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O futebol que o time vem apresentando em campo está longe de satisfazer aos torcedores do Flamengo. Os protestos – nos muros, nas arquibancadas e nas redes sociais – se potencializam diariamente, mesmo depois de vitórias emocionantes como a do último domingo (26). Para o jornalista Mauro Cezar Pereira, da ESPN, os problemas da equipe envolvem um paternalismo nocivo que faz mal ao ambiente e à performance durante as partidas.
– Eu acho que esse paternalismo, essa relação que o Abel Braga costuma ter com os jogadores, ela pode ser benéfica se o time estiver bem treinado. Se o time funciona bem e a relação dele com os jogadores é boa, temos uma família harmônica, uma família de comercial de margarina. Tudo lindo e maravilhoso. Só que não é o que acontece porque o time está mal treinado, o time não funciona, então acaba virando ali uma espécie de uma confraria, uma ação entre amigos. Se o cara é amigão, é bonzinho, acaba virando essa troca. Mas existem também os filhos favoritos e aqueles que o paizão não gosta tanto. O Arrascaeta é o filho que ele não gosta tanto, tanto que domingo não entrou no jogo, não entrou no jogo contra o Peñarol, inexplicavelmente. Mas o Rodinei, que parece ser muito querido, esteve na cancha, no segundo tempo, contra o Athletico-PR.
Para o comentarista, o torcedor é soberano e entende perfeitamente o que está acontecendo em campo, a ponto de continuar com os protestos mesmo após comemorar efusivamente o gol da virada, no 3 x 2 diante do Athletico Paranaense.
– Acho que é algo nocivo e acho que os jogadores são meio sem noção, porque o cara vira as costas para a torcida para poder abraçar o técnico. Independentemente do palavrão, da ofensa, vamos pensar no que motivou isso. Os torcedores estão insatisfeitos, a ponto de em uma vitória emocionante, espetacular que foi, passada a vibração do gol, as pessoas continuaram protestando. O torcedor percebe que o time não está indo para lugar nenhum.
O Flamengo terá outra oportunidade de provar ao torcedor que há um caminho melhor a ser percorrido, no sábado, às 16h, no Engenhão, diante do Fortaleza. Em sexto lugar no Brasileirão com 10 pontos, somar mais três irá além de um salto na tabela: valerá como salto de qualidade diante dos olhos do exigente torcedor rubro-negro.