Rômulo Moreira: “Quando os números mentem”

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FOTO: ALEXANDRE VIDAL / FLAMENGO

Ontem, no Fla X Flu, um dado interessante chamou a atenção. Os jogadores do Flamengo foram os que mais erraram passes, enquanto os tricolores acertaram. Os atletas que mais tiveram êxito foram Daniel e Caio Henrique com 52, seguidos por Allan 48, Rodinei 43 e Nino 36. Os passes falhos, por sua vez, saíram de pés rubro-negros. Os líderes foram Everton Ribeiro com 16, Gilberto 7, Vitinho 5, Filipe Luís e Bruno Henrique 4. Isso mostra a excelência do Flu no jogo e domínio na construção de jogadas, certo? Errado.


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Às vezes, os números nos enganam. Há muita análise equivocada no futebol. A maioria dos jornalistas esportivos, que tem a capacidade de influenciar a opinião pública, se baseia em estatística sem entender direito o jogo e suas variáveis. Na verdade, um dado representa apenas uma variável que pode
contribuir para um diagnóstico mais profundo, entretanto, se apresentado fora do contexto, representam apenas uma falsa estatística. Trocar passe no futebol não é tudo e, certamente, nem ter a posse de bola. Os fracassos de Fernando Diniz no Athletico Paranaense e Fluminense expõem de forma contundente que o futebol é mais complexo.

Então, qual a justificativa para o time que venceu e dominou o jogo errar mais passes que o rival? Para responder essa questão é necessário ir às referências. É fato que o futebol contemporâneo apresenta cada vez menos espaço. Na Champions, futebol mais competitivo do mundo, que produz tendências, sugere equipes compactas, alinhadas com sistemas modernos de cobertura e transição ofensiva e defensiva. Cada um à sua maneira, os europeus pensam numa dinâmica com a finalidade de buscar rapidamente o gol. Nesse sentido, o importante não é acertar passes fáceis, mas adotam uma estratégia objetiva de combate.

Voltando ao Fla X Flu, vale destacar que as duas equipes tiveram praticamente o mesmo tempo de posse de bola: 51% a 49% para o Mais Querido. Entretanto, os tipos de troca de passes foram completamente distintos. O time da Gávea é uma equipe vertical, cuja característica principal é marcar pressão, sufocar o adversário com intensidade, trocar passes, mas acelerar o jogo sempre que possível. Nas Laranjeiras, a ideia foi usar a posse de bola como estratégia defensiva, isto é, passar a redondinha na linha de defesa e ficar com ela para evitar ataques do time mais artilheiro do país. Não há comparação entre tocar de lado e tocar para frente e, portanto, quando alguém prefere ser pragmático num ambiente de espaço cada vez mais reduzido, a chance de erro é maior.

Por: Rômulo Diego Moreira

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  • Respondendo ao alerj, Paulo Vinicius Coelho não está falando nenhuma novidade, ele apenas apresentou a estratégia o Athletico PR, que segundo ele conseguiu furar o bloqueio Rubro Negro 7 X com essa estratégia! Isso pode funcionar, foi isso que arrebentou o Flamengo na CdBR, foi assim que levamos 3 do Bahia. Mas se tiver a atenção redobrada nos lançamentos pra Cebolinha e Alisson que estamos safos! Nossa principal estratégia deve ser realmente não levar gols, por que se assim for a passagem pra santiago está garantida!

  • Vc citou o Fernando Diniz, mas o Barbieri fazia a mesma coisa, lembra ? Muitos passes e nenhuma finalização. queria aproveitar pra fazer uma pergunta: O q vcs acham dos comentários do PVC de q para furar a pressão alta do Fla basta
    o goleiro do time adversario ser treinado para acionar os atacantes com longos passes qdo pressionado, pegando nossa defesa desguarnecida ?

  • E o q vc me diz do Mano Menezes falar em coletiva q Fla sofreu mais q o Pal contra o Atl Pr?

    Minha opinião: Recalque. Ponto.

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