GE: “Trégua pelo ídolo: reverência a Julio Cesar ameniza, mas não esconde cobranças”

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uma noite onde a torcida do Flamengo até mudou o foco, mas não deixou passar a oportunidade de demonstrar a insatisfação com o momento ruim da equipe. A vitória por 2 a 0 sobre o modesto América-MG, pelo Brasileirão, pouco serviu de alento para quem não esconde a aflição com o duelo de quarta-feira, na Libertadores, contra o Santa Fe, na Colômbia. Menos mal para os rubro-negros que havia Julio Cesar para transformar o clima da noite de sábado.

Foi por ele que mais de 52 mil pessoas estiveram no Maracanã. Foi por ele que o sábado foi de festa. Praticamente todas as manifestações de carinho foram voltadas para o goleiro – com exceção da empolgação por Vinicius Júnior e Paquetá. Paralelamente a isso, porém, viu-se também um torcedor que protestou contra a postura da equipe, o presidente Bandeira, alguns jogadores e o técnico Barbieri.

Em meio a gritos de “ah, é Julio Cesar” e “melhor goleiro do Brasil”, boa parte dos presentes cantou para Eduardo Bandeira de Melo que “o meu Flamengo não precisa de você”. Em seguida, chamou o time de sem vergonha e pediu raça. No anúncio da escalação, alvos bem definidos: Renê, William Arão e Henrique Dourado.

O Ceifador deu a resposta em campo com dois gols. Renê também cumpriu seu papel, enquanto Arão ouviu vaias no início por passes errados e depois melhorou. Enquanto isso, o dono da festa só tinha motivos para comemorar. A vantagem no placar dava ainda mais tranquilidade ao ato final de um Julio Cesar pouco exigido na primeira etapa e que se mostrou seguro nas saídas de gol.

Na volta do intervalo, a mistura de sentimentos continuou: o torcedor do Flamengo vibrou com as defesas do goleiro, que deixava um gosto de que poderia ser muito útil para o restante da temporada, mas o time não correspondia ofensivamente. Foram 45 minutos onde o Rubro-Negro praticante não atacou e deixou a torcida impaciente.

“Não é mole, não. Para jogar no Mengo tem que ter disposição”, gritava a torcida antes do jogo

O auge do anticlímax da festa aconteceu aos 27 da etapa final, quando Barbieri trocou Vinicius Júnior por Jonas. As vaias dividiram espaço com gritos de burro para o interino, que justificou:

– Entendemos o direito da torcida de se manifestar. Claro que ela quer que a equipe vá para cima, busque o gol, mas temos que ter a leitura do que está acontecendo. Tivemos um jogo complicado contra o Vitória, desgaste. O Vinicius não vinha fazendo 90 minutos corriqueiramente, sentiu o desgaste, caiu de produção. Precisávamos ter segurança, controle do jogo. Por isso, a mudança.

A alteração pode até ter deixado o time mais seguro, mas não foi capaz para tirar o América-MG do campo de ataque. Depois de mais de um mês, o Flamengo voltou a vencer um jogo oficial. A despedida de Julio Cesar, porém, foi determinante para cessar os protestos ao apito final.

Neste momento, o foco, merecidamente, era todo no goleiro. Ovação, gratidão e celebração marcaram o fim do sábado no Maracanã. O conjunto da obra, por sua vez, foi suficiente para deixar clara a desconfiança do torcedor do Flamengo com a equipe.

Quarta-feira, o compromisso será contra o Santa Fe, na Colômbia, pela Libertadores. E agora já sem Julio Cesar. É preciso vencer e, se possível, convencer ou os protestos ganharão eco. Mesmo em clima festivo, o recado foi dado.

Reprodução: Globoesporte.com

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  • Barbieri tem que achar a pedra filosofal até quarta-feira. Como fazer gols no Santa Fé, fora de casa, com pressão de torcida de lá e de cá, desgaste de viagem, água gelada nos vestiários e arbitragem tendenciosa, sem levar gols e voltar de lá com uma vitória.
    A hora do milagre é essa!

  • A matéria foi assinada por ninguém menos do que Cahê Mota. Tenho diversos prints e links das matérias que ele, Janir Júnior e Vicente Seda faziam a respeito do clube. Infelizmente essa peça voltou para cobrir o clube.

    • Esta coberto de razão. Essas tralhas perseguem o FLAMENGO !!!

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