Marcus Souza: “Ronaldinho Gaúcho, passou por aqui!”

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O ano era 2011, o Flamengo vinha de um título brasileiro em 2009 e uma decepção na Libertadores de 2010, quando o “Império do Amor” formado por Adriano e Vagner Love chegou ao fim.

Márcio Braga negava e desconversava quando era questionado sobre Ronaldinho durante seu último ano na presidência, mas Patrícia Amorim dedicou seus esforços a reformular a equipe e torná-la competitiva logo no primeiro ano de mandato.

O Bruxo chegou, com uma festa para a torcida na Gávea. Ronaldinho foi apresentado a um mar de flamenguistas, a empolgação era tamanha que o empurra-empurra levou a baixo os portões da sede. Com direito a shows de pagode e um sonoro “Agora eu sou Mengão!”, o êxtase rubro negro estava no ápice.


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Do outro lado, o Grêmio havia sofrido um banho de água fria. Os gaúchos entraram em disputa com Flamengo e Palmeiras para trazer o melhor do mundo de 2004 e 2005 de volta a suas origens. Os paulistas saíram da corrida alegando não participar de ‘leilão’ por jogado. O Milan havia deixado claro sua preferência em negociar com o Flamengo, mas a vontade do jogador e a loucura financeira feita pelos cariocas foram determinantes para o desfecho positivo.

Enquanto os rubro-negros comemoravam sua chegada feito um título, no Sul, Ronaldinho era chamado de mercenário traidor, e a festa montada para ele era desfeita em tom de velório.

Sua estreia chegou em um duelo com o Nova Iguaçu pelo carioca. O talento do craque era fora da curva. R10 colocava a bola onde queria, mas o elenco do Flamengo não estava à altura. Com muitas dificuldades, o gol da vitória saiu após os 40 minutos do segundo tempo com o passe dele. Triunfo por 1 a 0 sobre o modesto Nova Iguaçu.

Outros reforços chegaram, e o time embalou. Nas arquibancadas, o mosaico: “O melhor do mundo no maior do mundo”. Na boca do povo, o hit “Bonde do Mengão sem freio”, campeão carioca invicto. O ano prometia.

Mas ficou na promessa. Caímos na Sul-Americana para La U, com direito a um 4 a 0 sofrido dentro de casa. Caímos na Copa do Brasil para o Ceará, que também estava invicto e veio a ser chamado de “carroça desembestada” – como uma forma de brincadeira com o “bonde do Mengão sem freio”.

A noite mágica chegou. Um Flamengo embalado no início do Brasileiro enfrentava o Santos na Vila Belmiro, Neymar e cia. Em campo, atropelavam por 3 a 0 ainda no primeiro tempo, quando R10 colocou a bola debaixo do braço e chamou a responsabilidade.

Uma partida histórica acontecia, com o gol que deu o prêmio Púskas 2011 a Neymar, hat-trick de Ronaldinho Gaúcho – o craque chegou fazer um gol de falta por de baixo da barreira. Além disso, houve ainda um pênalti cobrado por Elano, mas defendido por Felipe que comemorou a defesa fazendo uma embaixadinha na frente do meia.
A partida chegava ao fim e Ronaldinho levava o Flamengo a histórica vitória de 5 a 4 sobre o Santos do menino Neymar, dentro da Vila.

A vitória deu moral, e o Fla cresceu na competição. Após uma nova goleada por 5 a 1, dessa vez sobre o Cruzeiro, Ronaldinho dava uma entrevista ainda dentro de campo, quando foi informado que adversários diretos ao título haviam perdido. R10 então sorriu e soltou a celebre frase: “Estão deixando a gente sonhar!”.

Frase de Ronaldinho se tornou ‘meme’ usado por rubro-negros até os dias atuais

Mas o sonho não vingou, Corinthians ficou com o título, e o Flamengo terminou em quarto, atrás de Vasco e Fluminense – no que talvez tenha sido o melhor ano para os clubes do Rio na era dos pontos corridos.

Os salários já não estavam mais em dia, o investidor que cobria parte dele pulou fora, o clube tentou se comprometer em pagar o valor integral para não perder o atleta. Depois de polêmicas, Ronaldinho rescindiu unilateralmente e se despediu do Flamengo, com apenas um carioca invicto, diversos altos e baixos e sem jogar uma única partida no Maracanã, que estava fechado para reformas.

E aí, deixou saudade?

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