São poucos os jogadores que podem bater no peito e se gabar do status de intocável no time titular do Flamengo. Mas, entre eles, um desponta, cada vez com mais moral com a comissão técnica e com os torcedores. Desde 2016 no clube, Cuéllar usou a regularidade como trunfo e aliou qualidade técnica com entrega para cair nas graças da torcida.
E deslanchou. Em pouco mais de dois anos e meio, o volante deixou de ser sombra de Márcio Araújo – foi reserva com Zé Ricardo no comando – para tomar conta da posição. Em 2018, lidera as estatísticas de desarme do elenco e ainda aparece como figura importante na saída de bola dentro do esquema montado por Maurício Barbieri.
Números de Cuéllar na temporada 2018 (Foto: Infoesporte)
PEÇA-CHAVE NA DEFESA
De contrato renovado – assinou com o Flamengo até junho de 2022 -, o colombiano de 25 anos vive grande momento. A importância na equipe ficou nítida na derrota por 1 a 0 para o São Paulo, no Maracanã, no primeiro jogo após o fim da Copa do Mundo. Barbieri optou por Romulo, novamente irregular, e o Flamengo, além de deixar espaços, teve dificuldades para sair do campo de defesa.
O estilo de jogo é simples: ocupa, de costume, a faixa central do gramado, como retratado no mapa de calor contra o Paraná – roubou dez bolas na partida. Além das roubadas, aparece com destaque nas antecipações.
Os números também servem para mostrar a eficiência de Cuéllar. Presente em 28 jogos na temporada – 22 como titular -, o volante tem a melhor média e o maior número absoluto de desarmes entre os jogadores do elenco.
TOP 5 – DESARMES EM 2018
- CUÉLLAR – 99
Média: 3,5 desarmes por jogo - RENÊ – 97
Média: 2,9 desarmes por jogo - LUCAS PAQUETÁ – 80
Média: 2,5 desarmes por jogo - RODINEI – 51
Média: 1,6 desarme por jogo - ÉVERTON RIBEIRO – 43
Média: 1,5 desarme por jogos
SAÍDA DE BOLA
As boas atuações colocaram o jogador na pré-lista da Colômbia para a Copa do Mundo da Rússia. E mesmo fora da relação final para o Mundial de 2018, o volante segue com esperança de voltar ao grupo da seleção na preparação para a Copa América de 2019, no Brasil.
A sequência de jogos deu ao colombiano confiança, principalmente para sair jogando. Hoje participa diretamente do início das jogadas de ataque, com Lucas Paquetá, Éverton Ribeiro e Diego sempre próximos para a transição da defesa para o ataque. Deu até assistência, como no lance para Vinicius Junior, contra o Ceará.
Na temporada, só Renê completou mais passes do que Cuéllar. O volante tem média de 47,2 passes certos por jogo – número mais relevante do que Diego, articulador de jogadas do time.
TOP 5 – PASSES CERTOS EM 2018
- RENÊ – 1658
Média: 50,2 passes certos por jogo - CUÉLLAR – 1327
Média: 47,4 passes certos por jogo - RODINEI – 1200
Média: 37,5 passes certos por jogo - LUCAS PAQUETÁ – 1137
Média: 35,5 passes certos por jogo - DIEGO – 1015
Média: 40,6 passes certos por jogo
PROBLEMA: CARTÕES
Com a saída de Jonas – acertou com o Al Ittihad, da Arábia Saudita -, a carência do Rubro-Negro na posição veio à tona. A preocupação com a parte disciplinar de Cuéllar, portanto, aumentou. Pelo combate e necessidade de destruir jogadas, o camisa 8, por vezes, acaba punido com cartões: na temporada, foram sete amarelos e três vermelhos.
Além de ser desfalque por suspensão, o substituto ideal virou dilema:
- antes da Copa, Jean Lucas estava em alta, mas com características mais ofensivas que o colombiano;
- após ganhar mais um chance num jogo importante, contra o São Paulo, Romulo não correspondeu;
- Willian Arão perdeu prestígio e quase foi negociado, mas segue no elenco;
- Ronaldo, cria da base e nome preferido do torcedor, teve poucas chances na temporada; ficou no banco contra o São Paulo, mas não foi nem relacionado contra o Santos.
Reprodução: Globoesporte.com
3 Comentários
Pessoal, vamos com muita calma.
Os números mostram alguma superioridade (nada fantástica) sobre ainda questionado Renê, por exemplo.
Por sua função na equipe, Cuéllar tem que ter mesmo a maior frequência em desarmes.
Cuéllar é bom jogador, mas ainda necessita corrigir alguns fundamentos, principalmente a questão que implica em cartões.
Os mais antigos têm na memória a qualidade de Andrade e Liminha, e a de Cuéllar ainda está aquém, para ser comparada.
Não podemos botar a carroça antes dos bois, para não criarmos falsas expectativas e craques prematuros.
Outro que está superestimado é o Paquetá. O garoto tem um futuro altamente promissor, mas ainda produz muito pouco para o seu potencial. Prende a bola em demasia e ainda tem baixo rendimento em se tratando de equipe. Contudo, todo dia sai uma notícia de que vale “milhões de euros” e, obviamente, isso enche o ego do garoto.
SRN!
E (pasmem!) ia ser emprestado ao Vitória por não ter espaço num time que tinha Márcio Araújo como “titular incontestável”, na cabeça do treinador da época, que me recuso a dizer o nome porque dá azar.
Felizmente, o Flamengo se livrou do treinador e de Márcio Araújo. O bom senso prevaleceu.
O SP só ganhou da gente por que ele não jogou…