Coringa? Willian Arão se reinventa no Flamengo mais uma vez

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FOTO: ALEXANDRE VIDAL/FLAMENGO

Por: Giuliano Cosenza

O Flamengo derrotou na noite de ontem (22) o Palmeiras, no estádio Mané Garrinha, por 2 a 0 na partida válida pela trigésima primeira rodada do Campeonato Brasileiro. Os gols foram marcados por Luan, contra, e Pepê. Porém, o grande destaque da partida e eleito o melhor em campo pela torcida foi o “zagueiro” Willian Arão.


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A escalação do camisa 5 na zaga foi a grande surpresa do técnico Rogério Ceni para a partida. Na semana prévia à partida contra o Goiás, o comandante treinou com Arão nesta função e tudo indicava que ele seria o titular na partida de segunda-feira. Porém, uma escalação mais conservadora, com Gustavo Henrique e Rodrigo Caio na zaga, foi a formação escolhida.

A partida contra o Palmeiras, enfim, trouxe a grande surpresa treinada pelo técnico Rogério Ceni. Arão de zagueiro e um meio campo formado por Diego Ribas e Gerson como volantes. O camisa 5 fez uma partida impecável e foi eleito o melhor em campo. Mais uma vez, o jogador com mais tempo de clube do elenco, se provou ser uma peça fundamental e capaz de exercer várias funções.

Arão chegou ao Flamengo em 2016 e desde então passou por uma metamorfose. Chegou como destaque da campanha do Botafogo na segunda divisão de 2015 como segundo volante. Era tido como um jogador moderno, volante que pisava na área e fazia gols. Chegou ao Mais Querido com esse status. Porém, ao longo dos anos foi se transformando e mostrando ser efetivo em todas as funções que desempenhou. Analisaremos aqui a metamorfose Arão de 2016 para cá

Em 2016, quando em que chegou ao clube, Arão atuava como segundo volante caindo pelo lado direito, posição em que se destacou pelo Botafogo em 2015. Nessa temporada, o camisa 5 marcou oito gols e deu oito assistências sendo um dos grandes destaques da equipe que terminou em terceiro lugar no Campeonato Brasileiro. Ele recebeu o prêmio Bola de Prata, da ESPN, como o melhor volante da competição. Também ganhou o troféu Mesa Redonda neste mesmo ano. Abaixo, o mapa de calor do atleta, segundo o site SofaScore.

Nas temporadas subsequentes, 2017 e 2018, Arão se manteve na posição de segundo volante e foi alvo de muitas críticas da torcida por não conseguir repetir o desempenho de 2016. A imagem dele ficou muito ligada aos fracassos da equipe na Libertadores e os vices, na Copa do Brasil para o Cruzeiro, na Sul-Americana para o Independiente e no Campeonato Brasileiro para o Palmeiras.

Neste período, Arão recebeu algumas propostas e quase deixou o Flamengo para o Olympiakos da Grécia. O Mais Querido aceitou a proposta dos gregos, mas o jogador não se acertou com o clube europeu e permaneceu na Gávea. Em 2019, quando sua saída era considerada certa, o técnico Abel Braga pediu sua permanência e em dezembro de 2018 ele renovou com o clube até dezembro de  2021. A torcida criticou bastante sua permanência à época.

A sua primeira grande metamorfose veio com a chegada de Jorge Jesus, em 2019. Arão deixou de ser um segundo volante e passou a ser o cão de guarda da defesa rubro-negra. Seu desempenho cresceu muito e ele se tornou um dos pilares de um dos times mais vitoriosos da história do clube. Foi fundamental na saída de bola, principalmente com lançamentos longos precisos e evoluiu muito na marcação, algo que era cobrado dele. A célebre frase “Tá mal, Arão” dita pelo técnico português no seu primeiro jogo treino, contra o Madureira, na Gávea, serviu de combustível de melhora para o camisa 5. Passou a atuar pelo campo inteiro e não mais só pela faixa direita, como mostra o mapa de calor abaixo

Ontem, mais uma vez Willian Arão mostrou porque sempre foi valorizado e escalado por todos os técnicos do Flamengo. Fez alguns treinos semana passada como zagueiro e teve uma partida brilhante contra o Palmeiras, um adversário direto na luta pelo título.

Esse jogo mostra que não só Gerson deve ser chamado de coringa. A metamorfose de Arão desde que chegou ao clube mostra que ele é um jogador extremamente polivalente e consegue exercer diversas funções com muita qualidade. É um dos pilares da equipe e jogador fundamental na conquistas de grandes títulos da história do clube.

 

 

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  • Confesso que fui um dos que mais criticaram o W. Arão na época em que chegou ao Flamengo. Como segundo volante, ele era facilmente envolvido em tabelas e driblado sem maiores dificuldades por velocistas. E como primeiro volante, ele era um jogador muito reativo (já que a posição pede jogadores que sejam inteligentes e ativos). Mas com Jorge de Jesus, ele evoluiu consideravelmente e agora, é um jogador (na minha opinião) inegociável, já que dificilmente conseguiriamos um alto valor de venda para compensar as vantagens de tê-lo no elenco.

  • Ótima análise, William Arão merece respeito.

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