A estrutura para montar um time vencedor, que vai de Jesus a Gabigol é cara. O Flamengo teve e continua tendo, a despeito da pandemia, boa saúde financeira e arrojada postura nos negócios para fazer o bolo crescer. A questão, meu caro rubro-negro(a), é que há dinheiros e dinheiros. Tem dinheiro fácil, dinheiro suado, dinheiro forte, dinheiro parado, dinheiro voando, dinheiro na mão… deve existir dinheiro raiz, dinheiro nutella, falso, honesto e por aí vai. Traiçoeira, a “bufunfa” merece atenção e cuidado. Afinal, crises de ricos também são crises. O Flamengo ao tentar testar o mercado das transmissões se esqueceu que tudo tem seu tempo. A pressa e a fome, puseram o Mengo na contramão do tempo e pagando com traição a quem tinha lhe dado a mão. Resultado… protesto massivo, à moda Flamengo.
Destaque para a profundidade da frase “dinheiro compra até amor verdadeiro”, de Nelson Rodrigues. O Flamengo, por dinheiro, taxou o amor verdadeiro de seu povo. Tá custando caro.
Mas sério, não é pelos 10 reais. O barulho que a torcida comprou, na verdade não tinha preço. Uma vez que a paixão está nas entranhas das listras do Manto, não quer dizer que ela entrará nas listas frias e calculistas das planilhas. Digo mais, mesmo se a estratégia da cobrança para ver Flamengo x Volta Redonda, domingo, às 16:00, pelo aplicativo MyCujoo se mostrar financeiramente ótima, terá sido adotada no momento errado. Fora de hora, o Mengão foi malvadão com a paixão do torcedor mais simples, que em tempos difíceis dava como certa a transmissão gratuita para ver a Máquina jogar e avançar à final da Taça Rio. Sensação passada pelo clube foi de gratuidade e gratidão pelo histórico apoio dos últimos dias, em especial na última quarta (01). Expectativa frustrada.
Por outro lado, não há nada de produtivo em cancelar inscrição no canal do clube, ou deixar, por isso, de ser sócio-torcedor. Criticar, discordar, tudo isso é legítimo! Retaliar não. É fogo amigo no meio dessa guerra. O tiro no pé já foi dado e havia na chuteira uma Nação inteira. Gestores que juntem os cacos e tentem justificar. Por sua vez, a torcida precisa entender que essa diretoria confia no êxito dentro de campo para lucrar, lucrar e lucrar. É uma visão de futebol e de Flamengo moderna, pouco romântica, mas que em boa parte do tempo é eficaz. Quando a bola vai fora, como foi nesse episódio, o protesto é certo.
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Ser Time da Massa, é bom lembrar, requer um olhar mais social, conectado com o torcedor humilde, nos rincões do país. Considerando, por exemplo, que nem todos têm condição financeira para pagar para assistir ou sequer acesso a boa internet. Outros tantos não possuem cartão de crédito. Falar para o sujeito, em meio a uma pandemia, para assistir ao jogo na casa de um amigo que pode pagar é, no mínimo, errado. Este paradoxo da elitização rubro-negra terá muitos desdobramentos. Temos um consolo, que para Rodolfo Landim é um belo álibi: em campo o Fla é nota 10.
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