FOTO: ALEXANDRE VIDAL/FLAMENGO
Por: Giuliano Cosenza
A defesa do Flamengo é o grande alvo das críticas da torcida durante toda a temporada 2020/21. No Campeonato Brasileiro de 2019, quando o Rubro-Negro se sagrou campeão, a forma como a equipe de Jorge Jesus se defendia era motivo de elogio pela imprensa e torcedores. Na última edição foram 37 gols sofridos nas 38 rodadas. Já nesta, em apenas 28 jogos já foram 39. Resolvemos comparar os números entre os dois times para saber o que mudou.
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% DE APROVEITAMENTO DOS GOLEIROS
Em 2019, o índice de aproveitamento dos goleiros em defesas foi de 74%, enquanto em 2020/21 foi de 69% – dados do site SofaScore. Uma leve queda, mas que mostra como os goleiros do Flamengo estão sendo mais vazados.
Diego Alves, goleiro titular do Mais Querido, perdeu muitos jogos durante a temporada. Neste período, vários atletas foram testados na posição e quem mais apresentou rendimento foi Hugo Souza. Entretanto, na última rodada, contra o Ceará, o técnico Rogério Ceni optou por escalar César, que acabou falhando no segundo gol da equipe cearense, na derrota por 2 a 0.
CHANCES CLARAS DE GOL
Em termos de chances claras concedidas por jogo, o número é parecido. Em 2019 era de 1.4, enquanto em 2020/21 um número até menor, de 1.3. Entretanto, a grande diferença está na % de conversão dessas oportunidades. Sob o comando de Jorge Jesus, eram 40% as chances claras que se tornavam gol. Já sob a liderança de Domenec Torrent e Rogério Ceni são 47% que vão para o fundo da rede.
Esses dados mostram que a defesa do Flamengo é muito mais frágil atualmente. Os adversários encontram maior facilidade em marcar gols. O aproveitamento defensivo é ruim e isso explica a queda da equipe.
FINALIZAÇÕES E CHUTES PARA SOFRER GOL
Essa estatística é a que mais pesa na diferença entre 2019 e 2020/21. Não pelo números de finalizações concedidas que, segundo o site SofaScore, foi de 4.6 por jogo na temporada passada e 4.9 nesta.
O que chama atenção é a quantidade de chutes para sofrer um gol. Sob o comando de Jorge Jesus, o adversário precisava de 9.0 finalizações para guardar uma na rede do Flamengo. Agora, são apenas 6.7, o que mostra uma queda vertiginosa do aproveitamento defensivo da equipe.
POSICIONAMENTO DOS ZAGUEIROS
Que a torcida do Flamengo sente saudade de Pablo Marí não é segredo para ninguém. Mas o que o zagueiro espanhol trazia de tão diferente assim para o sistema implementado pelo Jorge Jesus?
Pablo Marí era um zagueiro fundamental na ideia de marcação alta. Ele nunca foi dos mais velozes da posição, mas tinha um senso de posicionamento e qualidade de passes diferenciadas em relação aos companheiros de equipe. Isso fazia com que ele se tornasse quase um meia por muitas vezes
Nem Gustavo Henrique, nem Léo Pereira conseguiram repetir o que o espanhol fazia. Quem mais atuou na temporada foi o zagueiro advindo do Santos, mas seu mapa de calor mostra como não consegue reproduzir o que fazia Marí. Ele é um atleta mais lento e precisa jogar mais recuado. Isso gera um grande buraco entre o meio campo e a zaga, o que expõe também o Filipe Luís e gera um grande problema para o sistema defensivo rubro-negro.