Uol: “Guerrero foi símbolo do “novo Fla”, mas se despede sem deixar saudades”

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Flamengo e Guerrero se separam oficialmente nesta sexta-feira (10), e o contrato de três anos entre as partes termina de forma bem diferente de como foi celebrado. O marco do clube capaz de investir em grandes jogadores e honrar os compromissos foi visto imediatamente na arquibancada. Mas a euforia da torcida, com direito a música (“Acabou o caô, o Guerrero chegou!”) deu lugar ao rancor, potencializado por inúmeras ressalvas sobre a conduta do atacante ao longo do vínculo, sobretudo recentemente.

Paolo Guerrero se despede sem deixar saudades na maioria da torcida rubro-negra. A contratação, de fato, mudou o Flamengo de patamar. Até o meio de 2015, o clube ainda esbarrava no processo de recuperação financeira, e tirar um ídolo do Corinthians por altos valores impactou o futebol no país. A partir daquele momento, o clube carioca passou a ser visto de forma diferente. Depois de Guerrero, outros jogadores de renome e alto investimento chegaram: Diego, Everton Ribeiro, Diego Alves, Henrique Dourado, Fernando Uribe e Vitinho foram os principais.

Além das compras, o Flamengo ainda fez a maior venda da sua história com Vinicius Júnior, que foi negociado para o Real Madrid-ESP por R$ 164 milhões. O panorama mudou definitivamente. O Rubro-negro se transformou em um clube que investe pesado no mercado, cumpre com os pagamentos em dia e também projeta outras grandes vendas. Lucas Paquetá e Lincoln, por exemplo, são observados por clubes europeus e têm multas de R$ 200 milhões.

A transformação teve a contratação de Guerrero como símbolo principal. Sem dúvida, foi o momento no qual a gestão virou a página do duro período de austeridade para equilibrar as finanças. Um ponto absolutamente positivo. Em números gerais, no entanto, o peruano passou longe de se tornar inesquecível para a torcida.


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Guerrero custou aproximadamente R$ 43 milhões aos cofres rubro-negros em três anos de contrato entre salários, luvas, 13º e férias. Nos bastidores, a frase “entrega pouco para o que recebe” foi dita algumas vezes por dirigentes. A afirmação de que Paolo recebia muito para decidir pouco cresceu com o tempo. Ele deixa o clube mais popular do país com 43 gols em 112 jogos. A média é de 0,38 por partida.

Promessas não cumpridas e nenhum gol no Vasco


O zagueiro Rodrigo foi o algoz de Guerrero durante a passagem pelo futebol carioca (Foto: Pedro Martins/AGIF)

Paolo Guerrero chegou ao Flamengo com o discurso de grandes conquistas. Mas, no tempo de contrato, colecionou eliminações em competições prioritárias, como a Libertadores da América. Ele sai com apenas o título do Campeonato Carioca de 2017 e sem um jogo que tenha marcado realmente a memória do torcedor. Aquela atuação que será lembrada daqui a 20, 30 anos. Isso, o peruano não conseguiu.

Da mesma forma que também não obteve êxito em fazer um gol no principal rival. Em 2015, ele prometeu “passar por cima e arregaçar” o Vasco. Não conseguiu. Pelo contrário, foi anulado seguidamente pelo zagueiro Rodrigo, o seu algoz no Rio de Janeiro.

Outro ponto bastante comentado na passagem do atacante pela Gávea foram as seguidas reclamações com os árbitros e os desfalques por conta de suspensões. Ele recebeu 34 cartões amarelos e um vermelho no tempo em que defendeu o Flamengo. Além das convocações para a seleção do seu país, as punições tiraram Paolo de jogos importantes.

Suspensão por doping foi ato final, ainda que não admitido


Guerrero no julgamento na Corte Arbitral do Esporte: fim de contrato melancólico no Fla (Foto: Jean-Christophe Bott/Keystone via AP)

Embora os dirigentes rubro-negros evitem o assunto publicamente, o rompimento com Guerrero já era claro desde a suspensão por doping no ano passado. A contaminação ocorreu enquanto o jogador estava com a seleção peruana, e o Flamengo ficou sem o camisa 9 por seis meses. O contrato do atacante, então, foi suspenso pelo clube. O ato arranhou de vez a relação entre as partes.

Ele ainda voltou aos gramados, foi ovacionado pela torcida no Maracanã, mas a saideira foi a pior possível. Sem acordo para uma renovação de vínculo nos moldes que desejava, Paolo Guerrero se queixou de dores e não entrou mais em campo depois do sexto jogo no Campeonato Brasileiro. Desta forma, não cumpriu a sétima partida e manteve a possibilidade de transferência para outro clube brasileiro.

O Internacional entrou na jogada pela contratação. Não havia mais clima para a permanência do peruano no Ninho do Urubu. Apesar de todo o glamour e relevância na posição, Guerrero sai do Flamengo pela porta dos fundos. A passagem fica marcada pela recuperação econômica do Rubro-negro, mas sem nenhuma lembrança de quem chegou para “acabar com o caô“. A música vai para o arquivo, já que Guerrero falhou na missão.

Reprodução: Uol Esporte

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