FOTO: MAX ROCHA
Na tarde deste domingo (21), o comentarista do canal Fox Sports, Flávio Gomes, deu uma declaração polêmica durante o programa Fox Sports Rádio. Ao comentar a volta do futebol e a realização do confronto entre Flamengo e Bangu, pelo Campeonato Carioca, o jornalista acusou o Flamengo de ser ‘responsável’ pela insânia que está sendo vivida no Rio de Janeiro e no Brasil, e declarou que os dirigentes do Rubro-Negro são desprovidos de ‘empatia, solidariedade e humanismo’ às vítimas da Covid-19.
Após a declaração, o vice-presidente geral e jurídico do clube, Rodrigo Dunshee de Abranches, usou o seu Twitter oficial para informar que o Mais Querido pedirá direito de resposta, devido aos vários erros de informação. Confira:
São tantos erros de informação que será necessário pedir direito de resposta. As emissoras deveriam ter advogados orientado os repórteres. O Flamengo não faz nada ilegal, nem clandestino. Muito menos se aliou a ninguém. O pequeno ódio surge pelo trabalho bem realizado.
— Rodrigo Dunshee (@roddunshee) June 22, 2020
Eu sei. A liberdade de expressão tem que ser exercida com responsabilidade. Vamos ver como eles reagem ao pedido de resposta. Depois a gente vê essa questão de processo. A princípio não gosto. Meu pai trabalhou no Jornal do Brasil e tenho apreço pelos bons profissionais.
— Rodrigo Dunshee (@roddunshee) June 22, 2020
“São tantos erros de informação que será necessário pedir direito de resposta. As emissoras deveriam ter advogados orientando os repórteres. O Flamengo não faz nada ilegal, nem clandestino. Muito menos se aliou a ninguém. O pequeno ódio surge pelo trabalho bem realizado.” – escreveu o dirigente do Flamengo, que continuou:
“Eu sei. A liberdade de expressão tem que ser exercida com responsabilidade. Vamos ver como eles reagem ao pedido de resposta. Depois a gente vê essa questão do processo. A princípio não gosto. Meu pai trabalhou no Jornal do Brasil e tenho apreço pelos bons profissionais.” –concluiu.
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Confira a declaração do comentarista Flavio Gomes, na íntegra:
“É deprimente o que está acontecendo aqui no Rio de Janeiro. Isso tudo só reforça, a sensação que eu tenho, de que o Flamengo (ah, mas você não gosta do Flamengo, não tem nada a ver, não é nada disso) foi responsável por esta insânia que nós estamos vivendo aqui no Rio de Janeiro, desde o início. Aliás, no Rio, não. No Brasil. O Brasil volta a registrar mais de 1200 mortes por dia, são 50 mil famílias que perderam seus entes queridos. É mais do que uma Guerra do Vietnã, dos Estados Unidos. É mais do que o Brasil perdeu na guerra do Paraguai, isso em três meses. E o Flamengo, quando lidera esse movimento, e não adianta virem dizer que não tem nada a ver com o Flamengo, isso tem tudo a ver com o Flamengo.
O Flamengo foi o primeiro e único clube que se insurgiu contra as medidas de isolamento social, de distanciamento social, de necessidade de parar tudo. E o Flamengo, na pessoa do seu Presidente, imediatamente se aliou ao Presidente da república, que é declaradamente um negacionista. O Presidente do Flamengo estava na posse do Ministro das Comunicações, durante a semana, e no dia seguinte, saiu uma medida provisória que é claramente favorável às intenções do Flamengo de negociar seus contratos de televisão.
O Flamengo, quando lidera o movimento a partir do início dos treinos, que ele fez de maneira irregular, escondido e tudo mais, ele mostra, nas pessoas dos dirigentes, uma total, completa falta de empatia, solidariedade, humanismo, respeito às pessoas que morreram. O recado que o Flamengo deu na quinta-feira, ao forçar a realização do jogo mais triste da história do futebol brasileiro, da história do Maracanã, o recado que o Flamengo quis dar, foi: “nós estamos acima desse negócio que vocês chamam de coronavírus, de pandemia; a gente se vira”. Porque o Flamengo passa os últimos dias se auto-elogiando pelos incríveis protocolos de segurança, vive postando que vai ser exemplo para a Conmebol, a Fifa nos consultou para saber o que estamos fazendo… Isso é conversa. O futebol onde voltou, voltou segundo protocolos muito rigorosos de segurança, de saúde, quando a situação do país, da população, estava sob controle, o que todos nós sabemos, está longe de acontecer aqui no país. Eu comparo o que o Flamengo fez, esse entrar em campo, forçar a realização de um jogo, com a cavalgada do Presidente da república, sem máscara, no meio da multidão, como querendo dar o seguinte recado: “eu faço o que eu quiser e me imponho. E vocês aí que se danem”.
Nós vamos ter consequências muito tristes do que está acontecendo e, do ponto de vista esportivo, esse campeonato está estragado, as decisões do Prefeito são absolutamente incoerentes com a realidade, deslocadas da realidade. É uma insanidade o que está acontecendo no Brasil como um todo e, para fechar, aqui no Rio de Janeiro em particular. O futebol, como metáfora da vida, nunca foi tão bem representado quanto foi no Maracanã, na última quinta-feira. O futebol, como o resto da vida no Brasil, está cinzento, sombrio, triste e desprovido de qualquer empatia pelas pessoas que estão morrendo aos montes pelo Brasil.”