Para não dizer que não falei das lágrimas

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Vencemos. Abrimos mais vantagem ainda para o segundo colocado. Uma vitória consistente, merecida, digna do líder do campeonato, em um Maracanã lotado, que embalou o time, cantou todo o tempo e ao final do jogo chorou com dois garotos que foram às lagrimas.

Lágrimas de dois garotos que desde cedo aprenderam o que era Flamengo, que desde cedo se acostumaram à pressão de vestir o manto sagrado, que exalaram rubro-negrismo até o último dia em que envergaram esse manto.

Um menino de 17 anos que brilhou, encantou o mundo, e rasgou o preconceito, o ódio e a perspectiva que a vida lhe ofereciam, se tornou o jogador mais caro da história do Flamengo e carrega agora a expectativa de se tornar um dos próximos brasileiros que brilharão mundo à fora.

O outro, já mais tarimbado, mas ainda assim um garoto de 21 anos, que já foi provado e aprovado, soube esperar seu momento, venceu a desconfiança e se tornou um centroavante pronto para enfrentar um dos campeonatos mais difíceis do mundo.

Ontem, choramos junto com eles as lágrimas de quem sabe que chegou a hora de partir, chegou a hora de voar, ir para longe, viver novos desafios e deixar aqui, um grande amor.

Garotos que pularam etapas, que desde cedo conviveram com o peso de carregar consigo a responsabilidade de defender uma nação, fazê-la feliz, dar, se preciso for, O sangue por ela.

Agora eles se vão, e deixam um buraco no coração de muitos rubro-negros que choraram com Vinícius Jr. Durante a entrevista após o jogo, que gritaram pedindo: Fica! Mas, não foi o suficiente. Sei que parece cedo demais vê-los se despedir, mas é como diz a música de Geraldo vandré: “Vem, vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer…”

Eles fizeram a hora, e a hora chegou! Buscaram o seu momento, e agora vão para a Europa para se tornarem melhores e maiores, agora, dois garotos se tornam dois homens, com a responsabilidade de levar a brasilidade e o nome do Flamengo para as terras estrangeiras e mostrar que aqui ainda se fazem craques.

Um dia talvez voltem, mais experientes, renomados e melhores ainda de que quando saíram.

Dói, assusta, mas até lá nos resta acompanhar de longe e torcer pelo sucesso dos nossos garotos. Sim, garotos, pois essa sempre será a imagem que teremos deles.

E o Flamengo, fica! Assim como permaneceu na saída de muitos outros antes. Perde dois garotos, mas ganha dois representantes pelo mundo. Assim como Adriano, Juan, Júlio César e outros que foram, viram e venceram, depois retornaram e nos deram alegrias.

As lágrimas vão insistir em aparecer, aquela sensação de que ainda são nossos, mas não são mais. Ficaremos aqui na torcida para que não seja um adeus, e sim um até logo. Quem sabe assim eles voltam. Um dia. Talvez…

SRN!

Jerônimo Simeão Júnior

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  • Boa sorte pra os dois que Vizeu faça vários gols no italiano e junto com Samir se destaquem, Vinícius Jr será um ótimo jogador, não sei o tamanho, mas torço pra que conquiste seu espaço onde for, eternos garotos do ninho!

  • Futebol hoje em dia muito prematuro por questões financeiras de atravessadores que ganham milhões apenas fazendo contatos. Eles não criam os jogadores, não formam os jogadores, eles não correm, não treinam , não sofrem e nem nada no lugar dos jogadores. Aí jogador com 10 anos de idade já assina pré-contrato com os pais, aí vem outro esperto, faz outro contrato em cima do contrato, assim vai, até que com 18 anos eles já estão partindo…. com 23 anos se não teve todo este sucesso, ou acaba a carreira ou fica jogando em times medíocres até dar alguma sorte (oportunidade+competência) por aí…..

    O dinheiro está acabando com o esporte. Deixando de ser universal e ficando apenas em alguns poucos centros como espetáculo. O restante não passa de exportador de commodities.
    Ah, os que dão errado, voltam para cá para tentar se reerguer, mas muitos não conseguem. Ah, os empresário, eles já ganham o quinhão deles $$$$.

    SRN

  • excelente texto, como de costume

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