GE: “Lucas x Marcos: Fla, Bota e o clássico que agita as águas da Guanabara em Paquetá”

Compartilhe com os amigos

Na próxima sexta-feira, a ilha de Paquetá estará em festa. Dois filhos pródigos, mas de gerações diferentes, fazem aniversário exatamente no mesmo dia: 27 de julho. Marcos completará 60 anos. Lucas, 22. Mas antes, a dupla, que atende pelo sobrenome artístico do local de criação, vai se enfrentar pela primeira vez neste sábado, às 19h (de Brasília), no Maracanã.

E o clima é um pouco diferente: a pimenta da rivalidade de um Flamengo x Botafogo vai agitar as águas da Baía de Guanabara para os lados deste pedaço do Rio de Janeiro, que tem 1,2 km² de extensão, cerca de quatro mil habitantes e um único campo de futebol para 11 jogadores: o centenário Municipal Futebol Clube, onde eles começaram as carreiras.

Paquetá posa na Ilha que lhe rendeu o apelido no futebol (Foto: Gustavo Rostein)

O pequeno Lucas, na verdade, jogava na escolinha aos fins de semana – o avô, Seu Altamiro, o “Mirão”, foi técnico do Municipal. A avó, Dona Marlene, mora lá até hoje. Ela explica que o neto não nasceu em Paquetá, mas frequentou a ilha durante toda a infância e sempre que o futebol permite volta para ver a família e os amigos. E lembra do início de tudo…

Lucas morou aqui comigo. Frequentou a escola. Ele adora Paquetá. Só foi embora por causa do futebol. Meu marido levava ele para a Gávea. Pegava a primeira lancha às 5h30 e voltava na última com o Lucas e o Matheus (irmão mais velho que também joga futebol e atualmente está no Avaí) – recordou.

Paquetá com a tatuagem em homenagem ao avô Altamiro, o “Mirão” (Foto: Gustavo Rotstein)

Como se fosse uma pequena cidade de interior, praticamente todos sabem quem é quem na ilha. Mas as famílias de Lucas e Marcos não apenas se conhecem, como também são muito próximas, como explica a vizinha Vera Castro. A irmã do técnico revela ainda que foi o irmão, na época em que trabalhava nas categorias de base do Flamengo, quem levou os netos da Dona Marlene para lá.

Se tornou uma amizade grande. A avó dele, Dona Marlene, é quem corta o cabelo da minha mãe. O Marcos é amigo de infância do Pio, pai do Lucas, e o Seu Altamiro fez curso com o meu irmão na época em que ele trabalhava no Flamengo. Foi meu irmão quem indicou os dois meninos, o Lucas e o Matheus, que foram fazer futsal no Flamengo – contou Vera.

Marcos passou pela base do Flamengo e levou Lucas e Matheus (Foto: Divulgação)

A avó de Paquetá (no caso, do Lucas) é só elogios para o xará de sobrenome do neto e sua família. Dona Marlene lembrou que chegou a ajudar Marcos, quando o atual técnico do Botafogo ainda estava no Flamengo, na preparação de um jogo contra o time rubro-negro.

O Marcos é um garoto muito bom. Um rapaz muito bom. Ele trouxe os garotos do Flamengo para jogar aqui. Cozinhei para todo mundo. Lembro que não podia botar tomate, não podia botar sei lá o quê (risos) – recorda ela, que brinca quando é questionada sobre sua torcida neste sábado:

Ih, nem sei para quem vou torcer. Mas, claro, quero que meu neto ganhe. Meus filhos vão ao jogo, mas vou ficar em casa assistindo.

Vera, por sua vez, garante vestir sempre a camisa do “Irmão Futebol Clube”, e neste sábado não vai ser diferente: a torcida é pela primeira vitória de Marcos no comando do Botafogo. Diretora social do Municipal, ela comemora principalmente a volta do irmão ao Brasil.

O Marcos voltou agora da Índia, foi ótimo. Foram 20 anos se vendo uma vez por ano, a gente sente. Agora, quando dá, todo domingo ele vem. No domingo antes de se apresentar ao Botafogo, ele esteve aqui, deu a notícia para a nossa mãe, que agora ela teria que torcer para o Botafogo. Aqui em casa é “Irmão Futebol Clube” e “Filho Futebol Clube” (risos).


Presidente do Municipal “dividido”

Compartilhe com os amigos

Veja também