outra perspectiva. Sem a pressão de tempos atrás e dentro do conforto do Ninho, o goleiro dificilmente reviverá episódios como aqueles. Em paz neste capítulo final, Fernando confia até que o ex-companheiro mude seus planos:
“Nem sei se ele se aposenta depois de três meses, o Flamengo tem tudo para jogar três, quatro finais esse ano e o clube tem estrutura para alongar a carreira dele mais um pouco. É bom o Diego Alves ficar esperto”.
Reprodução: Uol Esportes
Cabo eleitoral????
será???
afff……
Foi verdadeiro
Porra eu lembro disso…tinha que esperar o globo esporte pra saber dessas coisas….
Claro que tudo isso é uma jogada política, Júlio César está de volta pra ser cabo do EBM, acho que isso é bem visível, mas que é bom ter um filho de volta isso é.
No lugar dele, vendo a evolução do Flamengo nesses últimos anos em comparação aos anos que ele jogava no Flamengo, você não seria cabo do Bandeira também?
Porra, Kléber Leite tá rondando a Gávea, vive saindo matéria dele nesse site. Mil vezes o Bandeira!!
Depende de quem vem…Bandeira está no cargo há muito tempo, fez um excelente trabalho, mas tenho receio de quem fica no poder muito tempo, Wallin já era meu preferido na última eleição, se vier de novo seria uma ótima opção
Pois não se preocupe, enquanto a disputa for entre o grupo do Bandeira e o grupo do Wallin, tenho certeza que o Flamengo estará sempre bem representando.
Eu acho que depois do belo trabalho que o Bandeira fez, temos que dar o voto de confiança pro grupo dele.
Agora que o Flamengo está bem, os antigos abutres estão sobrevoando o filé. Corremos o risco de colocar algum indicado pelos velhos caciques da política do clube ao mudar (Patrícia Amorim, Kléber Leite, Márcio Braga…)
afff….. o bandeira não pode ser candidato, vai apoiar um da situação. agora ele poderia ficar mais um mandato, ótimo presidente.
muitos tem saudades daqueles tempo, aonde o mengão quase foi a falência
e tem gente que diz que tem saudade desse tempo, só pode ser torcedor modinha que começou a torcer de uns três anos pra cá.
Concordo !!! Pessoas que gosta desses nossos governantes que estão ai … é a mesma linha
e tem gente que adorava essa época, lutando pra não cair, sofrendo pra ganhar carioqueta, manchetes nos jornais de despejo, salários atrasados, kd vcs que se diz adorador daquela época.
Tempos difíceis mesmo, apesar dos vexames hoje, era muito pior na época era muito zoado na escola, única diferença era as redes sociais, perdemos pra Santo André em 2004, libertadores se reclamamos de nem passar da primeira fase hoje, era até milagre participar! Tomará que as coisas se acertem e voltamos a está por cima como na década de 80! SRN
As vacas eram magras demais. Sem resultados, um carioca aqui e ali (em termos, nos anos 2000 foram 6) e mal. Teve a Copa dos Campeões de 2002, com alguns bons jogos. Um vice ridículo da Copa do Brasil pro Santo André em pleno Maracanã, outro mais que esperado pra máquina que era o Cruzeiro em 2003. O título mole em cima dos vices. Daí veio o Brasileirão de 2009, que caiu no colo. Não houveram times memoráveis, campanhas fantásticas. No máximo arrancadas contra o rebaixamento, salvadas em cima da linha. Exceto em 2007 e 2009. De resto, sofrimento. Espero que esses tempos não passem nem perto, nunca mais.