Rodrigo Coli: “Velhas práticas, costumeiros erros”

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Nem acabamos a temporada de 2018 e já antevemos problemas extra-campo para o próximo ano. O pleito presidencial, marcado para o princípio de dezembro, retarda o planejamento da temporada 2019, e nosso meio-campo já conta com a perda de Lucas Paquetá e a iminência do fim do vínculo de Diego, que em janeiro já estará apto para assinar pré-contrato com qualquer clube.

Sobre esse tema, estive me questionando o porquê da praxe adotada por clubes brasileiros de assinarem contratos que se encerram em junho/julho/agosto, exatamente no meio da temporada nacional. O que está para acontecer com Diego já aconteceu com Paolo Guerrero, neste ano. O resultado? Um jogador que passa seus últimos seis meses de clube com a dúvida entre assinar pré-contrato com outro clube ou esperar alguma resolução sobre sua renovação, e seus últimos jogos moroso, por vezes até fazendo corpo mole para não atuar em competições nacionais e ficar impossibilitado de atuar pelo possível novo clube.

Para o Flamengo esta condição é exatamente oposta ao que preza um bom planejamento futebolístico. Saber que um dos jogadores do elenco não estará disponível nas fases decisivas de todas as competições que se disputa é, antes de mais nada, já antever que um substituto a altura deve ser contratado ou pinçado das divisões de base. Assim, não faria sentido que esse suplente seja lançado repentinamente no time ao momento da saída do antigo titular, mas sim integrado aos poucos. Mas, neste caso, também admitiríamos que o clube passou seis meses pagando os salários de um jogador que, na folha, tem o peso financeiro de um titular, mas que na verdade ocupa o banco até que se encerre seu vínculo.

A verdade é que esse contrato atende a moldes europeus. Principalmente para jogadores que tem mercado e intenção de atuarem no velho continente, faz sentido que, no pior dos casos, eles estejam livres ao princípio da temporada europeia. O grande senso de organização dos clubes de lá preza pela montagem do elenco nesta janela, restando ajustes e contratações pontuais para as negociações de janeiro. Pensando em nosso lado, entretanto, é impossível imaginar que uma negociação contratual possa tornar o clube refém dos futuros interesses do jogador. Sendo o clube que paga seu salário, ao menos uma cláusula mais justa de renovação por seis meses deveria ser proposta. O que não pode é acontecer de ficarmos reféns de empresários em toda novela de fim de contrato.

Profissionalizar o futebol passa invariavelmente por elaborar contratos racionalmente aceitos, mas em função do clube.

Rodrigo Coli
Twitter: @_rodrigocoli

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  • Essa Diretoria já fez a cagada de vender o Paquetá abaixo da multa, espero que não venha agora renovar o contrato do Diego por 3/4 anos, já que o mesmo fará 34 anos em fevereiro.

  • É óbvio que vemos aí balanças de interesses. Geralmente o jogador mais difícil de ser contratado leva vantagem na barganha do final do prazo de contrato. Já os que são claramente beneficiados por jogarem no Mengão, costumam priorizar o tempo de contrato em detrimento da parte do ano em que terminará o contrato.

  • Básico, mas no Flamengo as coisas andam muito estranhas… o RC foi um câncer q até hoje sofremos na quimio… mas vai passar… tudo passa… espero q o Landim tenha condições e vontade de fazer o “Básico” bem feito, o resto deixa conosco “a torcida”, que pagaremos o preço que eles quiserem, no ST da Nação, em média alta de público… bota time lutador q vcs verão como vão encher os cofres do clube rapidamente só com a torcida do MAIS QUERIDO DO BRASIL… SRN.

  • Acontece meu amigo, que vivemos no país da corrupção, da propina, a CBF envolvida em tretas até o talo. Não há interesse em corrigir nada!!!

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