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GE: “Fórmula Barbieri: a metodologia do interino que deu ”cara” ao time do Fla”

A implicância e impaciência de parte da torcida deram uma trégua, as críticas diminuíram consideravelmente, e Barbieri, aos poucos, parece ganhar um voto de confiança dos rubro-negros. É claro que os resultados e, especialmente, a liderança do Campeonato Brasileiro ajudam e muito. No entanto, mais do que isso, o Flamengo apresentou evolução.

Após muito tempo o time tem regularidade, mesmo diante da necessidade de reforços. Algo que os antecessores mais badalados de Barbieri não conseguiram, apesar de alguns bons resultados. A dúvida se o Flamengo de fato encaixou ou apenas passa por uma boa fase ainda existe, mas o trabalho nos últimos jogos, em meio a uma maratona insana, chama atenção. Peças-chave, como Diego, por exemplo, recuperaram o bom futebol.

Paquetá, mesmo com oscilações, vive boa fase, a ponto de ser colocado por Tite na lista de suplentes para a Copa. Renê, Éverton Ribeiro, Cuéllar (que recuperou o posto de titular com Barbieri), Diego Alves e Vinicius Junior são bons exemplos de jogadores que vivem seu melhor momento com a camisa rubro-negra. Todos rasgam elogios ao trabalho do técnico interino.

É um pouco mais fácil analisar o trabalho de Barbieri no dia a dia do que de seus antecessores. O treinador não tem o hábito de ”fechar” 100% suas atividades. Ao longo das semanas, há dias em que a imprensa consegue assistir a todo o treinamento no CT Ninho do Urubu. Filmagens, por vezes, não são permitidas, mas ele não se incomoda que os jornalistas vejam mais de perto um pouco de seu trabalho.

Técnico é adepto de trabalho de concentração e gosta de ”reproduzir” situações de jogo

O que se vê são atividades mais intensas. Quase sempre dentro de campo, Barbieri orienta e gesticula. É comum conversar também individualmente com os atletas. Faz muitos coletivos, treinos em campo reduzido e voltou a utilizar os ”treinamentos fantasma” no clube, simulando situações de jogo.

Barbieri tem o hábito de simular situações de jogo em suas atividades. Um tipo de trabalho que também agrada aos seus comandados. É comum, inclusive, que ele repita várias vezes a mesma jogada até que o posicionamento seja realizado da forma exigida. Também é entusiasta das jogadas ensaiadas. Algumas são executadas nos jogos.

Gosta de trabalhar na base da repetição e, com isso, exige concentração dos atletas. Valoriza o que vê nos treinos. É o caso, por exemplo, do garoto Jean Lucas, que ganhou espaço e superou jogadores mais experientes através do que mostrou nas atividades. Barbieri costuma assistir vídeos de seus próprios treinamentos para análises mais profundas.

Barbieri passou a ”concentrar” analista de desempenho

Entre os elogios que recebe dos jogadores semana após semana, é comum ouvir o termo ”estudioso”. Semelhante ao que se falava, por exemplo, sobre o perfil de Zé Ricardo. Mais do que estudar, Barbieri valoriza todo tipo de análise de desempenho. Seja de seu plantel, seja de adversários.

Desde que assumiu interinamente o cargo de treinador, o analista de desempenho Wellington Salles passou a concentrar junto com o grupo antes de jogos realizados no Rio de Janeiro. Ele e Barbieri costumam ficar até de madrugada analisando vídeos.

Espectador de coletiva

Barbieri chegou ao Flamengo em janeiro, como auxiliar da comissão permanente do clube e trabalhou com o ex-técnico Paulo César Carpegiani. Até a demissão do treinador, no fim de março, era comum vê-lo assistindo entrevistas coletivas de Carpegiani após os jogos.

Ainda auxiliar, também tinha o hábito de procurar os jogadores antes de jogos e mostrar, em seu tablet, informações que considerava relevantes sobre adversários.

O treinador, inclusive, tem mostrado uma postura diferente em suas coletivas. No início, rebatia as perguntas mais capciosas. Hoje procura responder a todos com calma, sempre didaticamente.

Mesmo time, maior evolução

Analisando friamente, o esquema de Barbieri é o mesmo implementado por Carpegiani nos primeiros meses do ano. As peças também mudam pouco de acordo com cada situação. Mas por que o time do interino apresentou evolução maior?

O que Barbieri conseguiu colocar em prática foi um ”reposicionamento” de meias como Diego e Paquetá, que atuam em faixas do campo onde rendem mais. Armou um time que sabe avançar trocando passes desde a defesa e se utilizar cada vez menos do ”chuveirinho”, que por muitas vezes foi marca registrada deste Flamengo.

A defesa é um caso à parte. Perdeu peças, mas se manteve sólida, sofrendo poucos gols. No jogo contra o Corinthians, por exemplo, chamou atenção o ajuste feito pelo técnico no segundo tempo, acertando a recomposição defensiva do time ao perder a bola. Os ajustes inclusive favoreceram as atuações dos laterais, que vinham em xeque desde o começo do ano, e tiveram melhora considerável de rendimento.

Reprodução: globoesporte.com 

Foto: Gilvan de Souza

Coluna do Flamengo

Ver comentários

    • Antes de partidas assim as matérias que apareceriam sobre treinamentos antes do Barbiere eram de quem ganhou o rachão
      Os jogadores felizes da vida, aí chegava no jogo era aquela água de salsicha

  • O resultado só vem após algum tempo de trabalho. O Barbieri está mostrando que se tiver tempo, consegue por este time pra jogar.
    É nítido a evolução tática do time, que antes parecia um bando correndo.
    Acho válido a manutenção dele no cargo, haja vista, a falta de treinadores competentes no mercado.
    A torcida do Grêmio já está criticando o Renato e alguns até pedindo a cabeça dele, que há pouco tempo atrás, era considerado o Guardiola Brasileiro.

  • boa analise, falta enxergar jogo durante as partidas, e mudar sem deixar cair o rendimento, claro que com peças à altura na reposição

  • No começo do trabalho cometia erros bisonhos, até hj dá uma ou outra escorregada, mas fez por merecer ganhar um voto de confiança. Achei que seria outro Zé retardo, mas tem algo que o diferencia muito do vascaíno, o time finalmente tem Variação e não é previsível com o do Zé, trabalha com a bola no pé e não cobra 70 bolas cruzadas por jogo ou depende apenas dos pontas, além de não amar perebas, as vezes ativa a retranca do Zé sem necessidade ou no momento errado, mas no geral está fazendo um bom trabalho.

  • É tá sendo um bom trabalho, ao contrário do Zé esse não suporta erros de perebas, que faça história e aprenda dia a dia!

  • Eu cheguei a criticar o Barbieri por suas substituições durante o jogo, mas não há como não reconhecer que o trabalho está sendo muito bem feito. Não lembro de o Flamengo ter jogadas ensaiadas nas bolas paradas. hoje, é possível perceber o grande número de jogadas que, a pesar de não terem resultado em gols, são motivo de preocupação para os adversários e de expectativa de gols. Creio que se derem tempo ao técnico, ele vai dar muitas alegrias ao Mengão... pena que a torcida já não aguenta mais esperar um título grande.

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