Rodrigo Mattos: “Com Vinicius Jr. e Arthur, Brasil tem mês recorde de vendas: R$ 867 mi”

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Os clubes brasileiros tiveram um mês recorde de vendas para o exterior em julho: um total de US$ 231,1 milhões (R$ 867 milhões) de acordo com relatório da Fifa. Em nenhum mês o país obtivera tal montante que se aproxima do valor que se arrecadou no ano passado inteiro com transferências de atletas. Entre as negociações, estão Vinicius Jr. (Flamengo), Arthur (Grêmio) e Paulinho (Vasco), todos com rescisões feitas neste mês.

Com isso, o Brasil ficou pela primeira vez na lista dos cinco mercados que mais ganharam dinheiro em transferência em julho, mês mais agitado para transações entre clubes. Só países europeus ocupavam a lista nos dois anos anteriores em que a Fifa tinha feito esse relatório, em 2017 e 2016.

Explica-se: os clubes só registram os valores das transferências quando são feitas rescisões contratuais com os clubes vendedores. Neste momento, os dois clubes incluem os documentos da transação que permitem à Fifa ter acesso aos valores acertados.

Assim, só agora foi registrado o valor de venda de Vinicius Jr do Flamengo para o Real Madrid, em um total de 45 milhões de euros. Sua rescisão foi registrada em 20 de julho, apesar de o clube rubro-negro ter acertado a negociação no meio do ano passado. Já o dinheiro entrou dois terços em 2018, em torno de R$ 100 milhões, e um terço neste meio do ano, R$ 50 milhões. A CBF também só registrou a saída de Felipe Vizeu (US$ 6,5 milhões) para a Udinese no mesmo dia de seu antigo colega de ataque.

O caso de Arthur é similar. A transação entre Barcelona e Grêmio já estava previamente acertada no início do ano, mas só em julho ganhou valores definitivos com o acordo para ida antecipada do jogador para a Espanha. A transferência se deu por 31 milhões de euros e a rescisão foi registrada no BID da CBF em 19 de julho.

Outro que teve sua negociação acertada em abril foi Paulinho, negociado pelo Vasco ao Bayer Leverkusen. O rompimento de seu contrato com o clube carioca ocorreu em 25 de julho, quando foi registrado o valor de 20 milhões de euros no sistema TMS da Fifa.

Entre outras transações importantes, há o atacante Roger, negociado pelo Palmeiras que estava emprestado ao Atlético-MG. Ele se transferiu ao chinês Shandong Luneng por um total de 9,5 milhões de euros. Por fim, o São Paulo negociou o peruano Cueva com o Krasnodar por 8 milhões de euros.

Para efeito de comparação, o valor obtido pelos clubes brasileiros de R$ 867 milhões praticamente cobre os R$ 916 milhões ganhos em toda a temporada de 2017. Para se ter ideia, o Brasil arrecadou mais do que o mercado inglês, que é o maior comprador, mas também negocia jogadores com outros países europeus. Espanha e Alemanha ficaram na casa de US$ 300 milhões em ganhos com negociações de jogadores. A liderança ficou com a França com US$ 428 milhões.

Entre os que mais investiram, estão a Inglaterra e a Itália, esta puxada pela negociação de Cristiano Ronaldo entre Real Madrid e Juventus. No total, os ingleses gastaram US$ 730 milhões com jogadores no mês de julho, e os italianos, US$ 719 milhões. Esse número indica um claro reaquecimento do mercado da Itália que estava atrás dos outros anteriormente.

No geral, o mercado de transferências cresceu 17% nesta temporada em relação a anterior, demonstrando que continua a escalada de custo com aquisição de jogadores vista nos últimos anos.

Reprodução: Blog do Rodrigo Mattos | Uol Esporte

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  • Essa escalada vai só aumentar, uma vez que os clubes sul americanos estão valorizando cada vez mais seus atletas, eliminando intermediários como os clubes ucanianos e holandeses. O correto é vender as jóias a grandes clubes europeus diretamente e evitar que um PSV da vida fique ainda mais rico com a revenda dos nossos craques.

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