O Flamengo terá uma nova pessoa no comando da equipe nos próximos dias. Após o pedido de demissão de Abel Braga, os dirigentes do clube precisaram buscar rapidamente um novo reforço para a liderança do elenco, e este nome veio de Portugal. O técnico Jorge Jesus acertou com o Rubro-Negro por um ano, no sábado (01), após uma conversa com o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim.
Com um currículo marcado por passagens e títulos em clubes portugueses, como o Benfica, Jesus terá uma referência brasileira para comandar o Flamengo. O treinador contratou Evandro Mota, engenheiro e coaching, para sua comissão técnica. Com experiências de trabalho com grandes nomes do futebol brasileiro como Zagallo, Carlos Alberto Parreira, Abel Braga, o engenheiro também conta no currículo o trabalho com o técnico português, em 2012 pelo Benfica e Sporting, onde, junto com o técnico, conquistou sete títulos em cinco anos.
Em entrevista ao Blog do PVC, do UOL Esportes, Evandro Mota contou como foi ter trabalhado ao lado de Jorge Jesus e expôs detalhes da personalidade do técnico português.
— Quem me indicou foi o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira. Ele ouvia muito falar do meu trabalho, por causa de jogadores brasileiros. Um dia me telefonaram e disse que o presidente tinha vinte minutos na agenda, no Rio, e queria falar comigo. Os vinte minutos duraram duas horas e ele me convidou para ir a Lisboa. Então, sentei-me com Jorge Jesus e fizemos duas reuniões. Uma de quatro horas, outra de cinco. Então ele me disse que me queria na sua equipa técnica. Ele é top e tinha muita vontade de trabalhar no Brasil. Para trabalhar com o Jorge Jesus é preciso estar 24 horas à disposição. Ele te telefona muitas vezes de madrugada. Ele é apaixonado e perfeccionista.
O coaching também comentou sobre o que pode ser feito no Flamengo, agora no comando do técnico português, com a comissão técnica em que faz parte.
— Algumas coisas você vai perceber, de movimentos. Treino aberto, nunca mais vai ter. Porque treino é um momento de privacidade. Ele exige dos jogadores coisas que aqui não se exige.
Além disso, o engenheiro revelou que a situação em que Abel saiu e Jorge entrou, foi delicada pela relação que os dois técnico possuem.
— Um dia, fomos tomar um chope no Bracarense. Os portugueses passavam e cumprimentavam e os rubro-negros diziam: “Se dirigir um time no Brasil, tem de ser o Mengão.” Ele respondia que dirigir o Flamengo seria um sonho, mesmo. Mas, depois, em Portugal, quando começaram as conversas sobre o Flamengo ter entrado em contato com ele, ele dizia que não. Até que, dois dias antes da final da Champions, já com o Abel fora, ele me ligou e disse que o presidente Landim queria conversar com ele em Madri. Foi uma pena ter acontecido como aconteceu, porque ele e o Abel têm uma relação boa. Quando eu fui para o Benfica, ele ligou para o Abel para falar a respeito.