FOTO: GILVAN DE SOUZA/FLAMENGO
Pois é, não foi desta vez que o Mais Querido voltou a ganhar a principal competição sul-americana. Na próxima edição, em 2019, vai fazer 38 anos desde a nossa última e única conquista da Copa Libertadores da América. Estou de acordo que este é um hiato grande demais para o time mais popular do continente. Neste tempo, vimos times “nanicos” levantarem a taça e, até mesmo, o “glorioso” São Caetano chegar à final. Não é à toa que ser campeão da Libertadores se tornou uma fixação da nossa torcida. Porém, mesmo com a eliminação para o Cruzeiro, ainda temos muito pelo que torcer este ano. E, indo além, ainda pode – apesar de improvável – ser o melhor ano da história do clube após 1981. Sim, somos fortes candidatos a conquistar tanto a Copa do Brasil quanto o Campeonato Brasileiro.
Isoladamente, não vejo a eliminação para o Cruzeiro, outro time de grande investimento, como um vexame. A questão é o acúmulo de eliminações em competições internacionais e a “seca” de títulos de expressão – o último foi a Copa do Brasil, em 2013. Por mais que sejam legítimas e inevitáveis as nossas críticas, esta é a hora de encontrarmos forças em nosso âmago rubro-negro e seguir apoiando e acreditando no time. Particularmente, caso ganhemos a Copa do Brasil e/ou o Campeonato Brasileiro, não considerarei este ano como sendo um fracasso. Nas duas principais competições nacionais, seguimos vivos e temos um dos times mais talentosos do Brasil.
Não gosto de “oba-oba”, entretanto, seria falsa modéstia se eu dissesse que não vejo o Flamengo como grande favorito na semifinak da Copa do Brasil, contra o Corinthians. Desde que acompanho futebol, eu não me lembro de uma diferença técnica tão grande, a nosso favor, entre Flamengo e Corinthians. Negar isso seria ir contra o óbvio ululante.
Infelizmente, parece que os “acasos” do futebol brasileiro parecem destinados a nos atrapalhar. No jogo de ida, no Maracanã, devido às convocações das seleções do Brasil e da Colômbia, jogaremos sem o Lucas Paquetá e o Cuéllar, dois dos nossos principais jogadores. Na minha visão, não há, dentro do Brasil, um jogador da qualidade do Paquetá. Então, mesmo não vivendo uma boa fase, o garoto da ilha fará muita falta. Inclusive, caso Paquetá estivesse apto a jogar a primeira partida das oitavas da Libertadores, penso que o confronto teria outra cara. A ausência de Cuéllar, o nosso principal volante, também será muito sentida. Não só pela sua qualidade, mas também por quem ocupará a sua posição: Pires da Motta foi contratado após o término das inscrições para a Copa do Brasil, nos deixando com a forte possibilidade de entrarmos com o Rômulo em seu lugar. Convenhamos, a iminente possibilidade de iniciar o confronto com a dupla “Rômulo/Arão” não é nem um pouco reconfortante. Essa mudança COLOSSAL do nível do nosso meio-campo é a principal pedra no caminho contra o Corinthians.
No Brasileirão, estamos em terceiro, a quatro pontos do líder, com mais 17 rodadas para serem disputadas. A diferença na tabela de classificação é muito pequena, ainda mais se levarmos em conta que ainda enfrentaremos o líder São Paulo e o vice-líder Internacional. Mesmo sendo na casa deles, são vitórias que o Flamengo deve almejar como postulante ao título. O principal problema não é a nossa pontuação, mas, sim, a queda de rendimento da equipe dentro do Brasileirão. Eu tenho a sensação de que, após a eliminação da Libertadores, com um maior foco na competição de pontos corridos, o time tende a voltar a apresentar o mesmo nível de jogo que tinha antes da Copa do Mundo. Digo isso não apenas pela questão do desgaste físico, mas, principalmente, por acreditar que, psicologicamente, o jogador brasileiro ainda não está condicionado a disputar três competições importantes. Como a Copa do Brasil tem a peculiaridade de acabar bem cedo (o último jogo da final ocorre no dia 17 de outubro, entre a 29ª e 30ª rodada do Brasileirão), creio que possamos, sim, buscar o título das duas competições. Não vou negar que acho bem difícil isso acontecer. Porém, é, sim, possível e está ao nosso alcance.
O ANO NÃO ACABOU na última quarta-feira!
SRN,
Pedro Sampaio
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