Da quase cegueira a destaque da base: conheça a história de Rafael Santos, zagueiro promissor do Fla

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FOTO: GILVAN DE SOUZA/FLAMENGO

PorCarla Araújo Venê Casagrande

No último dia 23 de agosto, Rafael Santos teve um motivo a mais para comemorar: seu contrato com o Flamengo foi renovado até dezembro de 2022. Zagueiro de 20 anos, ele ainda pertence ao sub-20 do clube, mas está em processo de transição para os profissionais. Com a lesão de Juan, as chances de o jovem jogador ser promovido aumentam e pode ser que aconteça antes do programado.


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Rafael é natural do Guarujá-SP. Nas escolinhas da cidade, começou atuando como atacante. Foi na base do Santos F.C. sua primeira oportunidade da carreira, como volante. A vaga na posição de zagueiro veio logo depois, de onde não saiu mais. Porém, se a história teve um bom início para o atleta, alguns obstáculos surgiram depois.

Rafael Santos em treinamento no CT do Flamengo (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

O primeiro foi a saída do Santos. O clube alvinegro entendeu que Rafael tinha baixa estatura para a função de zagueiro e ele foi dispensado. As outras duas barreiras vieram já quando estava no Flamengo: após notar que a vista estava embaçando cada vez mais, o garoto realizou exames e foi diagnosticado com Toxoplasmose, uma doença parasitária que pode ocasionar cegueira; posteriormente, uma cirurgia no joelho também deixou o atleta sem atuar por alguns meses.

Apesar dos problemas, o zagueiro esteve pela primeira vez em uma seleção brasileira de base em 2013. Foi titular do Flamengo na Copa São Paulo, em 2017. Treinando com os profissionais desde maio, Rafael já foi relacionado para duas partidas: contra o Atlético Paranaense e contra o Grêmio.

Rafael disputando a bola com Orlando Berrío (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

A reportagem do Coluna do Flamengo conversou com Rafael Santos. Além das dificuldades na vida profissional, o jovem zagueiro se apresentou à torcida do Flamengo e disse querer conquistar títulos pelo Rubro-Negro.

Confira abaixo a entrevista completa:

Como começou a sua trajetória no futebol e no Flamengo? Conta um pouco da sua história.

— Eu sempre gostei de jogar bola. Principalmente com os mais velhos, no Guarujá. Até o dia em que meu pai me disse que ia me colocar em uma escolinha. Fiquei uns três dias sem dormir (risos). Eu pedia muito isso para ele e eu era muito viciado em futebol. Não era uma coisa “normal”, não. Eu queria jogar todo dia, toda hora. Entrei na primeira escolinha aos nove anos de idade e joguei em quase todas as escolinhas do Guarujá. Joguei society, futsal, e progredi bastante. Nisso, eu fui como lateral e volante para o Santos, depois mudei para a zaga. Mas, em seguida, fui dispensado. Tive uma passagem pelo Desportivo Brasil, e cheguei ao Flamengo, onde sou muito feliz hoje.

Devido ao problema na vista, você, em algum momento, pensou em desistir de jogar?

— Foi muito delicado. A partir do momento em que eu achava que podia ficar cego, eu só queria melhorar, voltar a enxergar bem. Naquele momento, deixei sonhos, carreira, tudo de lado, só para me recuperar. Eu estava praticamente cego de um lado. Só pensava nisso, mas, graças a Deus, fiquei bem.

Quais são suas principais características? Que tipo de zagueiro você é?

— Eu sou meio tímido para falar essas coisas. Me considero um zagueiro com uma boa recuperação e uma boa bola aérea. Gosto quando o atacante dá o “tapa” na frente, porque aí a gente faz o nosso nome (risos).

Rafael Santos e Fernando Uribe em treinamento no Ninho do Urubu (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

Você tem participado mais das atividades no profissional. Como é treinar com jogadores como Diego Alves, Juan, Diego e Everton Ribeiro?

— É muito bom, porque eles são consagrados no futebol já, né? Como eles, têm outros jogadores que ajudam muito no dia a dia. Eles me passam coisas que ajudam muito no meu crescimento.

O que sentiu quando foi relacionado pela primeira vez para uma partida do profissional?

— Passa um filme pela cabeça. Se eu entrar, como vou jogar? É uma fase da vida que começa automaticamente. É uma sensação única estar representando milhares de pessoas. Considero como uma responsabilidade e confesso que só penso nisso até a bola rolar. Mas, estar vivenciando esse momento único é uma alegria enorme.

Em quem você se espelha no futebol?

— Nesse assunto, meu pai sempre me disse que, desde pequeno, preciso ter a minha própria personalidade. Claro que eu vejo muito os jogadores, até mesmo no Flamengo, aprendo bastante e sempre tento filtrar alguma coisa. Me espelhar em alguma pessoa, confesso que não chego a esse ponto, não. Tento ser eu mesmo e, a cada dia, criar minha própria identidade.

Qual seu maior sonho como jogador?

— São muitos sonhos, né? (risos)
Ser campeão pelo Flamengo, que vai ser uma alegria muito grande para mim e para minha família. Ser campeão do mundo também. Esse eu acho que é o sonho de toda pessoa que joga futebol.

Tem sonho de jogar em qual clube da Europa?

— Sonho em jogar em vários. Da Espanha: Real Madrid, Barcelona e Atlético de Madrid. Na França, o PSG. Gosto do futebol Inglês também. É um tipo de sonho que é mais pra frente. Hoje, minha cabeça está focada no Flamengo.

Você superou muitas coisas para chegar aqui. O que você tem a dizer aos meninos que estão começando e passam por adversidades ou recebem muitos “não”?

— Muitas pessoas vão dizer que não vai dar. Que você não é capaz ou não consegue. Que você não é forte o suficiente para superar certas coisas, mas são essas pessoas que vão se surpreender. A única pessoa que representa os nossos sonhos na terra somos nós mesmos. Então, nada melhor do que criarmos uma expectativa a respeito da gente mesmo. Nós somos protagonistas. Treine bastante, tenha foco, não saia muito, porque você é um atleta, não é como todas as outras pessoas. A gente tem que ter uma responsabilidade desde pequeno com nosso sonho. Tem que abdicar de muitas coisas. Analise as pessoas ao seu redor, veja se são pessoas positivas, escolha bem seus amigos. Se você tiver foco e determinação, trabalhar bastante, não tem o que dar errado.

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  • kd o Trindade

  • Se os novos gestores do Flamengo não tiver olhar diferente com a base irão vender ou queimar os pratas da casa. Adrian, Marcelinho, Djalminha, Samir, Paulo Nunes. Estão queimando o Ronaldo, Thuler , Mateus Sávio. Dá vontade de esquecer futebol. O flamengo só ganhou título e foi respeitado com pratas da casa. Olha só Mozer, Aldair, Leandro, Leonardo, Andrade, Adílio, Zico, Júlio César entortador, Leovigildo Júnior, Nunes. Seleção. É Esse técnico frouxo só trabalha com medalhões sem valor. Parei

  • Coloca ele na lateral, o mlk já jogou em todas as posições. Vamos acabar com essa resistencia em tentar algo difente

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