Em entrevista ao Globo Esporte, Benedito Ferreira, segurança do Flamengo que estava presente dentro do CT naquela data. Pouco mais de dois anos depois, ele revelou detalhes sobre o que aconteceu naquela manhã, como o funcionamento dos extintores e como fez para salvar a vida dos jovens da base. Além disso, o funcionário disse nunca teve contato com qualquer familiar dos meninos e mandou um recado aos parentes das vítimas.
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– Para as famílias que perderam seu maior bem que é um filho, eu pediria desculpa por não ter conseguido. Eu pediria desculpa, porque eu tenho como uma falha. Isso vai ser para o resto da vida, onde eu vir o símbolo CRF, mesmo depois de eu sair, vou lembrar. Todo ano, todo dia 8 de fevereiro, daqui até meus netos, bisnetos, vai ser lembrado e ninguém vai esquecer. Eles vão falar: “Meu avô estava lá, sofreu na pele, meu avô morreu com sentimento de culpa”.
O Flamengo se pronunciou sobre a entrevista e publicou nota oficial em sua página principal. Nela o clube esclarece que prestou assistência a Benedito Ferreira e afirmou que os pontos levantados pelo funcionário foram citados de acordo com uma visão pessoal dele.
CONFIRA A NOTA COMPLETA:
“O Flamengo esclarece que prestou toda assistência ao funcionário Benedito Ferreira, havendo suportado o funcionário, comprovadamente, em diversas situações, bem como o indenizado, espontaneamente, por ter sido o único funcionário a apresentar sintomas de transtorno pós-traumático.
Os pontos levantados por ele na entrevista narram uma visão pessoal dele, que não encontra amparo nos fatos, na lei e muito menos no inquérito criminal.
Desde o acidente até o momento atual o clube disponibiliza para o funcionário tratamento psicológico e psiquiátrico, assim como lhe reembolsa o custo com as medicações.
Benedito pediu para ser transferido para a Gávea, pois não gostaria de retornar ao CT e foi prontamente atendido.
Não houve perda de receita ordinária (salário). A eventual perda decorreu da pandemia, como aconteceu com vários trabalhadores, haja vista que, com a proibição de público nos estádios, o extra que era obtido com presença no quadro móvel dos jogos do Maracanã deixou de existir para a grande maioria das pessoas que trabalhavam nesses eventos. Além disso, outros eventos presenciais foram radicalmente reduzidos, razão pela qual o valor da remuneração de todos os empregados que obtinham extras nesse tipo de evento também foi reduzida ou perdida.
Nenhum funcionário do Flamengo foi impedido de circular pelo clube e tampouco proibido de falar com ninguém, muito menos com a imprensa.
Além disso, prova constante do inquérito criminal demonstra que todos os extintores estavam no prazo de validade, devidamente revisados e carregados.
Esse assunto encontra-se entregue ao Poder Judiciário e o Clube nada tem a esconder sobre ele. Ao contrário disso, sempre se colocou à disposição das autoridades.”