Luiz Biriba: “Os sete pecados capitais de Abel Braga no Flamengo”

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Por: Luiz Biriba

A relação entre Abel Braga e Flamengo chegou ao fim com guerra de declarações, acusações e um clima quente nos bastidores. A favor ou contra o treinador, inúmeras são as teses que levaram ao rompimento. Verdade seja dita, se o clube tem sua parcela de responsabilidade – afinal é muito simplório, ao terminar uma relação, colocar toda as frustrações no outro – o técnico pisou na bola em sua segunda passagem pelo Rubro-Negro, onde cometeu alguns pecados capitais. Os sete, precisamente. Vamos a eles:

PREGUIÇA – talvez o mais popular dos pecados, é sinônimo da falta de empenho. O time de Abel Braga se notabilizou por entregar menos do que poderia. E quando o fez, realizou com grande desperdício. O maior exemplo é o número de finalizações em comparação com os gols marcados. Tenha sido nos jogos ou nos treinos, a falta de capricho custou caro ao treinador;

INVEJA – esse pecado diz respeito a ignorar o que possui para cobiçar o que é do próximo. As infelizes declarações de Abel referentes ao Beira-Rio não soaram bem junto aos dirigentes e à torcida. Ainda mais em um período em que o clube assume o Maracanã, desejo antigo e realizado, mesmo que provisoriamente;

IRA – pecado que exala o sentimento descontrolado de raiva e ódio, foi despertado na torcida após as declarações do treinador na derrota para o Atlético-MG. Com um homem a mais durante todo o segundo tempo, Abel Braga considerou o resultado normal pelas circunstâncias da partida, algo muito mal recebido pela Nação;

SOBERBA – associa-se esse pecado ao orgulho excessivo e à vaidade. A permanência de Arrascaeta no banco em jogos importantes, como contra Peñarol e Athletico-PR, nos mostra um ponto de arrogância predominante em Abel, não disposto a abrir mão de suas convicções para fazer o melhor para o time;

AVAREZA – atrelado aos apegos materiais, esse pecado conduz à idolatria, ao tratamento de algo ou alguém como se fosse Deus. Não precisamos ir longe para lembrar da insistência do treinador com Willian Arão e, mais que isso, com suas declarações após o jogo com o Corinthians, quando afirmou que não tiraria o jogador do time;

LUXÚRIA – deixar-se dominar pelas paixões, por desejos passionais e egoístas parece ter sido a postura de Abel Braga ao praticar esse pecado, logo após a vitória suada e sofrida, no sufoco, para o time de reservas do Athletico-PR. Ao contrário da torcida, que comemorou aliviada – e mesmo assim manteve as críticas – Abel deveria ter minimizado o feito.

GULA – por fim, um pecado que remete ao desejo insaciável, incontrolável, geralmente por comida, mas também relacionado ao egoísmo. Escalar um time recheado de reservas, após uma semana sem jogos, contra o Fortaleza, para fazer valer suas convicções, foi a gota d’água em uma relação já estremecida.

Na queda de braço com a diretoria, naturalmente coube ao treinador se retirar. Resta saber se o próprio clube está ciente das próximas escolhas que está fazendo, para não cair, mais uma vez, em tentação.

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