FOTO: ALEXANDRE VIDAL/FLAMENGO
Com apenas um ano de clube, Filipe Luís já garantiu seu lugar entre os grandes da história. Com títulos, grandes atuações e, principalmente, devoção pelo Manto Sagrado, o lateral rubro-negro mantém esperanças de um final feliz, em uma temporada frustrante. Em entrevista ao jornal ‘O Globo’, o camisa 16 dissecou o trabalho de Jorge Jesus à frente do Flamengo, de quem se tornou um grande amigo. Para Filipe, o Mister era perfeccionista, e isso o tornou o mais completo que o atleta já teve.
– Jesus é muito completo. Com ele, era assim: o time jogava no 4-4-2, com Gabigol e Bruno Henrique na frente, Arrascaeta e Everton Ribeiro vindo por dentro, saída de três com Arão, laterais sobem… Eu te falando isso dura dez segundos, mas para ele são quatro treinos. Quando a bola vai no Rafinha, o Filipe fecha para dar sustentação por dentro e o Gerson vai para frente. ‘Ah, beleza, mas o Rafinha foi na linha de fundo. É só isso?’
– Não, quem entra na área? Entram Bruno Henrique, Arrascaeta, Gabigol, e Ribeiro vai por dentro. Filipe Luis e Pablo Marí vão marcar os atacantes, e o Willian Arão vai compensar o Rafinha. Isso tudo numa cobrança excessiva. Se o Rafinha fosse cruzar e eu não estivesse marcando o ponta direita, era uma dura extraordinária. Se o Gerson saiu para pressionar e a última linha defensiva não acompanhou, ele cobrava com vídeo.
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– Era muito detalhe, e ele ia falando em todos os treinos e todos os dias. E tinha outra coisa: ele transmitia para a gente que ele era o melhor treinador do mundo e inventou o futebol. Era mais ou menos isso. E o jogador gosta de escutar isso. Diziam que ele era arrogante, pode ser. Quem não é flamenguista achava. Mas quem estava lá, pensava: ‘Não é que ele é bom mesmo, que ele sabe mesmo…?’. Talvez tenha sido o mais meticuloso, detalhista, completo que eu tive”
O trabalho do Mister foi, sem dúvidas, um dos melhores da história do Flamengo. Ao todo, o português ficou quase um ano no Mais Querido, e conquistou cinco títulos: a Libertadores, o Brasileirão, a Recopa Sul-Americana, a Supercopa do Brasil e o Campeonato Carioca. Contudo, acima de qualquer caneco, Jorge Jesus recuperou a autoestima da Nação, que vinha de muitos fracassos anteriores. Com futebol vistoso e buscando sempre o gol, o time de 2019 esteve em outro patamar e ficou marcado na história.
Porém, desde sua saída, o Mais Querido tenta recuperar o futebol praticado com Jesus, mas tem falhado miseravelmente. Com as mudanças no comando técnico, a equipe sentiu falta do português, e perdeu o nível em diversas frentes. Além disso, saídas pontuais como a do lateral Rafinha, e do zagueiro Pablo Marí, deixaram o Fla em apuros, visto que os reforços não renderam o esperado. Em suma, o Rubro-Negro terá mais dez jogos no Brasileirão para ‘salvar a temporada’.
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