Finalmente um empate do qual toda a Nação pode se orgulhar e comemorar sem correr o risco de cometer gafes contrárias às regras de conduta e bem torcer definidas pelos malas cagadores-de-regras que infestam as arquibancadas virtuais das redes sociais. Claro que pode comemorar, foi um empate heroico, que se não chegou a ter sabor de vitória diminuiu consideravelmente o endividamento para a partida de volta no Maraca. Sair do jogo lá perdendo pelo placar mínimo seria uma mini-tragédia. Que faria com que uma em nada extraordinária vitória do Flamengo no 2º jogo, se transformasse em uma pesada obrigatoriedade. Por isso que o empate valeu muito pra nós e deve estar sendo profundamente lamentado pelos alemão.
Os alemão que são, até o momento, os campeões da América. E que não costumam perder ponto em casa. Ainda mais do jeito que perderam, não resistindo à opressão do Flamengo e entregando as paçoca e as cocada tudo na ultima volta do ponteiro. Pra quem tava torcendo do lado de fora foi sofrido, mas valeu a pena porque o final foi delicioso. No primeiro tempo o jogo foi mais igual e o Flamengo tomou o gol por vacilação da nossa defesa ao não saber fazer a linha burra com inteligência. O placar do 1º tempo era extremamente injusto, mas ao mesmo tempo era correto. Quem vacila não pode reclamar de injustiça.
Sofremos um pouco no 1º tempo, mas no 2º tempo pareceu outro jogo. O Flamengo voltou do vestiário mostrando uma extraordinária maturidade tática. Tentou tentando sem parar de tentar. Foi uma agradável surpresa ver que o Flamengo voltou a ser daqueles times que quando tem um serviço pra fazer não fica de conversinha procrastinatória, vai lá e faz. E vejam bem, é quase o mesmo time que outro dia perdeu duas finais importantes com afrescalhada docilidade. Era aquele time frouxo que os norte-uruguayos tavam esperando e deve ter sido um golpe quando sentiram o nosso bafo quentão no cangote. Tanto que se reagruparam pra fechar a casinha a qualquer custo e entraram em retranca mode on, praticamente desistindo de perturbar o gol de Diego Alves. O 2º tempo inteiro foi o Flamengo martelando o martelão e os grêmios só dando bicuda na direção em que o nariz apontava. Mas o Flamengo foi tenaz, foi brasileiro, não desistiu nunca e conseguiu meter o gol de empate na twilight zonetemporal dos acréscimos.
Que beleza a entrada mística do menino Lincoln. Ele veio direto da base, cheio de gás e com o mojo em dia. Por isso que sempre to falando pros jovens não brincarem com essas paradas que no Flamengo elas funcionam até demais. Moleque em campo, corridinha pro ataque, não deu outra, bola cruzada pro meio do bolo e o moleque faz um gol típico de centroavante matador decididor e resolvedor de problemas. Há um tempão que os gato-mestres vem dizendo que Lincoln é melhor que Dourado, Guerrero, Uribe, Obina e Eto’o juntos, mas a oportunidade de confirmar todas essas benedicências ainda não tinha surgido. O estudioso Barbieri foi sacudo ao optar pela entrada do moleque e não pela de um jogador mais experiente pra enfrentar a defesamenos vazada do Brasil no ano. Arriscou e se deu bem. Como foi maneiro ver as expressões glúteas dos torcedores gremistas ao admirar nossa extravasante comemoração após o gol de empate. Ser Flamengo é isso, arrancar o pão da boca dos mal vestidos quando eles menos esperam. Vagabundo tem que aturar, em matéria de maldade o Flamengo é professor honoris causa.
Sabemos que o jogo do Maraca vai ser outro, não tem nada garantido e que os caras não estão mortos. Mas o caminho pro Flamengo chegar às semifinais da Copa do Brasil ficou facilitado. A obrigação da vitória persiste, claro, mas agora que já vimos que o time deles não é o bicho-papão que o Zero Hora quer nos fazer acreditar que eles sejam. O Flamengo já mostrou que tem futebol, elenco e preparo físico pra fazer o resultado que precisa no Maracanã e mandar os norte-uruguaios curtirem as fases finais da Copa do Brasil pela televisão. Que já é muito mais do que eles merecem. Chupa, Renight!
Reprodução: Blog República Paz & Amor
Vamos lá Mengaõ