O BuzzFla de hoje não poderia ser outro. Julio Cesar, o terceiro goleiro que mais vestiu o Manto Sagrado Rubro-Negro está se despedindo do futebol. Depois de mais de 20 anos de carreira, o ídolo pendurará as luvas diante do América Mineiro, neste sábado (21), às 19h, no Maracanã, estádio mais famoso do mundo. Não havia lugar melhor. A partida não será comemorativa, mas oficial, válida pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro de 2018. Exatamente como os craques gostam. Com desafio, com jogo à vera, com adversário querendo brigar pela vitória do outro lado.
Muito já se foi dito da carreira brilhante de Julio Cesar. Neste BuzzFla, repassamos alguns dados e memórias de sua passagem pelo Flamengo. Mas a riquíssima história do goleiro não pode ser resumida em um texto. É muita defesa, muito milagre debaixo das traves. Julio sai de cena e uma nova geração de goleiros vem por aí. Sua saída não deve ser lamentada, mas, sim, exaltada. O homem que é praticamente uma unanimidade de caráter, profissionalismo e, acima de tudo, rubro-negrismo.
1. Do Raulino para o mundo, do mundo para o Raulino
Em 19/12/2004, contra o Cruzeiro, no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, ele se despediu. Em 07 de março de 2018, contra o Boavista, no Raulino de Oliveira, ele voltou. Por “essas coisas” do futebol, o palco da despedida e do retorno foi coincidentemente o mesmo, mas com quase 14 anos de diferença, três copas do mundo nas costas, título de melhor goleiro da Europa, consagrado e com uma carreira reconhecida como um dos maiores goleiros do Brasil na história. Hoje ele se despede de novo, desta vez no Maracanã, palco de suas maiores alegrias.
2. Um começo por acaso na quadra pequena
Julio Cesar “nasceu” no futebol de salão. Foi no Grajaú Country Clube onde começou a catar as bolas dos atacantes meio que por acaso. Estava lá para bater uma pelada com o irmão, chamaram para completar um time, fechou o gol e pronto. Saiu de lá tetracampeão estadual. Em 1992, foi para o Flamengo fazer um teste. Se espantou com o tamanho das traves e terminou a atividade achando que não tinha passado. Ledo engano. Foi chamado para voltar. E de novo, e de novo… Julio ficou. Fez parte de uma geração com Juan, Fábio Baiano, Rodrigo Mendes, Lê, Reinaldo, Adriano, Athirson e outros, que levantou o tri estadual e a Copa Mercosul de 1999.
3. Batismo de fogo
Todo grande goleiro precisa de um teste em sua vida para mostrar suas habilidades. E Julio Cesar teve muito mais do que isso. Em 1997, diante de um Parque Antárctica lotado, entrou no lugar do lendário Zé Carlos, que saiu machucado, para segurar o bombardeio do Palmeiras na semifinal da Copa do Brasil. Djalminha, Rincón, Viola, Marquinhos, Junior, Cafu… todos tentaram, ninguém vazou Julio Cesar. O Flamengo venceu por 1 a 0, gol de Sávio, e seguiu em frente na competição.
No jogo seguinte, Julio Cesar se viu diante de um Fla-Flu. O seu primeiro. Não foi um bom resultado para o Mengão (derrota), mas Julio já mostrava uma de suas especialidades: pegar pênaltis. Ronald foi para a cobrança mas nada feito. Foi seu primeiro pênalti como goleiro profissional do Flamengo. E logo num Fla-Flu.
4. A longa carreira
Quando deixou o Flamengo, em 2004, Julio Cesar tinha 284 partidas com o Manto Sagrado. Já era o terceiro goleiro que mais havia atuado pelo Rubro-Negro, atrás apenas de Zé Carlos (352) e do líder absoluto Cantarelli (557). É uma marca muito difícil de ser alcançada e deve-se considerar que Julio estreou em 1997, mas só voltou a ser titular em 17 de agosto de 2000, no 2 a 1 sobre o Coritiba, pelo Campeonato Brasileiro, quando assumiu a vaga de Clemer e não saiu mais. Ali, se firmou e seguiu seu caminho para entrar na história do Flamengo. E ainda foi humilde no final, depois de evitar gol certo do Coritiba.
5. No Maracanã
Sem dúvidas, o palco onde Julio Cesar mais atuou foi o Maracanã, o de sua despedida neste sábado. Seu primeiro jogo foi o Fla-Flu, em 17/05/1997. Hoje, 20 anos, quatro meses e quatro dias depois da estreia no gramado mais famoso do mundo, o goleiro fará sua despedida oficial. Foram 110 jogos neste campo. Venceu 46 vezes, perdeu 33 e empatou 31. No Maracanã, conquistou os Campeonatos Cariocas de 2000, 2001 e 2004. A saideira não poderia ser em outro campo que não esse.
Desde o jogo contra o Palmeiras, em 1997, até hoje, Júlio César disputou 286 partidas pelo Flamengo. Foram 124 vitórias, 70 empates e 92 derrotas. Além dos Cariocas já citados, levantou as taças da Copa Mercosul de 1999 e as Copas dos Campeões de 1997 e 2001.
6. A idolatria
Feito em casa, campeão, raçudo, identificado ao extremo com as cores do clube, Julio rapidamente se tornou ídolo do Flamengo. Respeitoso com todas as pessoas, profissionais ou fãs, nunca teve de ninguém uma reclamação que fosse. É um exemplo para os jogadores mais jovens e sabe disso. Fez questão de encerrar a carreira no Flamengo, pois sentia que precisava vestir o Manto mais uma vez antes de se aposentar. Só assim estaria completo o seu ciclo…
O jogador deixa o gramado. O ídolo fica na história. Obrigado por tudo, Julio Cesar.
Reprodução: Flamengo Oficial
Obrigado por tudo grande goleiro.
Acho nosso marketing fraco demais. Um evento como esse deveria ser melhor aproveitado.
Porque não fazer junto com a Adidas uma camisa igual a do primeiro jogo dele nos profissionais?
Seria vendida nesse período dele no clube além de ser utilizada no jogo de hoje. O cara foi ídolo na Itália, tem fãs lá e até isso poderia ser aproveitado.
O Flamengo não se vende, vive do que já construiu e esquece que mesmo gigante ainda pode crescer. SRN
nossa alegria alem do julio é ver vascú vice denovo em carioquinha e ja eliminado da liberta e goleado e humilhado mair vergonha da atual liberta isso é flamengo lider do grupo…..
grande goleiro!