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Não precisa rever os lances, sem masoquismo – pode puxar aí na memória: Se as 5 chances mais claras desperdiçadas no confronto Flamengo x Cruzeiro tivessem sido convertidas em gol, qual seria o placar agregado? Nas minhas contas, Cruzeiro 7×1 Flamengo.
Barbieri falou que o segundo gol rubro-negro não saiu por detalhe; esqueceu ele que, por detalhes mais sutis, não saíram o terceiro, o quarto, o quinto do lado de lá. O Flamengo disputou um confronto de 3 horas se doando apenas nos 25 minutos finais. Entrou no Mineirão precisando reverter desvantagem de dois gols, não fez o goleiro deles trabalhar. Como no jogo de ida, as melhores oportunidades foram cruzeirenses.
2×0 já havia sido pouco no Rio. Para suprir as bolas que não balançaram a rede flamenga, os azuis mineiros deram uma surra sonora na arquibancada. Fruto do planejamento dos azuis cariocas, que preferem um estádio homogêneo, rico e calado a um Maracanã pulsante, popular e plural.
A chapa azul de Eduardo Bandeira de Mello é a principal culpada, não a única. Montou um Flamengo sem ataque, treinador e laterais; mas teoricamente capaz de honrar seu torcedor. Na prática, a coisa foi outra. Outra que, ironicamente, é a de sempre – mais do mesmo.
Vão vir com a ladainha do “caiu de pé”; “lutou até o fim”. Mentira. Foi amassado pelo Cruzeiro por um jogo e meio, nas oitavas de final; fez uma primeira fase vergonhosa, ganhando apenas do Emelec. Viu seu torcedor lotar o Maracanã para um treino, em uma terça-feira à tarde; não teve competência nem vergonha na cara para bater o atual 11° colocado do Campeonato Colombiano no dia seguinte.
E o Flamengo segue se maltratando, apunhalando a própria cabeça. Com pancadas mais intensas, quando o assunto é Libertadores. Rasgou o roteiro das últimas 3 edições, recorreu ao das 3 anteriores.
Dotados de uma percepção ímpar, sábios afirmam: “Foi eliminado pelo Cruzeiro no primeiro jogo”. Em 2007, contra o Defensor, tomou um vareio no primeiro jogo. Em 2010, foi botado na roda pela Universidad de Chile no primeiro jogo. Em 2008, talvez tenha feito a melhor partida da década, no primeiro jogo. Proporcionou a possível maior tragédia da história do Flamengo, no segundo.
Reitero o título do texto: Só luta até o fim quem luta desde o início. E aí mora um dos grandes problemas do Flamengo, nos últimos muitos anos: não luta o tempo todo. Escolhe uma partida para lutar, outra para passar vergonha; é eliminado. Dessa vez, pior – humilhado no Maracanã e tendo o adversário sempre mais perto de marcar durante um tempo inteiro, fora de casa.
O tão aguardado agosto terminará mal. ‘Mirando no Real Madrid’, a diretoria optou por não priorizar nada. Apostou na nunca conquistada Tríplice Coroa, mesmo sabendo que eram 9 jogos em um mês, 5 deles contra dois dos melhores times do país. Entramos líderes do Brasileiro, vivos na Libertadores e na Copa do Brasil. Saímos mortos na Libertadores, na terceira colocação do campeonato nacional.
Batemos o Grêmio, é verdade. A eles, o mata-mata que restou é o da América. Se você pudesse escolher, preferiria estar na semifinal da Copa do Brasil ou nas quartas da Libertadores?
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Com mais uma eliminação nas costas, vem o transtorno das entrevistas. De novo, eles falam em “extrair o lado bom, se fortalecer, aprender com os erros”. Como outros nos disseram em 2007, 2008, 2010, 2012, 2014 e 2017. Se em 6 vezes não aprendemos, por que na sétima aprenderíamos? Dói, dói bastante.
Talvez a culpa também seja um pouco nossa, de não cobrar transformações, mudança de postura por parte do Flamengo. Permanecemos acreditando no futuro, cantando as glórias do passado, como se o hoje fosse apenas questão de sorte.
Enfurecemo-nos com a convocação de Lucas Paquetá. Uma eliminação futura, na Copa do Brasil, seria por sua ausência no jogo de ida. O mesmo valia para a queda nas oitavas de final da Libertadores. O meia disputou a volta, passou longe de fazer a diferença.
Lucas Paquetá é um jovem de 21 anos, craque de bola; rubro-negro de corpo, alma e coração. Mas ainda um garoto, sem títulos na carreira. Não se passaram 2 anos desde sua estreia como titular. Pouco fez no futebol, é inexpressivo na história do Flamengo. Mas já se sente ídolo, um semideus rubro-negro. Porta-se como tal, afinal assim é tratado. A culpa é mais nossa que dele.
Douglas Magno/Getty Images
Endeusar alguém que nunca ergueu uma taça, que não tem 100 jogos pelo Mengo na carreira, pode ser dar aval para novos fracassos. Se por tão pouco, um cara consegue ser tratado como ídolo do maior clube do país, por que ele daria a vida por algo mais? Paquetá ainda é Flamengo desde criança; um Diego, Guerrero, não.
Que Paquetá se torne nosso herói eterno. Everton Ribeiro, Diego Alves, também. É de se destacar mais uma grande atuação do camisa 7, bem como a monstruosa participação de nosso goleiro no Mineirão. Passou da hora de Diego Alves assumir a braçadeira de capitão.
Curaremos a ressaca; a dor, só com título. A vida segue, com muito amor pelo Clube de Regatas do Flamengo.
Reprodução: Marcos Almeida/ Nosso Flamengo – ESPN
Falo por mim e respeito a opinião dos outros. Perdi o respeito pelo Barbiere. Técnico bom é aquele que dá esporro no time no vestiário lembrando-os inclusive sobre os salários que ganham e a história do clube(como o Renato fez após nosso empate contra o grêmio na arena deles). Alem disso, no mínimo tem que observar o jogo do adversário no intervalo para fazer mudanças táticas ou substituições corretas. Chega de técnicos que só se preocupam com a parte técnica. Chega de incompetência futebolística. Precisamos de técnicos que botem terror nos jogadores e que só aceite ser técnico se a diretoria der total liberdade nas escolhas de contratações como tb nas escalações, barrações e dispensas do time. Será que ele não percebeu ainda que novamente levamos os gols pelo lado esquerdo? Porra, precisamos de lateral esquerdo, direito e um zagueiro. A lateral direita é nula tb, Quanto ao Rever, perdoem-me mas não mais vejo diferença entre ele e Juan(idosos incapazes de acompanhar atacantes profissionais). Rodolfo? Pé de vidro. Quanto ao ataque não me acho no direito de opinar pois são jogadores recém contratados que não jogaram nem um milésimo de tempo que o inútil Guerreiro jogou. Esse time tecnicamente é bom mas psicologicamente não é cobrado. Todas essas atribuições p mim são características de um técnico realmente bom, o que não parece ser nosso caso. Sem mais. SRN…
Precisamos de técnico com urgência.
Até a parte do “priorizar campeonatos” vinha concordando com tudo… no final o autor desandou