Pedro Sampaio: “O que é ser Flamengo?”

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Em vista dos últimos resultados e da consequente desmotivação de parte da torcida, eu senti que deveríamos abordar um pouco do que, na minha visão, é ser Flamengo. Sem dúvidas, tentar botar em palavras o amor pela instituição é uma tarefa hercúlea. Não tenho a pretensão de expressar o sentimento de todos os torcedores ou listar os ingredientes necessários para se fazer um “verdadeiro flameguista”. Este texto é, antes de tudo, um manifesto pessoal. Um pouco das minhas experiências e do que me faz amar tanto o clube.

Eu nasci em 1988. Logo, não vi os anos mais vitoriosos do Flamengo. O primeiro título de alguma relevância, fora do âmbito estadual, que eu comemorei foi a Copa Mercosul (uma espécie de Sul-americana da época). E isso foi no ano de 1999! Ou seja, eu já tinha 11 anos. Para piorar, na minha infância, o melhor time do país era o Vasco. Imagina como era a minha vida no colégio? O final dos anos 90 não foi uma boa época para ser uma criança apaixonada pelo Flamengo. O nosso grande orgulho era ganhar o Campeonato Carioca e ter o Vasco como vice. Muito pouco para quem torce por um clube com a história e a grandeza do Flamengo.


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No entanto, quando olho para trás, não me lembro sequer de um momento de hesitação, de alguma hora em que pensei “acho que não vou mais ligar para futebol”. Realmente, essa ideia nunca passou nem perto da minha cabeça. Mesmo nos piores momentos, onde eu via o Vasco conquistar os maiores títulos da sua história ou quando estávamos prestes a ser rebaixados.  Sabe por quê? A resposta é mais simples do que parece: o meu compromisso nunca foi com a vitória. O meu compromisso é única e exclusivamente com o Flamengo.

Longe de mim querer ensinar alguém a torcer, porém, devo confessar que fico um pouco incomodado ao ver, nos dias de hoje, a torcida, no Maracanã, deixar de apoiar o time, após ele sofrer um gol ou quando está fazendo uma péssima partida. Pode ser apenas uma lembrança lúdica, mas, na minha infância, não me lembro de sentir o Maracanã calado. Ao contrário, minha memória remonta a jogos de qualidade sofrível em que a torcida apoiou o time até o último segundo.

Eu entendo que a torcida esteja ansiosa para conquistar grandes títulos e ver o Flamengo se tornar hegemônico – como ele parece destinado a ser, pela sua capacidade de gerar altas receitas. Eu mesmo não vejo a hora de ver o time do meu coração conquistar uma Libertadores e, posteriormente, o Mundial. Porém, enquanto isso não acontece, nossa função, como rubro-negros apaixonados, é seguir apoiando e acreditando até o último segundo.  Não estou dizendo que devemos fazer vista grossa para todos os erros ou que não devemos criticar. O que eu quero passar é que, independentemente dos resultados adversos, enquanto não formos eliminados em nenhuma das competições que disputamos, devemos seguir apoiando o time. A nossa torcida faz a diferença.

Para mim, devido às minhas experiências como torcedor, ser Flamengo é mais do que ter um time para torcer. Chega a ser um estado de espírito. É acreditar que é possível alcançar um objetivo, mesmo quando tudo leva a crer que sou incapaz. É seguir lutando, mesmo que o confronto pareça desigual. É não abaixar a cabeça para os percalços da vida e seguir sempre adiante. Mesmo nas situações mais adversas em que o time se encontrar, eu vou sempre estar lá por ele. E eu sei que vocês também vão.

Hoje, mais do que ontem e menos do que amanhã: eu tenho muito orgulho de ser Flamengo.

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  • ISTO É FLAMENGO

    “Flamengo não é somente um clube, uma agremiação esportiva. O Flamengo é uma religião, uma seita, um credo, com sua bíblia e seus profetas maiores e menores. O Flamengo é um amor, uma devoção, uma eterna comunhão de sentimentos.

    Por ele muitos deram a vida, alienaram a liberdade, destruíram amizades, arruinaram lares, com homicídios e suicídios. O Flamengo, o flamenguismo, para ser mais exato, é uma cardiopatia. O Flamengo dá febre, dá meningite dá cirrose hepática, dá neurose, dá exaltação de vida e de morte. O Flamengo é uma alucinação.

    Deveria ser feita uma lei federal que obrigasse o Flamengo a jogar em todo o Brasil, toda semana, e ganhar sempre. Quando o Flamengo vence, há mais amor nos morros, mais doçura nos lares, mais vibração nas ruas, à vida canta, os ânimos se roboram, o homem trabalha mais e melhor, os filhos ganham presentes.

    O Flamengo não pode perder, não deve perder. Sua derrota frustra, entristece, humilha e abate. A saúde pública, a higiene nacional exigem que o Flamengo vença, para bem de todos, para felicidade geral, para o bem estar nacional”.

    Desconheço a autoria.

  • Pedro, concordo com a maioria das suas observações, mas ( sempre existe um mas!) Acho que é legítimo o sentimento de raiva que muitas vezes se apodera dos nossos corações e muitas vezes dizemos que vamos dar um tempo de flamengo, etc… eu mesmo gostaria de não ser flamenguista! O flamengo às vezes me faz passar mal. Tenho ” brigas” constantes com a minha mulher, que sempre que passo mal me pergunta: tá ganhando quanto com esse sentimento de amor? Enfim, não irei prosseguir, pois iria longe. Abraços

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