João Luis Jr.: “O empate não foi ruim. Ruim é saber que dava pra ganhar”

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Poucos times de futebol vem atualmente trabalhando tanto quanto o Flamengo para relativizar o conceito de “resultado”. Já tivemos a derrota que gera esperanças, já tivemos a vitória que deixa a torcida preocupada e nessa noite de quarta-feira tivemos um empate fora de casa, contra um time grande, num estádio considerado caldeirão, que por todos os aspectos lógicos pode ser considerado um resultado bastante satisfatório mas que, se você assistiu o jogo, inevitavelmente deixou na boca um gosto amargo de derrota.

Primeiro porque o Santos foi um time que entrou em campo profundamente interessado em perder. Seja pelo gol praticamente contra no primeiro tempo, seja pela decisão de voltar do intervalo substituindo um atacante por um volante que já não paga mais para viajar de ônibus, a equipe paulista passou grande parte do jogo não apenas confortável com o empate dentro de casa como totalmente disposta a aceitar a pressão rubro-negra, a ponto do Flamengo dominar totalmente as ações durante a maior parte do segundo tempo.

Depois porque o Flamengo mais uma vez errou muito no ataque. Com um Diego praticamente desaparecido em campo, um Guerrero atuando como falso 9 não por opção tática, mas sim porque está cada dia mais complicado acreditar que ele é um 9 de verdade, e um Paquetá tão displicente que chega a ser uma surpresa ele ter se dado ao trabalho de vestir o uniforme e não ter apenas entrado de samba-canção em campo, o que sobrou da comissão de frente rubro-negra foi um disposto mas pouco eficiente Éverton Ribeiro e Matheus Savio tentando fazer o mínimo de barulho possível porque, se alguém percebesse que ele estava ali, com certeza iria ser convidado a sair de campo.

E por isso o empate, apesar de estar longe de ser um resultado ruim, foi frustrante. Pela sensação de que o Flamengo poderia oferecer mais, pela percepção de que seguimos não reconhecendo óbvias carências do elenco – Rodinei e Renê são mesmo tão absolutos que não precisamos de reforços nas laterais? – pela demonstração de que seguimos insistindo em jogadores que cada dia mais demonstram que não são capazes de oferecer o que se espera. Em suma, empatar com o Santos na Vila Belmiro não é ruim, ruim é perceber que era totalmente viável para o Flamengo ganhar do Santos na Vila Belmiro, se ele tivesse se organizado melhor, atacado com mais consciência, ao menos chutado mais vezes a gol.

Mas diante de um resultado que esteve longe de ser uma tragédia, o momento é de esperar evolução. Que o time consiga se organizar melhor em campo, que a articulação ofensiva se torne mais eficiente, que menos bons ataques sejam perdidos por displicência, preciosismo ou apenas decisões absolutamente equivocadas. O Flamengo atual, apesar de longe de ser perfeito, tem bons jogadores e já demonstrou capacidade de praticar um futebol, senão impressionante, ao menos convincente. E exatamente por isso é tão frustrante quando ele oferece bem menos do que isso.

Reprodução: João Luis Jr. | Blog Isso Aqui é Flamengo

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